Briga interna no DEM botou pedras no caminho de ACM Neto para 2022

  • Levi Vasconcelos
  • 09 Fev 2021
  • 16:07h

Parece que além do estrago provocado por Rodrigo Maia, que cai atirando, Neto vai precisar gastar energia para recuperar o prestígio | Foto: Reprodução

Se a lógica do jogo político para a configuração de candidaturas competitivas num estado como a Bahia implica em popularidade cá e boas articulações lá no plano federal, definitivamente 2021 começou mal para ACM Neto.

O ex-prefeito de Salvador preside o Democratas em nível nacional. De saída, um bom trampolim federal. Mas o partido acabou funcionando na contramão. Com a implosão, perdeu o amigo Rodrigo Maia (RJ), ex-presidente da Câmara que o chama de traidor, e patina na busca de uma nova cara.

Neto rebate, diz que a culpa é do próprio Rodrigo, que colocou os interesses dele acima dos outros, mas o fato é que o fogo amigo estragou o jogo.

Maria-mole

No fim de semana, ele dizia que o partido é independente. E na rota presidencial tem quatro nomes, o de Bolsonaro, é óbvio, onde estão aninhados os aliados dele; Ciro Gomes, namoro que parte de Salvador quando Leo Prates, deputado e secretário da Saúde na capital, entrou no partido, além de Ana Paula Matos estar como vice de Bruno Reis; também cogita João Dória, governador de São Paulo; e Luiz Henrique Madetta, o ministro da Saúde do início da pandemia que foi demitido porque estava aparecendo mais que ‘o chefe’ – Bolsonaro.

Mas parece que além do estrago provocado por Rodrigo Maia, que cai atirando, Neto vai precisar gastar energia para recuperar o prestígio. O próprio Mandetta, que seria uma solução interna, do DEM, dispara:

— Ele (Neto) não descarta nada, tudo pode ser. É tipo maria-mole, que vai pra um lado, vai pra outro.

Nisso convém a ressalva. O jogo sempre importa como termina, e não como começa, embora, às vezes, o começo determine o fim.