Síndromes ligadas ao Zika: Microcefalia não é única preocupação do Brasil

  • 21 Jun 2016
  • 19:04h

(Foto: Reprodução)

Identificar bebês que não nasceram com microcefalia, mas com problemas relacionados ao Zika é o desafio para o Brasil dar assistência a todas as crianças afetadas, segundo o diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage Carmo. Informações da pasta mostram que, de 13% a 19% das crianças examinadas apresentam resultado de falso negativo, ou seja, não apresentam perímetro da cabeça menor que padrão, característica da microcefalia, porém desenvolvem outras consequências atribuídas à Síndrome Congênita Associada à Infecção Pelo Vírus Zika. Carmo destacou, segundo a Agência Brasil, que uma das necessidades é a atualização do sistema de notificação de bebês que podem ter sido afetados pelo vírus, para que crianças tidas inicialmente como saudáveis por não apresentarem microcefalia não fiquem sem assistência caso, no futuro, apresentem outros problemas que a comunidade científica aponta serem relacionados ao Zika, como deficiência auditiva ou visual, além de crises convulsivas. "A grande questão, que está sendo discutida não só no Brasil, mas com a própria Organização Pan-Americana da Saúde, é como caracterizar esses quadros que venham a ser classificados como uma Síndrome Neurológica Associada à Infecção por Zika, disse o diretor. Para ele, o desafio é organizar um sistema de informações que amplie os registros para além da microcefalia e tenha precisão.