Eleições 2020: e o Corona disparou, disparou ...

  • Editorial Brumado Urgente
  • 20 Nov 2020
  • 11:09h

(Fotocomposição: Brumado Urgente)

Para muitos a pandemia provocada pelo novo coronavírus é uma ficção, ou até um catalisador para as mais incríveis teorias da conspiração, mas, deixando de lado as especulações, a tela fria da vida real mostra que a Covid-19 é uma doença que pode levar a morte, especialmente para os grupos de risco, que são os portadores de comorbidades e os idosos.

As previsões que apontavam para um período eleitoral de “trânsito livre” para as aglomerações se cumpriu e o Brasil, do Oiapoque ao Chuí, assistiu os apaixonados saírem às ruas para reverenciar e aclamar os seus candidatos, muitos dos quais, aboliram o uso de máscaras, expelindo os seus perdigotos invisíveis a cada grito que davam.

A mídia que muitas vezes é vista como a “vilão da história” alertou de forma insistente os riscos do contágio, mas os interesses políticos e partidários, ao que tudo indica, falaram mais alto e as aglomerações continuaram, mesmo com os índices de contágio aumentando todos os dias.

O lema “política acima da vida” parece que pavimentou as ruas que viram os paredões passando com suas “muvucas” enlouquecidas, numa catarse insana que, de forma tênue, causava uma “brain wash” coletiva, onde nada tinha mais valor, somente a vitória nas urnas dos seus candidatos, que seriam “ungidos” como uma espécie de messias que resolveriam todos os problemas num passe de mágica.

As notórias aglomerações não passaram em branco dos conscientes, que sempre alertavam as autoridades sobre os riscos do aumento considerável da taxa de transmissão, mas, como “vozes no deserto” não encontraram ecos e as concentrações continuaram sob as “vistas grossas” do TSE, TRE, Comarcas Eleitorais e dos governos, que emitiam notas de alerta, mas que não proibiram as manifestações, sabe se lá porque motivo.

Somente 5 dias antes do pleito, que tudo foi proibido, mas mesmo assim com a forte pressão partidária, “deram um jeitinho” de permitir que as campanhas voltassem às ruas.

Então, parafraseando o “hit” das eleições 2020, o coronavírus disparou, disparou e a conta quem vai pagar? Certamente serão as famílias que terão que chorar os seus entes queridos que partirão sem poder ter uma cerimônia fúnebre à altura de suas memórias.

Sei que muitos irão classificar de “textão lacrador”, mas a Covid-19 é uma realidade, bem que não poderia ser como vários artistas e até políticos acreditavam, mas é uma doença invisível e sorrateira que desafiou a ciência moderna que, pelo menos até o momento, não conseguiu comprovar a cura, apesar dos avanços nas vacinas, só que, a mutação do vírus (que é uma variação mais agressiva da gripe) é tão misteriosa, que, ao que tudo indica, logo, logo, terá que fazer um “upgrade” na vacina, pois assim acontece com a H1N1 e outras derivações, onde, todos os anos, as pessoas têm novamente que se imunizar.

Que a memória e o legado do casal de médicos José Clemente e Cristina não sejam esquecidos, pois eles, no meio do processo eleitoral, acabaram sucumbindo ao vírus que muitos fazem questão de afirmar que é inofensivo.

Que as máscaras da conveniência venham a cair, assim como os conceitos ideológicos da política, que foram visceralmente desmascarados pelo gênio Zé Ramalho que inspirado no inigualável Aldous Huxley expressou em sua canção “Admirável Gado Novo” a distopia e manipulação psicológica do povo, que como gado, vai para o curral inconsciente sentindo a ferrugem lhe comer.