Leitura dos brasileiros é uma das piores do mundo
- Paulo Esdras
- 10 Abr 2015
- 08:30h
Foto: Reprodução
As pesquisas e estatísticas da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em relação à leitura no mundo coloca o Brasil numa das piores colocações do ranking. A média em leitura dos países que integram a OCDE, na grande maioria economias desenvolvidas, foi de 496 pontos em leitura. O Brasil totalizou 410 pontos na matéria – resultado semelhante aos registrados pela Colômbia e Tunísia e abaixo da Costa Rica. A China, que liderou a classificação, também em matemática e ciências, obteve 570 pontos em leitura. O estudo revelou um dado alarmante em relação ao nível de leitura dos estudantes brasileiros: quase a metade (49,2%) ficou abaixo do nível de competências básicas. No estudo da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) referente ao hábito da leitura em 52 países revela que o Brasil ocupa a 47ª posição. Em países desenvolvidos, uma pessoa lê em média 10 livros ao ano. No Brasil, segundo o estudo, a média é de 4 livros por ano.
Como professor de Literatura e observador cultural, acredito que o estudo esteja errado. A média não pode ser de quatro livros por ano. Alguma coisa está elevando este número! Será que os pesquisadores incluíram os livros didáticos e as revistas sobre fofoca? Infelizmente os jovens com condições de comprarem livros não leem. Imagina a maioria das pessoas que não possuem esta condição? Que média seria essa? Será que fabricaram a amostra nas academias? É triste, pois a leitura é responsável por boa parte do entendimento de mundo não vivenciado na prática. Sem leitura, não é desenvolvido o senso crítico de forma ampla. Será que não é isso mesmo o que a mão invisível do poder almeja?
A solução para mudar este quadro está diretamente ligada às escolas. O investimento na qualidade da educação e a mudança do currículo escolar que engessa o estímulo à leitura em obrigatoriedades que afastam os jovens dos livros serão passos fundamentais para esta transformação. Sonhemos com o dia em que nossos jovens realmente leiam uma média de quatro livros por ano.