Ipea reduz estimativa de crescimento do PIB agrícola para 1,5%

  • Redação
  • 26 Ago 2020
  • 08:19h

Expectativa do instituto é que, no segundo semestre, ocorra uma retomada com a reabertura de bares e restaurantes e aumento dos postos de trabalho | Foto: Reprodução

A expectativa de crescimento para o PIB – Produto Interno Bruto – do setor agropecuário para este ano foi revista de 2% para 1,5%. Para o ano que vem, a projeção é que o índice chegue a 3,2%. A análise foi divulgada nesta terça-feira (25), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Ipea aponta a mudança no padrão de consumo de alimentos por causa do isolamento social: aumentou a alimentação em casa e diminuiu em restaurantes e lanchonetes. A expectativa do instituto é que, no segundo semestre, ocorra uma retomada com a reabertura do setor de bares e restaurantes e aumento da ocupação no mercado de trabalho.

A estimativa para a lavoura neste ano passou de 3% para 3,6%. Espera-se crescimento da produção dos seguintes gêneros: trigo (41%), café (18,2%), arroz (7,3%), soja (5,9%) e cana-de-açúcar (2,4%).

A pecuária aponta para queda de 2,8%, principalmente por causa da produção de carne bovina, com redução projetada em 6,3%. A estimativa do Ipea se baseia na diminuição da oferta desde o começo do ano, após a forte alta verificada no 2º semestre de 2019, além da paralisação de alguns frigoríficos provocada pela pandemia da Covid-19.

A carne suína deve subir 5,2% este ano e a produção de ovos, 2,8%. A produção de frango está com previsão de queda de 0,6% e a de leite deve diminuir 0,2%.

Crédito rural 

Para o próximo ano, a projeção do Ipea é que o PIB da lavoura cresça 3,2%, com a produção de milho avançando 9,1% e a de soja 10,5%, conforme previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Já o PIB da pecuária deve aumentar 5%, com a perspectiva de recuperação em todos os segmentos, liderados pelo crescimento de 6,3% da carne bovina.

Mesmo com a incerteza econômica causada pela pandemia, o instituto prevê que o crédito rural manterá favorável as condições de juros, inadimplência e prazo para a próxima safra, em especial para o pequeno e médio produtor. O volume de crédito contratado em julho chegou a R$ 23,9 bilhões, o que representa aumento de 48,8% em relação a julho do ano passado.