Macarani: Mãe foi avisada em carta, entregue pelo tráfico, que seu filho iria morrer

  • Blog do Marcelo
  • 03 Mar 2016
  • 15:22h

Ela recebeu uma carta anônima no dia 25 de janeiro, avisando que o seu filho Raimundo Fagner, de 22 anos, estava na mira de assassinos do tráfico de drogas e marcado para morrer, juntamente com outros jovens da vizinhança. Sem saber por que a carta lhe foi entregue, a mulher ainda chegou a procurar a polícia, mas no dia em que foi ao Complexo Policial não encontrou o delegado Dr. Irineu nem os agentes que estavam em diligência e não fez a entrega da carta: “Fui ao Complexo atrás do agente Marcone ou do Delegado, mas não havia nenhum dos dois na hora em que eu fui lá e preferi voltar para casa com a carta na mão, depois não procurei mais a polícia, porque não tinha conhecimento de meu filho envolvido com drogas e ele já estava de passagem comprada para Belo Horizonte e iria viajar no dia 30 de janeiro, quando acabassem as férias dele”, conta. Na noite do dia 29 de janeiro Fagner, que iria viajar na manhã do dia seguinte para a capital mineira recebeu um telefonema, saiu dizendo para mãe que iria resolver um negócio antes de viajar. Essa foi à última vez que dona Vilsa Evangelista viu o filho com vida, meia hora após de sair de casa, ele foi assassinado com três tiros no Bairro Marjorie Parque.No último dia 24 de fevereiro a moradora voltou a receber outra carta do comando do tráfico do município e mesmo já tendo o filho assassinado foi na casa dela que mais uma carta foi colocada por baixo da porta. Dessa vez, a carta lista quatro jovens, todos marcados para serem executados.

 

Assustada, mais uma vez dona Vilsa resolveu procurar ajuda, disponibilizou as cartas para a nossa reportagem e procurou imediatamente o Delegado de Polícia Civil; Dr. Irineu Alves Andrade, para pedir solução na morte do filho e providências urgentes para que as mortes anunciadas sejam evitadas: “Eu não sei por que me mandaram essas cartas, o meu filho já foi morto pelos bandidos, eu já perdi uma parte da minha vida, tudo que eu quero agora é sossego, paz e justiça para a morte de Raimundo. Os meninos que estão na lista eu os conheço porque são moradores aqui do bairro, filhos de amigos e vizinhos, mas não são meus parentes”, disse dona Vilsa, uma pessoa de bem, inclusive querida por todos.

Delegado comenta o caso

Em entrevista ao programa “O Repórter”, apresentado pelo radialista Antônio Araújo, na Rádio Família FM 104,9, o Delegado titular de Macarani, Irineu Alves Andrade, comentou o caso. “É um novo modelo de operação do tráfico que está sempre inovando e agora busca aterrorizar pessoas simples como Dona Vilsa. Nós já identificamos os jovens que estão na lista de execução, constatamos que todos eles de uma forma ou de outra têm ligação com o tráfico de drogas e estamos trabalhando para chegar ao (s) autor (es) das cartas que, comparando as letras, definimos que são da mesma pessoa”, disse o delegado ao Repórter. Quanto ao assassinato de Raimundo Fagner, Dr. Irineu diz que o inquérito foi concluído no dia 29 e o assassino já foi identificado, mas o mesmo está foragido e por isso prefere não divulgar o nome. Em função das cartas divulgadas por dona Vilsa, que na opinião do delegado não precisa temer retaliações: “Ela fez o correto, claro que não corre nenhum risco, o problema dos traficantes era com o seu filho que pagou com a vida, ela não deve nada ao tráfico e nós ficamos realmente curiosos do por que destas cartas terem sido colocadas debaixo da porta da casa dela”, afirmou. Seja como for, quatro jovens ainda estão na lista de execuções do tráfico em Macarani e a cidade está aterrorizada, mas confiante na ação das polícias civil e militar e no excelente trabalho do Dr. Irineu Andrade e sua equipe.