MP-BA investiga denúncias de torturas praticadas por policiais militares

  • 21 Nov 2016
  • 14:04h

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) abriu, no mês de maio, uma série de inquéritos para investigar denúncias contra policiais militares que atuam na Bahia. Entre as denúncias, há suspeitas de espancamento, tortura e condução de investigações ilegais por parte da PM, sobretudo no interior do estado. À frente das investigações está a promotora pública Isabel Adelaide, que decidiu abrir os inquéritos após solicitação de juízes baianos. Até o momento, segundo publicou o portal de notícias UOL, além dos casos de tortura, também é investigado se policiais militares conduziram, por conta própria, investigações criminais, o que é proibido por lei, já que investigações cabem à Polícia Civil. O CORREIO procurou o MP-BA, mas o órgão informou que a promotora Isabel Adelaide não falará sobre o assunto a fim de não atrapalhar as investigações. Na manhã desta segunda-feira (21), o governador Rui Costa (PT) disse que "o Ministério Público cumpre o seu dever de apurar" e que "o governo do estado estará aberto num diálogo franco para identificar possíveis erros ou desvios".

No entanto, Rui disse não ter conhecimento de irregularidades apontadas pelo Ministério Público, que não pela imprensa, e demonstrou insatisfação com o fato de a investigação ter sido publicizada. "Sentei com a representante do MP e disse o que eu achava que não estava correto e não fui pra imprensa para anunciar que não estava sendo feito de maneira correta. Estou disposto a corrigir qualquer problema que tenha sido identificado", disse. Ainda segundo Rui, o MP não fez pedidos de reunião para falar com o Executivo sobre o assunto. "Quando o MP achar conveniente, procura o secretário de Segurança, o Comando da Polícia Militar para resolver o que deve ser resolvido", completou, durante visita a obras no Centro Antigo de Salvador. O CORREIO procurou o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e a Polícia Militar (PM-BA) para comentar as investigações, mas ainda não obteve resposta dos dois órgãos.