Pressão com juros: assédio e violência lideram afastamento de bancários

  • Correio
  • 27 Out 2017
  • 19:00h

Com a família feita refém, um gerente-geral de uma agência bancária chegou ao local de trabalho, em Itapuã, com um cinto de explosivos preso à cintura e retirou o valor do resgate: R$ 113 mil. A família foi libertada. Ele foi afastado por problemas psicológicos e acabou demitido, este ano. Ações de violência, como assaltos e explosões de caixas eletrônicos são apontados como um dos principais fatores para o número de afastamentos no setor bancário. Somente esse ano, foram registradas 67 ocorrências de ataques a instituições financeiras, segundo o Sindicato dos Bancários do Estado da Bahia. Um relatório sobre o retrato do adoecimento no setor bancário será divulgado nesta sexta-feira (27) durante uma audiência pública a partir das 8h na sede do Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA), no Corredor da Vitória. No levantamento foi constatado um número expressivo de denúncias ao MPT-BA sobre prática de assédio moral por parte das instituições financeiras. Além disso, ao alto nível de exigência das instituições em relação a resultados por parte dos trabalhadores, como o estabelecimento de metas elevadas de produção, são também apontados como os principais fatores para o grande número de afastamentos e aposentadorias. As ações judiciais também contribuem para o surgimento do problema. O documento foi produzido pelo MPT-BA, que envolveu técnicos e pesquisadores de nove órgãos, inclusive o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Salvador (Cerest), vinculado à Secretaria Municipal da Saúde (SMS).