O drama das crianças que precisam ser vigiadas para não 'comer até morrer'

  • G1
  • 30 Dez 2019
  • 15:26h

(Foto: Reprodução)

A geladeira da casa de Hector Fernandez está sempre trancada. A porta da cozinha também. Assim como a despensa e o armário de remédios. Qualquer lugar que contenha alguma coisa remotamente comestível fica fechado com chaves, que ficam escondidas sob o travesseiro de Hector à noite. Não é que ele seja paranoico com ladrões. É porque seu filho tem uma condição genética incurável: a síndrome de Prader-Willi. A condição, batizada em homenagem aos dois pesquisadores que a descobriram, em 1956, faz com que uma pessoa tenha uma fome insaciável. Hector diz que, se não for supervisionado, Christian, de 18 anos, pode, de fato, comer até morrer. "Ele já comeu comida de cachorro da tigela, do lixo, esvaziou um tubo inteiro de pasta de dente na boca. Para ele, é tudo comida...", diz ele, sendo interrompido por Christian, que diz estar com fome. Hector dá a ele uma única fatia de abacaxi, pré-cortada para garantir que ele não consuma mais açúcar do que é necessário pela manhã.