Sudoeste: Família carrega caixão por correnteza em via que cedeu após chuva;

  • 26 Jan 2016
  • 09:48h

(Foto: Reprodução)

A família de um idoso de 91 anos, que morreu após um ataque cardíaco, precisou passar pela correnteza de uma via que cedeu e foi inundada pela chuva, para conseguir chegar ao cemitério e realizar o sepultamento, em um povoado de Santa Rita de Cássia, no sudoeste da Bahia.  Segundo conta um dos sobrinhos do idoso, Jackson Conceição Reis, de 21 anos, o tio era baiano e morava em Brasília há seis meses. "Era sonho dele [do tio] ser enterrado na Bahia. Quando meu tio faleceu, fomos [ele e a família] fazer o sepultamento. Saíram uns oito carros de Brasília. Uns parentes conseguiram chegar antes, mas outros, inclusive os que levavam o corpo, só conseguiram chegar depois que a rodovia cedeu, e não tinham como passar. Então eles resolveram entrar na água e passar andando com o caixão", relatou. Jackson também conta que o tio faleceu na quarta-feira (20), por volta das 17h, e que a família conseguiu chegar na cidade baiana na quinta (21), mas o enterro só foi realizado na sexta (22), às 16h. "Quando chegamos em Santa Rita de Cássia, precisávamos passar para o povoado de Malhada Grande, mas como a rodovia cedeu, não tínhamos como. Todo mundo preferiu esperar um pouco porque ficou com medo, a correnteza estava forte, mas ao mesmo tempo queríamos realizar o desejo do meu tio. Quando vimos que a situação não ia mudar, resolvemos passar", disse.


 

Estado de emergência
O G1 entrou em contato com a prefeitura de Santa Rita de Cássia e foi informado de que a cidade estuda a possibilidade de entrar em estado de emergência. Ainda de acordo com a prefeitura, a rodovia BA-451, que liga Santa Rita de Cássia à cidade de Mansidão, rompeu, e a BA-225, que também liga as cidades, está intransitável por conta da água e dos buracos. O chefe do gabinete, Erizaldo Ferreira, reforçou que o único acesso em condições de uso é a estrada de Barreiras. "Tanto quem tenta entrar na cidade por Mansidão, como por Formosa, vai encontrar extema dificuldade. A chuva complicou muito esses acessos", disse Erizaldo. Ainda de acordo com o chefe do gabinete, a chuva tem castigado a cidade ao longo de todo mês de janeiro. Ele conta que até o dia 25 deste mês choveu mais de 750 milimetros, quatro vezes mais que a média dos últimos 30 anos deste mesmo mês, que é de 149 milimetros. Erizaldo informou que existem desabrigados da chuva e que a prefeitura, junto com a defesa civil, está fazendo levantamento dos números, mas que algumas famílias já estão sendo levadas para colégios públicos do município. "Ainda não temos números em relação a desabrigados, estamos trabalhando nesse levantamento e no auxílio dessas pessoas", finalizou.