Mourão diz que tem 'opiniões' e não é 'vice anencéfalo'

  • G1
  • 10 Out 2018
  • 08:07h

Foto: Rickardo Marques/G1 AM

O general Hamilton Mourão, vice na chapa de Jair Bolsonaro, conversou nesta segunda-feira (8) com o candidato do PSL à Presidência após a entrevista que Bolsonaro concedeu ao Jornal Nacional na qual desautorizou declarações do vice, como a defesa de um autogolpe e de críticas à Constituição. Mourão disse ao blog que "Bolsonaro foi colocado numa emboscada" porque quando deu a declaração do autogolpe, em entrevista à Globonews em setembro, Bolsonaro estava "hospitalizado" e não "acompanhou direito" a repercussão. O blog disse ao vice que a entrevista foi amplamente divulgada e repercutida, inclusive nas redes sociais, principal canal acessado por Bolsonaro para se comunicar com seus eleitores. O vice afirmou à reportagem que não defende um autogolpe, como admitiu, mas que é, sim, "um crítico da Constituição". "A nossa abrange muita coisa. Defendo uma de princípios e valores, mas é minha opinião pessoal, tenho minha personalidade. E já fiz mea culpa das minhas escorregadas. Não sou político, aí eu falo o que penso", afirmou Mourão. Nesta segunda-feira (8), Bolsonaro e Fernando Haddad (PT) reafirmaram compromisso com a democracia e com a Constituição, na entrevista ao Jornal Nacional. Bolsonaro disse que, se eleito, será "escravo" da Constituição. "Falei para ele proceder com sua visão. Tenho minhas críticas. Agora, o presidente, como ele disse, é ele. Só não sou um vice anencéfalo. Tenho minhas opiniões", disse Mourão. Bolsonaro confundiu o nome de Mourão duas vezes na entrevista, chamando-o de Augusto. Perguntado se ficou chateado, o vice riu: "Foi um ato falho. Mas falei para ele: 'Vê se acerta nossos nomes! Eu sou o Hamilton, o Heleno é o Augusto'", referindo-se ao general Heleno, outro aliado de Bolsonaro. Mourão segue nas conversas com empresários para tentar atrair apoio para a campanha de Bolsonaro. Ele acredita na vitória no segundo turno, mas voltou a colocar em dúvida o resultado, citando "a teoria da conspiração de fraude". "Fora isso, não tem como a gente não ganhar".