Ronaldinho, a pandemia, Bolsonaro e os ‘bundões’ que retratam as cenas

  • Levi Vasconcelos
  • 26 Ago 2020
  • 11:16h

(Foto: Reprodução)

E eis que Ronaldinho Gaúcho entra para a história da imprensa pela porta do lado, exemplo pronto e lapidado daquilo que se diz nos núcleos acadêmicos: notícia é tudo aquilo que diz respeito ao interesse público (tendo por base uma abrangência presumida).

Imagine: um jogador de futebol campeão mundial pela Seleção Brasileira, com passagem notável pela Europa (Barcelona), é flagrado entrando no Paraguai (que tem a fama de falsificar tudo) com um passaporte falso. Claro. Em qualquer concepção editorial, é prato feito.

Derrota midiática

Por essa lógica, Ronaldinho evaporou quando a Covid apareceu. Elementar: uma pandemia planetária chegando entre nós com um largo rastro de mortes por onde passa fala mais alto. E o craque perdeu feio. Aliás, perdeu duas vezes. Não fosse a pandemia, a pressão midiática teria forçado uma solução mais rápida. Mas vem ser solto justo agora, quando a pandemia dá sinais de que o pior passou.

Se o interesse público é a Bíblia do bom jornalista, é claro que o presidente da República, o dono da caneta que produz cotidianamente atos e fatos que dizem respeito a todos, para bem ou mal, claro que é para ser olhado sem tréguas. E ele até duelou com a Covid.

Agora, após um tempinho paz e amor, voltou ao normal. Não gostou de ver uma pergunta sobre os R$ 89 mil que a mulher dele recebeu de origem suspeita, e depois chamou os jornalistas de bundões.

Cá pra nós, bundão é quem acredita que só tem ladrão no PT.