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Poupança para alunos do ensino médio é boa ideia, mas não garante fim da evasão, dizem especialistas

  • Por Thiago Teixeira/Bahia Notícias
  • 19 Jan 2024
  • 08:09h

Foto: Reprodução / Metrópoles

A evasão escolar não é uma novidade no Brasil. Por ano, cerca de 500 mil jovens brasileiros acima de 16 anos acabam não completando os estudos e ficam pelo meio do caminho, de acordo com dados do estudo “Combate à Evasão no Ensino Médio: desafios e oportunidades”, publicado em abril de 2023 pelo Sistema Firjan Sesi, em parceria com Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Como as dificuldades financeiras tendem a ser o principal motivo - apesar de não ser o único - que gera a evasão escolar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, na terça-feira (16), o projeto de lei que cria uma bolsa permanência para alunos de baixa renda que estão cursando o Ensino Médio. O problema é que, na visão de especialistas procurados pelo Bahia Notícias, o Pé de Meia - como é chamado o programa - apesar de ser uma boa ideia, não garante que a evasão escolar seja solucionada no Brasil.

O economista, doutor em Relações Internacionais e presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Igor Lucena, destacou que a iniciativa não vai causar grandes impactos negativos aos cofres da União, uma vez que o orçamento do Ministério da Educação (MEC) compreende cerca de 25% dos valores disponíveis pela máquina pública. No entanto, ele tem dúvidas se o Pé de Meia tem condições de, efetivamente, ajudar na diminuição da desistência de estudantes brasileiros em permanecerem nas escolas.

“Acho que gerar uma poupança para os estudantes, de certa maneira, melhora o estímulo para ele continuar nos estudos, tendo em vista que um dos maiores problemas do nosso país na área de educação é a evasão escolar. Por outro lado, ela não resolve um outro problema que é a qualidade de educação. Quando a gente faz uma análise sobre gastos educacionais, cada vez mais, o Brasil gasta mais com educação, seja em aumentos de salários de professores ou novas escolas, mas a gente não faz uma análise sobre como é o resultado desse gasto. E a gente está caindo dentro das operações do Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes]. É algo positivo [o Pé de Meia], mas o grande questionamento é se isso de fato vai tornar em realidade a melhora da evasão escolar. Eu acho que esse é um dos principais pontos que tem que ser analisado”, revelou o especialista.

No Brasil, apenas 60,3% dos estudantes completam o ciclo escolar até os 24 anos, ainda de acordo com o estudo “Combate à Evasão no Ensino Médio: desafios e oportunidades”. Entre os mais pobres, o número dos que concluem o ensino médio é de 46% contra 94% dos estudantes mais ricos. De acordo com o Doutor em Educação e Professor da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Herbert Gomes, 15% dos estudantes baianos em algumas séries, principalmente no terceiro ano do ensino médio, acabam desistindo de completar os estudos. “É uma questão histórica que precisa ser enfrentada e ela é marcada por diversos fatores, como fatores econômicos e acesso à educação. Então é preciso investir em ações para que esses jovens permaneçam nessas escolas públicas, principalmente relacionados às questões de vulnerabilidade socioeconômica e de outros recortes sociais que ampliam essas desigualdades”, destacou o pesquisador.

 

De acordo com o governo, o decreto também irá definir o valor da bolsa permanência, as formas de pagamento, critérios de operacionalização e o uso da poupança de incentivo à permanência e conclusão escolar. O MEC já repassou R$ 6,1 bilhões para o pagamento do incentivo financeiro e deve repassar, ainda, mais R$ 1 bilhão para custear o programa em 2024. Pelo texto, serão beneficiados estudantes de baixa renda regularmente matriculados no ensino médio nas redes públicas, em todas as modalidades, e pertencentes a famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) cuja renda per capita mensal seja igual ou inferior a R$ 218. Para a modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), os estudantes elegíveis estão na faixa entre 19 e 24 anos.

Hebert Gomes acredita que toda ação oriunda de uma política pública para assegurar uma qualidade na educação, regida pelo acesso, permanência e aprendizagem, é muito bem-vinda e pode trazer resultados positivos, mas destaca que o Pé de Meia é apenas a ‘ponta do iceberg’, já que não traz, necessariamente, soluções para todos os problemas que estão por detrás da evasão escolar.

“É preciso estar atento para garantir o acesso e a frequência, e, logo, a permanência, depende de uma escola com estrutura adequada, com metodologias e práticas de ensino contextualizadas, e que possua um valor para as juventudes. Isso é possível com políticas que se complementam a partir da valorização dos docentes, melhorias de infraestrutura e recursos. Depende de uma escola com estrutura adequada, com metodologias e práticas de ensino contextualizadas e que possua um valor para as juventudes e outros recursos que impactam diretamente sobre os aspectos didáticos da escola”, informou o doutor em Educação.

O QUE GERA A EVASÃO ESCOLAR?

Não são apenas questões econômicas que impulsionam esse fenômeno. O desencantamento pelo ensino, questões logísticas e a ‘uberização’ são alguns fatores que contribuem para esse processo, de acordo com o doutor em Ciências Sociais e professor de sociologia da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), José Raimundo Santos.

“Estar na escola não encanta mais. As pessoas olham para frente, para as redes e vêem pessoas com baixa escolaridade tendo sucesso nas redes sociais, sucesso, muitas vezes, maior do que sujeitos que têm escolaridade completa, ensino médio, ou até mesmo nível superior. Vê as histórias do nível superior dirigindo Uber e etc. Isso é um contraponto muito forte. [...] Outra questão é a distância das escolas. Em algumas cidades do interior, têm vezes que os alunos não vão assistir à aula porque o ônibus não tem gasolina. Você tem uma questão de logística também que impede que o aluno chegue à escola. Então eu acho que vale a pena investigar esse campo também”, declarou o especialista.

Um relatório anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado no ano passado, aponta o Brasil como o segundo país, de um total de 37 analisados, com a maior proporção de jovens com idade entre 18 e 24 anos que não estudam e não trabalham, ficando atrás apenas da África do Sul. Nessa faixa etária, 36% dos jovens brasileiros não estão tendo acesso à formação formal e estão sem trabalho.

Na visão do doutor em Ciências Sociais, esse fenômeno evidencia uma falha do Estado e da sociedade. “Nossa sociedade é muito desigual, na forma de acolher os indivíduos nas suas profissões, acolher os indivíduos no mercado de trabalho. E ainda existe uma baixa remuneração, então isso contribui também para que muita gente opte por ficar no trabalho individual, no trabalho meio que empreendedor. Então isso também é forte”, declarou José Raimundo.

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Senado aprova projeto que criminaliza bullying e agrava pena para ataques em escolas

  • Por Folhapress
  • 14 Dez 2023
  • 07:56h

Foto: Lula Marques - Agência Brasil

BRASÍLIA, DF E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Senado aprovou na terça-feira (12) um projeto que tipifica o crime de bullying, inclusive o virtual, e inclui uma série de atos contra menores de 18 anos na categoria de crimes hediondos. O texto também propõe que as prefeituras e o Distrito Federal implementem políticas de combate à violência nas escolas, inclusive com medidas preventivas.

A proposta, que já havia tramitado na Câmara dos Deputados, segue agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O projeto define que o bullying e também o cyberbullying (quando acontece de forma online) são atos de "intimidação, humilhação ou discriminação" realizados "sistematicamente, individualmente ou em grupo, mediante violência física ou psicológica", de forma verbal, moral, sexual, social, psicológica, física, material ou virtual.

O crime passa a constar no Código Penal, com pena de multa. No caso de cyberbullying, também pode render até quatro anos de prisão.

O projeto aprovado também altera o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) para penalizar o responsável que deixar de comunicar o desaparecimento de uma criança, com pena de até quatro anos de prisão.

Para advogados, o projeto de lei é positivo. "É uma resposta que a sociedade precisa porque demonstra como podemos pressionar o Judiciário para que esses crimes tenham punição", diz a advogada Tamiris da Silva, que atua na área do direito da criança e do adolescente
 

 

Renato Blum, advogado de direito digital e presidente da ABPD (Associação Brasileira de Proteção de Dados), concorda. Para ele, a lei vai inibir a prática do cyberbullying e vai dar mecanismo de punição. Ele lamenta que, para o bullying, a punição tenha ficado restrita a multa, mas mesmo assim considera o projeto como um avanço.

No caso de atos infracionais cometidos por adolescentes, não há prazo de internação para cada ato infracional cometido. Iberê de Castro Dias, juiz assessor da Corregedoria Geral da Justiça na área da Infância e da Juventude, esclarece que menores de 18 anos podem ficar reclusos por, no máximo, três anos e até os 21 anos.

"O tempo [de internação] vai depender do efeito da medida socioeducativa aplicada. O adolescente vai ser condenado a internação, e juízes vão pedir relatórios sobre a evolução", explica.

O texto aprovado amplia para até oito anos de prisão a pena para quem exibe ou facilita a exibição de pornografia infantil, prática que passa a ser tratada como crime hediondo.

O projeto também inclui no rol de crimes hediondos -contra os quais não cabe fiança nem anistia- o tráfico de crianças e adolescentes, o sequestro e cárcere privado de crianças e adolescentes e o auxílio, a indução ou a instigação ao suicídio ou à automutilação por meio virtual ou de maneira geral.

A proposta cria a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente, que deverá ser feita por meio de um plano nacional, revisto a cada dez anos, com metas e ações estratégicas.

O objetivo do plano deve ser garantir atendimento, inclusive à família, para casos de abuso e de exploração sexual de menores de idade e aprimorar as ações de prevenção e combate a estas práticas.

PENA POR HOMICÍDIO DE MENORES EM ESCOLA É AGRAVADA

O texto também aumenta a pena de dois crimes já previstos no Código Penal. No caso de homicídio de uma pessoa menor de 14 anos, a pena atual é de 12 a 30 anos de reclusão. Agora, ela poderá ser aumentada em dois terços se for praticado em escola de educação básica pública ou privada.

O crime de indução ou instigação ao suicídio ou à automutilação tem pena de dois a seis anos de reclusão. Com o texto, a reclusão pode ser duplicada se o autor for responsável por um grupo, comunidade ou rede virtuais.

Em relação aos ataques às escolas, o texto prevê que medidas de prevenção e combate à violência contra a criança e adolescente em escolas públicas e privadas devem ser implementadas pelos municípios e Distrito Federal, em cooperação com os estados e a União.

Protocolos de proteção devem ser desenvolvidos pelos municípios junto aos órgãos de segurança pública e de saúde, com a participação da comunidade escolar. O projeto de lei prevê ainda que as instituições que trabalham com crianças e adolescentes e recebam recursos públicos devem exigir certidões de antecedentes criminais de todos os seus colaboradores, atualizadas a cada seis meses.

Já as escolas públicas ou privadas também deverão manter fichas cadastrais e certidões de antecedentes criminais atualizadas de todos os seus colaboradores, independentemente de recebimento de recursos públicos.

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Vereadora Lia Teixeira visita início das obras da nova escola em Cristalândia; ‘realmente é Educar para Libertar’, exaltou

  • Brumado Urgente
  • 10 Dez 2020
  • 08:53h

A vereadora Lia Teixeira não escondeu a satisfação pelo início das obras da nova escola de Cristalândia | Foto: Reprodução Youtube

A vereadora Lia Teixeira (PC do B) vem tendo uma atuação muito proativa, sendo que um dos seus raios de ação mais intensos fica na região do Distrito de Cristalândia, uma de suas bases eleitorais, onde ela vem cumprindo os compromissos e participando ativamente do dia-a-dia dos moradores. Lia, que saiu das eleições municipais ainda mais fortificada, não parou com a sua rotina parlamentar de visitas às obras importantes que vêm sendo desenvolvidas pelo governo municipal. Desta feita esteve visitando o início das obras de construção da nova escola municipal em Cristalândia, já que, a atual, Ana Rodriga Teixeira está desatualizada com o novo modelo de ensino integral. Muito satisfeita, ela publicou um vídeo em suas redes sociais no qual fez questão de dizer que “estamos aqui no antigo campo de futebol da comunidade, onde será construída uma nova, ampla e moderna escola para Cristalândia, o que é mais um grande motivo para a comunidade comemorar”. E ainda fez questão de exaltar o slogan da atual gestão municipal ao citar que “parabéns à administração municipal, pois está comprovando de forma inquestionável que realmente é Educar para Libertar”.

Justiça determina descontos em mensalidades a 3 unidades de ensino de Brumado por causa da pandemia

  • Por George Brito / Cecom/MP-BA
  • 19 Nov 2020
  • 15:48h

(Foto: Brumado Urgente Conteúdo)

A Justiça acatou pedidos liminares realizados em ações civis públicas ajuizadas pelo Ministério Público Estadual (MP-BA) e determinou a três instituições de ensino do município de Brumado, duas escolas e uma faculdade, a redução do valor das mensalidades cobradas aos alunos até o retorno das aulas presenciais, que estão suspensas em razão da pandemia da Covid-19. As três ações foram ajuizadas pelo promotor de Justiça Millen Castro. As decisões foram proferidas nos últimos dias 12 e 13 de novembro.

Para o Centro de Educação Maria Nilza Silva e a Escola Nossa Senhora de Fátima foi determinada a redução de 30% no valor das mensalidades dos alunos da educação infantil (3 a 5 anos) e de 22,5% do ensino médio. Segundo as decisões, as unidades escolares devem possibilitar ao responsável financeiro cancelar ou suspender o contrato e as cobranças das mensalidades, para a educação infantil (creche) até 3 anos, caso a instituição de ensino não esteja prestando serviço em conformidade com os padrões dos Conselhos de Educação, como também garantir a opção da rescisão do contrato, sem considerá-la como inadimplência contratual.

Já a Faculdades Pitágoras deve reduzir em 30% as mensalidades. O desconto poderá ser menor, de no mínimo 20%, desde que a instituição mantenha pelo menos 70% de sua grade de aulas em ambiente virtual. Os descontos, incluindo os das escolas, não podem ser cumulativos com outros previamente concedidos e não podem estar vinculados a qualquer documento comprobatório das condições financeiras do aluno. As instituições devem ainda substituir ou aprimorar a plataforma virtual de reuniões para as aulas remotas, ouvindo sugestões e opiniões dos alunos e pais, em um prazo de 15 dias. Cada descumprimento das decisões gera multa de R$ 1 mil.

Reabertura de escolas e equidade na educação

  • Por José Marcelo Freitas de Luna
  • 31 Jul 2020
  • 15:09h

(Foto: Estadão Conteúdo)

Tenho defendido que o ano de 2020 seja utilizado para a (re)visão de concepções, conteúdos, objetivos, estratégias, recursos, avaliações e referências para o estabelecimento e a manutenção de um senso de presença emocional, cognitiva e instrucional, para as nossas aulas híbridas, a partir do ano de 2021.

Defendi também a distância física, de alunos e professores, dos espaços comprovada e potencialmente inseguros. Tenho defendido, assim, o cuidado com a nossa saúde em geral e com a vida escolar de cada um dos estudantes particular e indistintamente. É o que continuo a fazer, mais responsável e justificadamente ainda. Minha responsabilidade é com a equidade na educação. A justificativa para tratar de reabertura da escola aqui é defender que ela não é segura, tampouco justa.

“Escolas particulares defendem antecipar retomada de aulas presenciais". Notícias como esta tornaram-se frequentes e crescentes no Brasil, incluindo as que dão conta da reabertura já efetuada.

O tom dos entrevistados - os gestores das escolas privadas - é de que os seus espaços estão devidamente delimitados, as suas superfícies encontram-se permanentemente higienizadas, os seus recursos materiais e humanos são à prova de contágios.

Trata-se de uma retórica de superioridade relativamente à escola que nunca teve espaço, limpeza, equipamento, nem profissionais. Trata-se de vender e comprar um produto, não importa o custo para o Outro, para os outros estudantes, para os outros professores, para a nossa saúde.

Sabe-se, com base em resultados de pesquisas confiáveis, que, mesmo que as crianças e os adolescentes conseguissem se manter distantes uns dos outros na escola, as máscaras - mesmo as de grife - não impediriam a infecção; o vírus ainda estará no ar.

Há outros achados científicos que precisam também ser considerados, a saber, a tentativa de adestrar crianças, quando elas já há meses,  sabem que as consequências do seu mau comportamento podem ser mortais para elas, seus amigos ou sua família redunda na piora de transtornos de ansiedade.

Sabe-se, também, que limpar superfícies não é suficiente. A Covid-19 é capaz de pairar no ar. Há pelos menos dois meses, aprendemos, com a OMS, sobre os aerossóis: “pequenas gotículas são suficientemente pequenas para permanecer no ar por horas e podem viajar no ar transportando seu conteúdo viral até dezenas de metros de onde se originaram".

Esse achado pode ser traduzido pela afirmação de que a limpeza de carteiras, do chão, das maçanetas e de outras superfícies da escola não trará segurança absoluta como propagandeia o gestor afoito em reabrir.

Sabe-se que reabrir escolas é cavar, é aprofundar ainda mais o fosso social. Isso porque não são todas a reabrir, tampouco abrirão para todos. Quem nos dá, como professores e alunos de todo o país, a certeza de que haverá equipamentos de proteção - mesmo que não total - para cada um de nós.

Não os temos para os profissionais da saúde, na chamada linha de frente! Como não fazer, neste momento, uma relação com o fato de milhões de brasileiros não terem, historicamente, recursos para o caderno e o lápis?! Há que relacionar, necessariamente, a reabertura com a condição financeira de cada aluno.

Caso as instituições mais frequentadas pela população economicamente carente reabram, mesmo dando a opção para que os alunos estudem remotamente, pais e mães poderão ter que deixá-los na escola.

Essas são tipicamente famílias que nunca puderam deixar de tomar os transportes públicos superlotados, e que, como se já não fosse injusto o suficiente, têm que se enfileirar acotoveladamente para receber o parco recurso financeiro.

Da escola para casa ou vice-versa, os alunos poderão transmitir o vírus. Sim, crianças e adolescentes infectam-se e transmitem a COVID-19, podendo morrer em sua consequência também.Sabe-se que todos os espaços que foram reabertos têm sido ocupados por pessoas que se contaminam mutuamente; a disseminação do vírus está acelerada por esse comportamento em todo o mundo.

A volta às aulas presenciais causará mais interação entre os membros de toda a sociedade: as crianças agirão como crianças; os professores terão que usar os tais transportes, por exemplo; e tudo isso se multiplicará perigosamente, como nos mostram os estudos científicos.

É fato que o vírus pode espalhar-se escola adentro e afora, provavelmente fazendo de vítimas primeiras seus alunos e professores. O que dirão os gestores, os da escola que se diz melhor? Respondo modestamente, para que me ouçam: não há, para a reabertura, segurança emocional, tão fundamental que é para o aprendizado de conteúdos e para o desenvolvimento intelectual. Acrescento: enquanto fechados, foquem na equidade na educação.

José Marcelo Freitas de Luna, doutor em Linguística e professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) 

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Bahia: Deputados aprovam lei que reduz em até 30% mensalidades escolares da rede privada durante pandemia

  • Redação
  • 17 Jul 2020
  • 08:16h

(Foto: Brumado Urgente Conteúdo)

O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA, deputado Nelson Leal, comandou, agora à tarde (16.07), três sessões legislativas virtuais que aprovaram nove projetos de lei, em dois turnos, e dois decretos legislativos para estabelecimento do estado de calamidade pública, em Cipó e Alcobaça.  O principal deles foi de autoria do deputado Alan Sanches (DEM), que dispõe sobre a redução das mensalidades na rede particular de ensino durante a pandemia. “É uma importantíssima medida, que determina a redução das mensalidades nas instituições de ensino infantil, fundamental, médio e superior na Bahia, em caráter temporário, enquanto durar o combate à pandemia da Covid-19, aliviando, principalmente, o orçamento doméstico, já bastante comprometido, dos nossos pais e mães de família”, justifica o chefe do Legislativo estadual.  “As instituições ficam obrigadas a reduzir em até 30% os valores cobrados a título de mensalidade na prestação de serviços educacionais, enquanto durar a suspensão das atividades letivas nas unidades de ensino particular. A redução não se aplicará a instituições cujas mensalidades sejam até R$ 350,00. Não é justo que os pais tenham que tirar seus filhos da escola, ou tornarem-se inadimplentes, neste momento de grave crise social em que vivemos por conta do combate ao coronavírus”, explica o deputado Alan Sanches, autor do projeto, que foi relatado pelo deputado Tiago Correia (PSDB). A medida entra em vigor imediatamente após a publicação da Lei.

Por meio de acordo de lideranças das bancadas do Governo e da Oposição, foram também aprovados os projetos de lei oriundos do Executivo. O primeiro a ser aprovado foi o PL 23.931/2020, que elegeu o educador baiano Anísio Teixeira como patrono da educação na Bahia. “É um justíssimo reconhecendo à importância do grande professor, nascido em Caetité, para a educação e para a cultura do Estado e do Brasil”, destacou a relatora da matéria, a deputada Fabíola Mansur (PSB).

Outro projeto aprovado foi o 23.930/2020, que promove ajustes técnicos às leis nº 14.264, de 15 de maio de 2020, e 14.266, de 22 de maio de 2020, para enfrentamento do combate ao coronavírus, com alterações logísticas ao contexto dos profissionais que atuam na rede pública estadual de saúde, bem como dos pacientes hospedados nos Centros de Acolhimento e Acompanhamento Clínico do Estado da Bahia.

Também por acordo de lideranças, foi aprovado o PL 23.932/2020, que autoriza o Executivo a transferir trechos de rodovias estaduais, em áreas urbanas, de quatro municípios baianos: Lauro de Freitas, Firmino Alves, Ilhéus e Candeias.

De igual modo, recebeu aprovação dos parlamentares baianos o PL Nº 23.940/2020, que modifica itens como o sistema de registro de preços, pregão eletrônico, alterando a Lei nº 9.433, de 1 de março de 2005, sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes do Estado da Bahia. O deputado Soldado Prisco(PSC) foi autor do único voto contrário.

Em acordo com os líderes do Governo, deputado Rosemberg Pinto (PT), e da Oposição, deputado Sandro Régis (DEM), o presidente Nelson Leal retirou de pauta o Projeto de Lei 23.944/2020, de autoria do Executivo, que prevê a criação da Companhia Baiana de Insulina.

SESSÕES EXTRAORDINÁRIA

Além da votação em segundo turno de três projetos de lei, mais duas sessões extraordinárias, convocadas pelo presidente Nelson Leal, aprovaram ainda quatro Projetos de Lei, de autoria do Legislativo, em dois turnos, e os decretos legislativos que estabelecem o estado de calamidade pública nos municípios de Cipó e Alcobaça.

Foram aprovados os projetos de lei 23.878/2020, de autoria da deputada estadual Ivana Bastos (PSD), com relatoria do deputado estadual Antônio Henrique Junior (PP), que obriga os responsáveis pela gestão de condomínios residenciais a avisar às autoridades e órgãos públicos qualquer indício de violência doméstica contra a mulher, crianças, adolescentes e idosos; o 23.804/2020, do deputado estadual Jacó (PT), relatado pelo deputado estadual Niltinho(PP), que dispõe sobre compras emergenciais, pelo Governo do Estado, de produtos da agricultura familiar, de produtos agroecológicos e orgânicos, em razão do combate à Covid-19

 Também foram aprovados os projetos de lei 22.862/2018, de autoria do deputado estadual Alex da Piatã(PSD), relatado pelo deputado estadual Paulo Câmara (PSDB), que torna obrigatório que indústrias e fábricas, instaladas na Bahia, a usarem o selo “Fabricado na Bahia”. Já o deputado estadual Zé Raimundo Lula, professor e Doutor em História, emplacou o projeto 20.650/2013, cujo relator foi o deputado Marcelino Gallo(PT), que normatiza a denominação de ruas, escolas, prédios e bens públicos na Bahia. O projeto exige justificativa a respeito do nome indicado, com a biografia e a relação das obras e ações do homenageado, especialmente com a correlação entre a sua trajetória e a denominação a ser atribuída.

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Rui prorroga fechamento de escolas e suspensão de transporte intermunicipal

  • Alexandre Santos
  • 18 Mai 2020
  • 15:29h

Anúncio foi na manhã desta segunda-feira (18) durante transmissão nas redes sociais do governador | Foto: Reprodução

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), decidiu estendeu por mais 15 dias os decretos que impõem o cumprimento de medidas restritivas em todo estado, a exemplo da suspensão das aulas nas escolas públicas e do transporte intermunicipal em cidades em que há registro de novos casos de coronavírus. O anúncio foi na manhã desta segunda-feira (18) durante transmissão nas redes sociais do governador.

A escola não vai ser mais a mesma após a pandemia

  • Correio
  • 14 Mai 2020
  • 14:17h

(Foto: Reprodução)

Se antes era só levantar a mão para ter a atenção do professor, agora é necessário ativar o microfone da conversa no ambiente virtual de aprendizagem. Nenhuma escola será a mesma de antes. A rotina escolar foi acelerada para um novo tempo e acompanha outras revoluções que estão sendo estimuladas pela pandemia, declarada há mais de 50 dias pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A equação universal professor mais aluno foi dissolvida pelo novo coronavírus. Agora, separada por uma tela, essa dupla tenta se adaptar à uma nova realidade. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), 191 países fecharam escolas e universidades. Isso significa que 1,6 bilhão de crianças e jovens, ou seja, 90,2% de todos os estudantes do planeta estão - ou já estiveram - sem aulas. Momento desafiador para todos e, no Brasil, não é diferente. As aulas presenciais estão suspensas em todos os estados brasileiros desde meados de março. Professores, alunos e famílias vinculados a escolas particulares enfrentam discussões, discordâncias e polêmicas - além da preocupação com a saúde individual e coletiva, questões emocionais e financeiras. Diante de uma realidade adaptada às pressas, a cada dia mais pessoas se debruçam sobre o tema e a pergunta ganha força: afinal, para crianças e adolescentes, o ensino à distância, através de aulas onlines, faz sentido?

Escolas e plataformas

A diretora da Escola de Educação Infantil Kurumi, Harmonia Ferri, defende que o contato remoto ajuda a acolher a criança e isso faz a diferença no nesse momento de pandemia. “A ampliação do simbólico, a vivência da emoção, a experiência da saudade, se imaginar na escola brincando no espaço que mais gosta, ouvindo uma canção que a acolhe nos momentos da roda [de música], ouvir aquela história contada pelo educador, plantar um pé de feijão e acompanhar o seu crescimento até a volta à escola. Esse contato remoto não vem com conteúdos pedagógicos formais, mas sim como conteúdos humanos”.


A escola não pode mais parar no tempo lá no século 12, quando surgiram as primeiras salas de aula com professores no quadro e alunos sentados em suas carteiras. Para o diretor do Google for Education para América Latina, Daniel Cleffi, a tecnologia não vem para substituir a forma de aprendizagem, mas para oferecer instrumentos que possam agregar ao processo.

 

“Embora a tecnologia sozinha não melhore a educação, estamos otimistas de que ela pode ser uma parte poderosa da solução. Neste momento desafiador, escolas e professores precisam ser ágeis nas decisões e próximos nas conexões com as famílias e os alunos”.

 

A plataforma do Google está sendo usada atualmente por 120 milhões de alunos e professores e a adesão tem crescido. “As ferramentas são um 1meio', e quem a conduz o processo são professores e educadores. Os recursos ajudam os professores a economizar tempo, aumentar a colaboração e inspirar curiosidade enquanto os alunos descobrem e aprendem juntos em qualquer dispositivo, de qualquer lugar”, acrescenta Cleffi.

 

Impacto nas famílias

No pacote que inclui trabalhar de casa e cuidar de todas as tarefas domésticas, chegou também, para muitos pais e mães, a novidade do protagonismo na orientação da educação formal dos filhos. As formas de lidar são diversas e, claro, dependem da realidade de cada família.

 

A assessora Cássia Mazza, mãe de Larissa (6º ano), tem se esforçado para manter a rotina escola, em casa, mas confessa: “Pra mim, está sendo um desafio enorme. Além das atividades online, eu faço um resumo com ela e perguntas orais, exercícios, produzimos textos”.

 

Na casa da assistente de faturamento Giselle Rocha e do analista sistemas Marcel Ferreira, o desafio é prender a atenção de Noah, 5 anos. Isso, ainda conciliando com o home office: “Nessa fase, as crianças não têm paciência para ficar mais do que 10 minutos assistindo uma vídeo-aula. Se tiver música, ilustrações ainda funciona. Mas se for só a professora falando, não é a mesma coisa”, diz o pai. 

 

Giselle acredita que a escola precisa diversificar mais as atividades. “Estamos, aos poucos, conseguindo quebrar essa resistência para as aulas online, no entanto, vale trazer atividades que estejam adequadas a esse processo”.

 

A mesma sensação tem Elen Campos, mãe de Maria Alice, 3 anos. Além de acompanhar as atividades, Elen se vira para dar conta também do irmãozinho de Alice, Pedro, de seis meses.

 

“Tem dias que dá e tem dias que não e como a gente sente algumas limitações por parte da escola, a maior lição que tenho aprendido é ser criativa. O formato que a escola dela escolheu, não prende a atenção, especialmente por eu não estar conseguindo manter uma rotina”, confessa.

 

Disciplina não é tarefa fácil. A relações internacionais Ariane Vieira conta que só alcançou este estágio com a experiência que os filhos tiveram com o homescolling (educação domiciliar), antes de ingressarem no ensino convencional, no último ano.

 

Mãe de cinco crianças entre 8 meses e 8 anos, ela diz que a adaptação das três filhas mais velhas às atividades digitais foi bem rápida. “Fiquei até impressionada. Elas se abriram muito, também. Claro que é puxado para os pais, mas a experiência que a gente teve no homescolling lá atrás, ajudou muito e isso acaba dando uma vantagem neste momento, principalmente com relação a essa cultura de programar tempo”.

 

Pressão  

Aulas para três escolas particulares diferentes das 7h até às 16h em turmas de Inglês e Redação do 9º ao 1º ano do ensino médio. Some aí também três filhos para acompanhar e dividir o computador. “Eu já gravei a mesma aula quatro vezes, assisto e não acho legal. Sempre falta algo. Fico triste, me sinto cansada, levanto a cabeça e vamos lá de novo. Isso mexe com o emocional de quem está cheio de atribuições escolares, preocupado com o aluno, se esforçando para que dê certo”, conta a professora Fernanda Senna.

 

O que era um processo de adequação se tornou uma situação de emergência para esses profissionais, obrigando muitos deles a viraram ‘youtubers’, da noite para o dia. “A relação com o digital era o básico. Hoje, posso dizer que estou mediana. Já aprendi muita coisa e estou gostando muito desse aprendizado, mas confesso que a barreira maior é gravar aulas”.

 

Quem imaginaria que ao invés de pedir silêncio para seguir na aula, os professores agora precisariam desativar os microfones dos alunos na sala virtual? Para Fernanda, não há outra solução a não ser se adaptar e, ao mesmo tempo, transformar as formas de educar.

 

“Eu também tenho uma escolinha de percussão. Tocávamos sempre nos intervalos e eles amavam. Com o isolamento, me pediram para a gente fazer uma live”. Em casa, Fernanda afirma que assim como as aulas são planejadas há um cronograma de estudos montado para a família toda.

 

“Somos só nós quatro. E, nesse momento, quem não tem o apoio da família, o processo se torna mais difícil. Fiz o cronograma semanal, coloquei meus filhos para ajudarem com as tarefas de casa, além dos estudos, e assim a gente vai conseguindo dar conta. Organização tem sido a palavra de ordem”, completa.

 

E medo, claro. Não só do novo coronavírus, mas também do risco de desemprego ou redução de salário: “Medo não, sinto pavor. Minha família depende do suor do meu trabalho”, diz Fernanda.

 

Produtividade discutível

O sentido disso tudo não é consenso e o debate multidisciplinar. Passa por direito do consumidor, pedagogia, psicologia, sociologia, política... e não acaba aqui. Para Nelson Pretto, professor titular (e ativista) da Faculdade de Educação da Ufba, doutor em educação, bolsista do CNPQ e membro da Academia de Ciência da Bahia, há muito mais com o que se preocupar, além da grade curricular.

 

“O papel dos pais não é o de substituir a escola e o trabalho do professor. (...) Eu estaria cobrando debates mais coletivos sobre as desigualdades econômicas e sociais, sobre as questões ecológicas, que se constituem hoje num dos maiores desafios futuros para as nações e o planeta. Certamente, não estaria cobrando cumprimento de carga horária nem de números de dias letivos”.

 

Já Mariana Caribé, musicoterapeuta, educadora e doutoranda em Educação e Contemporaneidade, se preocupa com sequelas físicas e emocionais que as crianças possam adquirir nesse período:

 

“A gente tem que lembrar que a infância vai até os 12 anos e que as recomendações, inclusive, que temos sobre uso de telas, das organizações internacionais para as crianças é um tempo muito, muito, menor do que aquele ao qual elas estão expostas, agora. Há questões sérias aí”.

 

Há chances, ainda, de o método interferir no processo de aprendizagem de alguns alunos, como analisa a psicopedagoga do Núcleo de Apoio Psicopedagógico da UniFTC de Salvador e doutora em Educação, Mariana Soledade.

 

“Não creio que as aulas virtuais vão substituir as presenciais. Elas estão proporcionando outras formas de aprender neste momento diferente, porém as plataformas digitais têm um limite que não conseguem contemplar, por melhores que elas sejam”.

 

AÇÕES NA REDE PÚBLICA

Rede Municipal  São 435 escolas com 140 mil alunos. Desde 27 de abril, unidades imprimem e distribuem atividades para Ensino Fundamental I e  Educação de Jovens e Adultos (EJA). Para as crianças dos anos iniciais, a estratégia prevê divulgação de cards e vídeos curtos. Os vídeos vão estar disponíveis no canal da Smed no YouTube e no site educacao.salvador.ba.gov.br. As escolas também têm grupos de Whatsapp, emails e contato com as famílias. A central da Smed está disponível pelo (71) 3202-3191.

 

Rede Estadual  Desde o início do isolamento social, as 1.265 escolas do estado utilizam a sala de aula virtual da plataforma Google Classroom, grupos de Whatsapp e de estudo na página do Facebook. Os estudantes contam ainda com atividades em formulários eletrônicos enviadas por e-mail. A rede estadual tem 800 mil alunos.

 

O QUE DIZ A LEI

Sobre o calendário letivo O Ministério da Educação (MEC) autorizou que as escolas distribuam a carga horária em um período diferente aos 200 dias letivos previstos em lei. Isso significa que os cursos de educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio ganham a oportunidade flexibilizarem e até mesmo reduzirem a quantidade de 200 dias letivos, desde que sejam cumpridas as 800 horas obrigatórias.

 

Atividades à distância estão valendo? Sim. Em situações emergenciais, atividades a distância podem ser aplicadas nas séries do Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação Profissional e Técnica do Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial.

 

 As atividades à distância serão aproveitadas? Sim. Todas as atividades não presenciais podem ser validadas como conteúdo aplicado, mas é preciso que haja uma autorização da autoridade educacional do estado ou do município.

 

O calendário escolar vai mudar?  Estados e municípios irão indicar como será a reposição de conteúdos e atividades, em horas e dias letivos. Porém, na última terça-feira (28), o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou mais algumas diretrizes para orientar escolas nesse momento de pandemia. Uma delas, sugere a reposição de carga horária seja feita utilizando períodos não previstos como recesso escolar do meio do ano, sábados, e com reprogramação de períodos de férias. A ampliação da jornada escolar diária por meio de acréscimo de horas em um turno ou utilização do contraturno para atividades escolares também são alternativas.

 

Quais são as recomendações para os cursos de Educação Infantil?  Ainda de acordo com as diretrizes aprovadas pelo CNE, o conselho orienta que os gestores das creches e pré-escolas busquem uma aproximação virtual dos professores com as famílias e sugiram atividades às crianças e aos pais e responsáveis.

 

COMO FICAM AS MENSALIDADES?

As escolas precisam apresentar suas planilhas   Segundo o superintendente de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-BA), Filipe Vieira, as escolas devem disponibilizar para as famílias as planilhas de antes da pandemia e a nova planilha com a reprogramação financeira e pedagógica para o ano letivo. “A partir daí, escolas e pais podem negociar os descontos possíveis na manutenção do contrato”, destaca.

 

As instituições de ensino devem oferecer a mesma qualidade na prestação dos serviços, seja ele na modalidade online ou presencial “Estamos falando duas relações contratuais que são fundamentais nos contratos de serviços educacionais:  a educação e o consumo. Uma tem impacto na outra e a escola deve garantir o ensino-aprendizagem com a mesma qualidade”, explica ainda Vieira.

 

A solução é negociar 

Os pais precisam sinalizar junto a escola, caso tenham perdido renda, contratos ou tenha ficado desempregado nesse momento de pandemia. A escola, por outro lado, tem que estar disposta ao diálogo e buscar uma alternativa de negociação para chegar a um acordo com estas famílias. “Conciliar é a melhor solução, por isso insistimos no diálogo. Os pais que não conseguirem esse acordo junto a escola, podem procurar o Procon-BA para ajudar nisso”.   As denúncias ao órgão podem ser feitas pelo aplicativo Procon-BA Mobile ou no e-mail [email protected].

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Carta Aberta das Escolas da Rede Privada de Brumado/BA

  • Divulgação
  • 13 Mai 2020
  • 12:46h

Estamos vivendo uma das maiores crises dos últimos cem anos. O vírus, COVID-19, que se alastra por todo o mundo, justificando a qualificação como pandemia, traz problemas que ultrapassam o aspecto saúde, e atingem as demais áreas da organização humana. Fato que, por si, exige ação baseada na responsabilidade compartilhada, solidariedade mútua, e atividade coordenada entre as principais entidades, civis e públicas, para que possamos enfrentar o momento da melhor forma possível.

Com a determinação de proibição de aglomerações, as aulas presenciais foram suspensas e, consequentemente, as escolas foram fechadas. Fato que originou questionamentos em relação à manutenção do valor integral das mensalidades das escolas da rede privada, pois, em tese, os custos teriam diminuído. Isto associado à questão da crise econômica que afeta a capacidade financeira dos responsáveis pelos alunos.

A relação estabelecida entre escola e aluno, enquadra-se em uma relação de consumo, com obrigações mútuas: a escola em oferecer os serviços educacionais de acordo com suas diretrizes e o aluno em arcar com o pagamento para tanto.

Importante compreender que, embora os valores sejam pagos de forma mensal, não se trata de uma relação de trato sucessivo onde as obrigações se renovam a cada mês. O contrato é anual, sendo parcelado de forma mensal de modo a facilitar o pagamento.

Por óbvio, é compreensível o questionamento sobre a manutenção da integralidade das mensalidades das escolas. No entanto, faz-se necessária a compreensão de que as escolas também foram atingidas com a crise. Isso porque, ao passo que as despesas fixas com manutenção reduziram, despesas outras surgiram, a exemplo do investimento em plataformas digitais para possibilitar a continuidade do ano letivo e não gerar maiores prejuízos aos alunos.

As escolas compreendem e se sensibilizam com a questão, no entanto, é preciso ponderar que cada escola possui uma realidade diferente, e a política de descontos será aquela adequada dentro de suas próprias particularidades. Lembrando que, em sua grande maioria, o quadro de professores se mantem ativo e com todos os compromissos que derivam dessa relação: salários, encargos, dentre outros.

Com esse cenário, faz-se primordial que as relações sejam baseadas no bom diálogo entre os consumidores e fornecedores (aluno/escola), com a prevalência do bom senso e da transparência, de modo unificado, a fim de se evitar surpresas e desgaste na relação, sempre na busca da manutenção do equilíbrio contratual firmado entre as partes e no compromisso com o desenvolvimento cognitivo dos alunos.

Portanto, as escolas da rede privada de ensino de Brumado-BA compreendem os questionamentos levantados por seus consumidores, e afirmam que já estão compromissadas com a nova realidade e, dentro das possibilidades e peculiaridades de cada uma, já buscam atender às reivindicações pleiteadas.  

Ademais, as escolas irão responder às recomendações da 1ª Promotoria de Justiça de Brumado, além de esclarecer todas as medidas já tomadas desde o fechamento das escolas, com o intuito de buscar a melhor solução para todos os envolvidos.

 

08 de maio de 2020, Brumado-Ba.

 

Centro de Educação Maria Nilza Azevedo Silva

Taisa Maria Azevedo Gondim Meira

 

Centro Educacional Monteiro Lobato – unidades 01 e 02.

Nilvane Pires de Souza Bonfim

Maria Pires de Souza

 

Escola Centro Educacional Paulo Freire 

Neliana  lima Meira  anjos

 

Escola Educacional Artinfância

Regina Celia Lima Pires

 

Escola Nossa Senhora de Fátima / Castelinho da ENSF

Maria José Ramalho de Meirelles / Conceição Aparecida Oliveira de Meirelles

 

Escola Pequeno Príncipe

Santina Marinho

 

Colégio  Objetivo  de Brumado

 Lucide  de Matos Lobo.

Brumado: MP recomenda às escolas particulares adequação à pandemia na cobrança das mensalidades

  • Brumado Urgente
  • 29 Abr 2020
  • 10:06h

(Foto: Brumado Urgente)

Por ação da 1ª Promotoria de Justiça de Brumado foi emitida uma recomendação à todas as escolas particulares de ensino na cidade que não venham a efetuar cobranças de juros ou mora em virtude do atraso no pagamento das mensalidades durante o período de isolamento social, já que inúmeros prejuízos financeiros atingiram os mais diversos setores da economia local. Segundo a recomendação, as instituições deverão divulgar suas planilhas aos meses do período de suspensão das aulas, para o ano letivo de 2020, bem como concedam aos seus consumidores um desconto proporcional, no valor da mensalidade de março, relativo aos dias em que não houve a prestação dos serviços, desconto que poderá ser abatido no valor de abril, caso a de março já tenha sido quitada integralmente. Idêntico procedimento deve ser adotado nos meses subsequentes, enquanto durar a pandemia, considerando a diminuição dos custos e os novos investimentos. A opção do consumidor de rescindir o contrato, caso não concorde com a revisão contratual, por ser motivada pelo caso fortuito ou de força maior, não pode ser considerada inadimplemento contratual. As instituições de ensino deverão informar ao Ministério Público o acolhimento desta recomendação no prazo de 10 (dez) dias.

Governador anuncia prorrogação do fechamento das escolas na Bahia

  • Redação
  • 07 Abr 2020
  • 13:51h

(Foto: Reprodução)

Durante #PapoCorreria, transmitido ao vivo pela internet nesta terça-feira (7), o governador Rui Costa informou que as escolas públicas e privadas de todo o estado terão o período de fechamento adiado por conta da pandemia do novo coronavírus. “Vamos prorrogar o fechamento das escolas. Ainda não está no momento de nós pensarmos na abertura. Vamos acompanhar as próximas duas, três semanas, para ver como se comporta a curva de contaminação na Bahia”, afirmou. Um decreto estadual publicado em 19 de março suspendia por 30 dias as aulas, mas uma nova data para o fim da medida será definida e anunciada pelo governador nos próximos dias. Rui disse ainda que as cidades baianas sem casos registrados de coronavírus por 15 dias, ou seja, até o próximo domingo (12), terão flexibilidade nas regras de isolamento. “É desta forma que vamos conseguir controlar e manter um ponto de equilíbrio entre a vida humana e alguma atividade necessária pra manter emprego e renda na vida das pessoas. É preciso um ajuste fino, um controle muito detalhado de cada região e é isto que estamos fazendo dia e noite para garantir o controle e a vida do ser humano”, destacou.

SMTT cancela as vistorias do transporte Escolar que aconteceria a partir do dia 31 de março.

  • Ascom | PMB
  • 20 Mar 2020
  • 09:27h

(Foto: Divulgação)

Em nota a Superintendência de Trânsito e Transportes do município de Brumado emite o comunicado do cancelamento momentâneo das vistorias dos veículos do transporte escolar municipal que aconteceria a partir do dia 31 de marco de 2020. O superintendente da SMTT Castilho Viana, explica que se tornou impossível manter a programação já agendada diante a crise na saúde pública instalada em todo o país e esta medida é necessária para manter a segurança para toda a população. “Esperamos que o mais rápido possível passe esta crise e possamos voltar às atividades normais”, finaliza Castilho.

Merenda e transporte escolar podem ser afetados pela PEC do Fundeb

  • Rede Brasil Atual
  • 26 Fev 2020
  • 15:50h

(Foto: Reprodução)

Considerado um dos melhores do mundo, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) atendeu, só em 2017, mais de 41 milhões de estudantes, com investimento de R$ 3,89 bilhões. No mesmo ano, o Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate) – que faz toda diferença em um país onde nem todas as escolas estão onde deveriam estar, próximas dos alunos – beneficiou 4,54 milhões de alunos, com orçamento de R$ 592,90 milhões, segundo dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Estas ações, entre outras essenciais para o acesso, permanência e aprendizado de alunos da pré-escola ao ensino médio, correm sério risco de extinção caso seja aprovado o relatório que a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) apresentou nesta terça-feira (18) à comissão especial da chamada PEC do Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Não foi votado devido ao pedido coletivo de vistas dos integrantes da comissão Em seu texto, tido como piorado por especialistas devido a pressões, a relatora atrela o Salário Educação, que financia esses programas, à complementação da União ao Fundeb. “O relatório realiza, na prática, uma maquiagem, fruto de reunião liderada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia”, alerta o comitê diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação em posicionamento público divulgado esta semana. Segundo o documento, se o texto tal como está for aprovado na comissão especial e passar no plenário da Câmara e depois no Senado, o governo federal ficará livre da responsabilidade com o financiamento adequado da Educação Básica (pré-escola ao ensino médio). E não haverá outra saída aos gestores estaduais e municipais senão utilizar os recursos do próprio Fundeb para custear programas hoje financiados diretamente pelo Salário Educação, “neutralizando assim o potencial de ampliação da complementação ao Fundeb”. “Em outras palavras, as redes públicas permanecerão asfixiadas e os estudantes da educação básica pública continuarão sendo prejudicados”.

Desprezo

No entanto, não é apenas a “maquiagem” em relação à complementação do governo federal que a Campanha considera um obstáculo à conquista do direito da educação pública de qualidade. Há críticas quanto ao desprezo a metas do Plano Nacional de Educação, especialmente quanto à implementação do Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi) e Custo Aluno-Qualidade (CAQ), parâmetros instituídos no Plano Nacional de Educação para corrigir as desigualdades e determinar condições adequadas para oferta do ensino.

No entanto, o sistema CAQ vem enfrentando resistência no Congresso e no governo federal. “Não querem a constitucionalização do CAQ os Ministérios da Educação e da Economia do governo Bolsonaro, e a ONG ‘Todos’ Pela Educação’. Com isso, compõe-se uma aliança tácita contra a universalização de escolas públicas capazes de garantir o processo de ensino-aprendizagem’, destaca o documento.

Outra barreira é à proposta de remuneração por desempenho, fruto do lobby de parlamentares comprometidos com a “reforma empresarial da educação”. “Contudo, caso seja mantido esse mecanismo antipedagógico para distribuição de recursos do Fundeb, é preciso aprimorar a redação do substitutivo, vedando que redes públicas com maior arrecadação e, portanto, com maior capacidade de avançar nas avaliações de larga escala, não sejam ainda mais privilegiadas”, recomenda.

Prejuízo

Em vigor desde janeiro de 2007, o Fundeb expira em 31 de dezembro. Se não for renovado, o montante total de R$ 156 bi destinados pela União, estados e municípios à educação serão totalmente desorganizados na sua implementação. Ao mesmo tempo, 40 milhões de matrículas vão ficar descobertas, o que significa prejuízo enorme para o direito à educação.

“A gente considera que para ser bom, o Fundeb deve ser robusto, ter os recursos necessários para educação básica. Tem muita criança fora da creche, criança e adolescente fora da escola. E tem de viabilizar um padrão de qualidade capaz de dar condições aos professores de ensinar e aos alunos de aprender”, diz o coordenador geral da Campanha, Daniel Cara.

Esse Fundeb robusto, segundo ele, tem de respeitar a tradição de distribuição de recursos e ao mesmo tempo criar recursos equitativos para a sua distribuição: Um sistema híbrido que combine o que já vem sendo feito nos últimos 20 anos como estratégia de distribuição de recursos, que muitas redes se estruturaram com base nessa lógica, com novos mecanismos de distribuição. “Caso contrário, muitos municípios perderiam fontes de recursos, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Seria um caos para quem precisa de mais recursos.”

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Escola na Bahia onde crianças passaram mal segue interditada; mais de 200 foram internadas

  • Brumado Urgente
  • 17 Fev 2020
  • 16:16h

Crianças de escola no interior da Bahia passaram mal — Foto: Reprodução/TV Bahia

O Colégio Municipal Doutor João Paim, onde estuda a maior parte das crianças que foi hospitalizada depois de passar mal em São Sebastião do Passé, na região metropolitana de Salvador, segue interditado nesta segunda-feira (17). Segundo informações da prefeitura, 221 crianças com idades entre 11 e 13 anos, deram entrada em hospitais da Bahia, com sintomas semelhantes: enjoo, diarreia, vômitos, febre e corpo mole. Após os sintomas, as crianças foram atendidas e medicadas no Hospital Municipal Albino Leitão. Na manhã de sexta-feira (14), no entanto, outras cinco crianças, de colégios particulares, que não tiveram os nomes divulgados, apresentaram os mesmos sintomas. Elas também foram encaminhadas para a unidade hospitalar. Do total de 221 crianças, 206 foram atendidas e já receberam alta. Quinze foram transferidas e destas, cinco ainda estão no Hospital Santo Antônio, em Salvador, e duas no hospital de Catu, cidade a cerca de 27 km de São Sebastião do Passé. A água fornecida no Colégio Municipal Doutor João Paim está sendo analisada pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Salvador. Não há previsão de quando o resultado será divulgado. A suspeita é de que haja uma contaminação da água. A instituição é abastecida com água de um poço. A prefeitura informou que foi solicitada uma instalação de água para a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), na unidade de ensino. Equipes da empresa já trabalham no local. A gestão municipal informou ainda que o governo do estado ofereceu duas escolas estaduais para que o ano letivo da rede municipal não seja alterado diante das circunstâncias. Entretanto, inicialmente não será necessário o uso da estrutura das unidades de ensino. Não há detalhes sobre a data de quando o Colégio Doutor João Paim será liberado. Além da água, amostras do lanche do colégio também foram colhidas na quinta-feira e encaminhadas para o Lacen. Ainda de acordo com a prefeitura, é quase que descartada a hipótese de que os sintomas foram provocados pela merenda, já que nem todos os estudantes consumiram o lanche da escola. Um gabinete de crise envolvendo integrantes da prefeitura, a Polícia Civil e a Sesab, foi formado para apurar e acompanhar a situação.

 

Senadora quer CNH grátis e fim de autoescola obrigatória

  • Informações do R7
  • 14 Fev 2020
  • 19:10h

enadora diz que aprendeu a dirigir com o pai e passou de primeira, sem pistolão. Ela defende projeto de sua autoria que está na CCJ | Foto: Reprodução

A senadora Kátia Abreu subiu na tribuna do plenário do Senado nesta terça-feira (11) para defender a CNH gratuita para todos os brasileiros e fim da obrigatoriedade de aulas em autoescola..— Eu aprendi a dirigir com o meu pai, e de classe média baixa, passei de primeira, sem pistolão. A senadora é autora de projeto de lei (PL 6.485/2019) que acaba com a obrigatoriedade de aulas teóricas e práticas para prestar os exames da carteira de motorista. O argumento central é que o custo para tirar a CNH hoje é de R$ 2,5 mil, o que praticamente inviabiliza o documento para a baixa renda. De acordo com a senadora, 70% desse custo se deve a obrigatoriedade da autoescola. O PL deve ser analisado neste ano pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que elabora parecer sobre o texto.