Infecção hospitalar atinge até 14% dos pacientes internados

  • Tribuna da Bahia
  • 15 Mai 2016
  • 19:01h

(Foto: Reprodução)

Um problema que mata, por ano, cerca de 100 mil brasileiros, de acordo com dados da Associação Nacional de Biosegurança. Além disso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 14% dos pacientes internados em todo o país sejam atingidos por ela. Tratam-se das infecções hospitalares, em que casos são constantemente relatados no dia a dia. Causadas por vírus e bactérias, o tipo de infecção é tida como uma das principais preocupações tanto para médicos, quanto para pacientes. De acordo com especialistas, elas são caracterizadas como um problema que é adquirido após entrada do paciente em um hospital e está diretamente relacionada, por exemplo, com a internação ou procedimento pelo qual ele tenha passado, como uma cirurgia.

 

“Geralmente se instala entre 48h e 72h após a internação”, disse a infectologista Monique Lírio. Dentre os principais tipos estão, segundo ela, as infecções urinária ou da corrente sanguínea. O diagnóstico é feito após percepção de alteração em exames e entre alguns dos sintomas relacionados estão febre e taquicardia. Ela salienta que quanto maior o período de internação, maiores são as chances de se adquirir o problema. Segundo especialistas, esses vírus e bactérias que desencadeiam essas infecções acabam sendo mais resistentes aos antibióticos, o que acaba tornando a enfermidade mais difícil de tratar. “Além da agressividade da bactéria, também deve ser levado em conta o local onde ocorre a infecção e a imunidade do paciente”, explicou Monique. Ainda de acordo com ela, a maioria dos hospitais possui um serviço de controle de busca de casos que são investigados e notificados para, a partir daí, propor medidas para que o risco de novas infecções seja reduzido.

HIGIENIZAÇÃO
Contudo, o número de casos de infecção hospitalar poderia ser menor se os profissionais da área colocassem em prática um hábito simples, mas que pode salvar vidas: a higienização correta das mãos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% dos episódios poderiam ser evitados se fosse seguido o devido procedimento. Já outros casos, segundo ela, estão relacionados a cuidados com objetos como sondas, cateteres e pessoas que necessitam de ventilação mecânica. “É mais simples e eficaz, conseguindo eliminar grande parte das bactérias. Com o uso de álcool ou água e sabão, é possível reduzir grande parte das bactérias da chamada flora transitória”, relatou a infectologista. A técnica é a de que seja aplicada os elementos na palma, no dorso, nos dedos e entre eles, sem esquecer o punho. Objetos como anéis e relógios devem ser retirados para não diminuir a eficácia da lavagem. “Isso vale também para as pessoas que vão visitar os pacientes. Os cuidados têm de ser reforçados não apenas nos grandes centros médicos. Em emergências isso também é muito comum já que, na correria, o profissional acaba se esquecendo de realizar o procedimento e ele tem de ser cobrado por isso, antes e depois dos atendimentos”, alertou.

Ação educativa é realizada na Bahia

Este domingo, 15 de março, é considerado o Dia Mundial de Controle de Infecções Hospitalares. Por isso, como forma de chamar a atenção para o combate ao problema, o Hospital Manoel Vitorino, vinculado do governo do estado, realiza, na próxima semana, ações educativas na unidade durante a Semana de Controle comemorada entre os dias 15 e 21 deste mês. Dentre elas estão atividades baseadas em ações lúdicas, com sessão de cinema, danças, paródias e sorteios de brindes.  “Nossas atividades também abrangem a vigilância epidemiológica e microbiológica na instituição, com ações de educação continuada e ações sanitárias básicas; visitas técnicas também fazem parte do nosso cotidiano”, disse a diretoria do Hospital – localizado no bairro de Nazaré – Sheila Ferraz. A reportagem da Tribuna da Bahia entrou em contato com a assessoria de comunicação da Sesab para saber o número de casos de infecção hospitalar registrados em toda a Bahia, mas, até o fechamento desta edição, não obtivemos resposta.