Brumado: Será que a ‘queda de braços’ nas eleições do Poder Legislativo irá reeditar o Imbróglio de 2009?

  • Editorial Brumado Urgente
  • 09 Dez 2020
  • 10:23h

(Fotocomposição: Brumado Urgente)

Quem acompanha a política brumadense nas últimas décadas sabe que um dos momentos mais inquietantes e, porque não dizer, revoltantes, ocorreu quase que instantaneamente após as eleições de 2008, a qual foi muito disputada e teve como vencedor o prefeito Eduardo Lima Vasconcelos, que, inclusive, vai, neste ano de 2021, para a sua quarta gestão.

O fato em questão ficou conhecido como o “Grande Imbróglio” que teve como protagonismo a briga pela presidência da Câmara de Vereadores, que, naquele momento tinha sido vencida pelo vereador Leonardo Vasconcelos.

Logo depois da posse, o imbróglio se instalou, o qual foi marcado pelas bruscas mudanças de humor do gestor municipal, que, ao longo da batalha jurídica para destituir o então presidente do seu cargo, chegou a fazer promessas, deixando a barba e o cabelo crescer, como uma espécie de indignação que mexeu fortemente com o psicológico de todos os que integravam o primeiro escalão de governo.

Depois de praticamente um ano inteiro, - com o governo municipal paralisado sob um clima de forte tensão -, entre liminares e mais liminares, tendo como um dos ápices o “Episódio da Sapatada”, onde um dos “homens-forte” do prefeito chegou a arremessar um sapato visando atingir o vereador Leonardo Vasconcelos, o duelo terminou com a posse de uma nova mesa diretora, tendo como novo presidente o então vereador Aguiberto Lima Dias.

Agora, passada mais de uma década, já começa a ser vislumbrada a possibilidade de uma reedição do Imbróglio, já que a briga pela presidência pode ter como vencedor o vereador Rey de Domingão (DEM), que é um forte aliado de Léo Vasconcelos e um dos maiores críticos e rivais do prefeito Eduardo Vasconcelos que já em está em ritmo frenético agindo nos bastidores para impedir que os planos da oposição se efetivem.

Realmente para que a governabilidade possa ser plena e efetiva, o chefe do executivo brumadense tem que ter o Poder Legislativo ao seu lado, pois só assim para que os seus projetos possam a ser aprovados sem maiores entraves.

Conhecido por ser “devoto” da filosofia de Maquiavel, que preconiza, em seu manual, que a maldade se faça de uma só vez, logo no início, para que o povo se traumatize e logo esqueça estes atos, Vasconcelos já estaria com vários desses projetos para serem colocados para votação, só que, caso a presidência fique com a oposição, esse planejamento não poderia ser efetivado, então, diante deste novo desafio, ele já estaria começando a mover “céus e terra” para reverter os planos oposicionistas.

Esse cenário traz, inevitavelmente, uma possível reedição do Imbróglio de 2009, com uma grande e “interminável” batalha jurídica nos bastidores, mas, pelo bem do município, que esse episódio não se repita, pois quem perderá, como sempre, é o povo, pois a gestões ficam paralisadas.

Essa é mais uma prova que a política em Brumado ainda está nos “tempos dos dinossauros”, onde o revanchismo, o provincianismo, as provocações, as ações abaixo do joelho e até o ódio, tomam o lugar da racionalidade e da boa governança a favor do povo.