Donos de escola particular são acusados de aplicar golpe em Barra da Choça

  • G1
  • 24 Jan 2020
  • 12:13h

( Foto: Reprodução/TV Sudoeste)

Um casal dono de uma escola particular, que fica na cidade de Barra do Choça, no sudoeste da Bahia, são acusados de aplicar um golpe. Conforme a delegada Gabriela Garrido, que investiga o caso, eles fugiram após fazer a matrícula de alunos e não devolveram o dinheiro aos pais.Segundo informações da delegada, os pais dos alunos e funcionários da escola contaram à polícia que os proprietários da escola, identificados como Gabriela Silva de Castro Barreto e Jarbas Pinto Barreto levaram o mobiliário da escola e documentos dos estudantes e colaboradores.De acordo com Gabriela Garrido, os pais dos estudantes receberam uma mensagem do casal, na semana passada, que dizia que "Há poucos dias, firmamos uma importante parceria entre escola e família" e terminava com um agradecimento e "pela confiança depositada" na instituição.Ainda segundo a delegada, os documentos dos funcionários da escola, como carteira de trabalho, também foram levados pelo casal. Alguns funcionários reclamam de salários atrasados.Os pais contaram à polícia que três dias depois, o casal desapareceu e a escola permaneceu fechada. Segundo a secretária da instituição, Karina Dias, na última sexta-feira (17), ela trabalhou pela manhã e recebeu folga à tarde."Na sexta foi trabalho normal pela manhã e até efetivei algumas matrículas, ganhei a tarde de folga e foi o momento que eles tiveram para tirar as coisas, a estrutura da escola", disse Karina Dias.No sábado (18), os funcionários do colégio contaram que receberam uma mensagem do casal que falava que a escola não ia fechar. A professora Elaine Dias disse que já tinha planejado a semana pedagógica."Exatamente 13h19 recebemos uma mensagem coletiva por meio de um grupo de WhatsApp dizendo que as matrículas foram insuficientes e que nós funcionários seríamos ressarcidos o quanto antes", contou a professora."Nós iríamos voltar agora, segunda-feira (20), para a jornada pedagógica, tudo ok e nas redes sociais, no grupo, no WhatsApp, que tínhamos, os funcionários e eles [donos da escola], eles mandaram mensagem falando para a gente incentivar, colocar nas nossas redes sociais que teria aula e que no ano de 2020 a gente ia trabalhar bem melhor que em 2019", lembrou Elaine Dias.No mesmo dia, os pais da escola voltaram a receber uma mensagem do casal, que dizia: "Por não alcançar a quantidade de matriculas necessárias para o início do ano letivo" a escola estava "encerrando as atividades".Segundo os pais dos alunos, a mensagem também pede dados bancários para a restituição das matrículas já pagas e um e-mail para envio de documentação, mas contaram que, até então, o casal não fez a transferência do valor pago.O comerciante Charles Delane Pales fez a matricula do filho em dezembro do ano passado e pagou todos os meses do ano de 2020."Pagamos o ano todinho, inclusive tenho os recibos do pagamento, tanto o anual quanto dos livros. Os livros nós pagamos no banco, em dinheiro, e inclusive me ligaram, alguém dizendo que era representante da escola, mas até então nenhum centavo na minha conta", reclamou Charles.Já a assistente Grace Kelli Arcanjo comprou o material escolar e o fardamento. "Muita tristeza, porque eu era uma mãe que levantava a bandeira da escola e aí a gente se depara com os gestores, os educadores agindo dessa forma".Além da questão financeira, os pais também reclamam que estão com dificuldade de fazer a matrícula dos filhos em outras escola, que pedem a documentação original dos alunos e não aceitam um documento enviado por e-mail.A delegada Gabriela Garrido informou que o casal pode responder por estelionato, que é quando uma pessoa é levada ao erro, tem algum prejuízo, enquanto quem comete o crime obtém vantagem. Ela também acredita que o crime foi premeditado."Nós ainda não sabemos o paradeiro, estamos investigando para que eles também possam ser ouvidos e ver qual é a justificativa, embora eu ache que é muito difícil que eles vão conseguir justificar uma atitude dessa", disse a delegada."Porque o próprio fato deles terem mudado sexta-feira, quando eles receberam valores desses pais, ou seja, ela já sabia que a escola não ia funcionar, configura a premeditação e a intenção efetivamente de se apropriar desses valores".Ainda de acordo com a delegada, cerca de 200 boletins de ocorrência foram registrados na delegacia de Barra de Choça. A escola era uma das mais antigas da cidade.A delegacia orienta a todos os pais e funcionários a registrar ocorrência na delegacia. A advogada contratada pelas famílias, diz que já tomou medidas liminares para que os pais consigam realizar as matrículas dos filhos em outras escolas, mesmo sem os documentos.