E será que o saneamento agora vai tirar o atraso? O Brasil clama

  • Levi Vasconcelos
  • 25 Jun 2020
  • 19:30h

Como está é que não dá para ficar. Os ambientes são fétidos, espalham doença e emporcalham a paisagem Levi Vasconcelos | Fotocomposição: Brumado Urgente

Até parece que nos tempos modernos virou parte da paisagem das cidades brasileiras ter um ex-rio que corta o miolo do núcleo urbano e virou esgoto a céu aberto. Ou nas áreas litorâneas, algumas festejadas, o caldo despejado nas praias.

Não tem como acabar com isso? Estudos do Serviço Nacional de Informações de Sanamento (SNIS), do Ministério do Desenvolvimento Regional, mostram que 98% dos brasileiros têm coleta de esgoto, mas só 43% são tratados.

Enfim, o Senado vota o Marco Regulatório do Saneamento Básico, em pauta desde julho de 2018, um auspicioso projeto que pretende botar esgoto no Brasil de cabo a rabo até 2033, ao custo de R$ 700 bilhões.

Polêmica

O deputado baiano Afonso Florence (PT) é contra as mudanças. Diz que a nova lei vai quebrar o sistema público já instalado e não vai resolver o problema. O advogado Wladimir Antonio Ribeiro, uma das maiores autoridades do Brasil em saneamento, diz que o projeto define três focos: água e esgoto, manejo de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais urbanas.

Ele aponta que o projeto tem pontos confusos, que podem suscitar muitas ações judiciais, mas cita que o positivo é abrir as portas do setor para a iniciativa privada, que hoje tem apenas 6%.

A questão: será que agora vai? Tomara que sim. Como está é que não dá para ficar. Os ambientes são fétidos, espalham doença e emporcalham a paisagem.