Polícia é desafiada para desvendar o mistério dos dois corpos que apareceram boiando na Barra

  • Informações do Correio
  • 18 Set 2014
  • 10:12h

Nas areias do Porto da Barra, curiosos observam trabalho da perícia nos corpos que apareceram no mar (Foto: Mauro Akin Nassor)

O mar transparente, o céu com poucas nuvens e o sol brilhando forte iniciaram a manhã de ontem prometendo um belo dia para quem fosse curtir a orla da Barra. Contudo, o resgate de dois corpos, que foram avistados boiando no trecho entre o Farol e o Hospital Espanhol, esvaziou as areias do Porto da Barra, alterando o planejamento de quem tirou o dia para curtir a praia. Os corpos foram avistados por pescadores, no início da manhã, boiando a cerca de 300 metros da praia. A 11ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM-Barra/Graça) foi então acionada e encaminhou uma guarnição ao local para confirmar a denúncia. Para efetuar o resgate, o Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros foi acionado, mas, em função da distância da costa, a Marinha do Brasil teve que ser acionada para responder ao chamado.

 Em meio a uma grande aglomeração de curiosos e especulações sobre as causas da situação, uma embarcação da Marinha chegou à região por volta das 9h e rebocou os dois corpos até a areia do Porto da Barra, onde peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) aguardavam para a realização da perícia. Ao retirar os corpos da água, foi constatado que eles estavam amarrados com cordas a dois grandes paralelepípedos. Segundo peritos ouvidos pelo CORREIO, uma série de variantes pode explicar o fato de o corpo boiar, mesmo amarrado a pedras: o peso do corpo pode vencer o peso das pedras, uma corda muito folgada ou, ainda, reações dentro do corpo que fazem com que ele se encha de gases e fique mais leve do que a água. Os dois corpos foram encontrados em estado avançado de decomposição o que prejudicou qualquer constatação da polícia com relação à idade das vítimas. “A nossa perita não teve como mensurar a faixa de idade das vítimas, pois os corpos já se encontravam em estado de gigantismo. Vamos conduzir as investigações e tentar identificar qual foi o quadro no qual esse crime foi executado”, afirmou a delegada Marilene Lima, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).