Não é papel do governo fazer cultura para agradar minorias, diz Regina Duarte

  • Redação
  • 09 Mar 2020
  • 09:13h

"Todos estão livres para se expressar, contanto que busquem seus patrocínios na sociedade civil", afirmou a noa secretária da Cultura do governo Bolsonaro | Foto: Dida Sampaio | Estadão Conteúdo

A nova secretária Especial da Cultura do governo Bolsonaro, Regina Duarte, afirmou que não deve destinar atenção e verbas a grupos minoritários. Em entrevista ao Fantástico (TV Globo) no domingo (8), a atriz disse que o dinheiro público deve ser utilizado “de acordo com algumas diretrizes”. “Você não vai fazer filme para agradar a minoria com dinheiro público.” “Todos estão livres para se expressar, contanto que busquem seus patrocínios na sociedade civil”, declarou ela. Sobre a Lei Rouanet, Regina Duarte defendeu que esta precisa ser democratizada. “O bolo pode ser repartido em fatias mais equilibradas, mais justas, para todo fazedor de cultura, de arte.” A atriz disse não sentir nenhum desconforto diante do saudosismo de Bolsonaro pelo período da ditadura militar no Brasil. “Eu estou vivendo a história do meu país do jeito que ela vem. Porque a história ela é… Ela anda.”

‘Facção’ de olho no cargo

Regina Duarte afirmou que os primeiros dias no cargo foram marcados por “enormes dificuldades”. Segundo ela, há uma facção querendo ocupar o seu lugar. “Quer que eu me demita, que eu me perca”, disse. “Já tem uma hashtag #ForaRegina. Eu nem comecei!” Na primeira semana de gestão, a atriz exonerou nomes ligados à ala olavista do governo. “Exonerações são necessárias. Eu quero ter uma equipe na qual eu possa confiar”, disse. Entre as exonerações oficializadas está a de Dante Mantovani, da Funarte, a Fundação Nacional de Artes, que é aluno do guru de Jair Bolsonaro, Olavo de Carvalho, membro da Cúpula Conservadora das Américas, e já fez declarações ligando o rock ao satanismo. A nova secretária Especial da Cultura não descarta uma futura demissão de Sérgio Camargo, da Fundação Palmares. Em sua avaliação, Camargo é “ativista, mais que um gestor público”. Ela, no entanto, diz que está “adiando esse problema”, para baixar a temperatura. “E logo, logo a gente vai ver.”