Corpo de baiano que morreu após ação da PM em Paraisópolis chega á Maracás

  • G1
  • 04 Dez 2019
  • 07:03h

(Foto: Arquivo pessoal)

O corpo do baiano que está entre os nove mortos após um tumulto em uma ação da Polícia Militar na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, foi transferido para a Bahia na tarde desta terça-feira (3). Segundo familiares, a mãe da vítima pegou um empréstimo de R$ 5 mil e um banco para pagar o transporte do corpo, de avião. Mateus dos Santos Costa tinha 23 anos e há cerca de 5 havia saído de Maracás, no sudoeste baiano, para morar em São Paulo. Ele participava de um baile funk na madrugada do domingo (1º), quando ocorreu a ação, e acabou pisoteado no tumulto, junto com as outras vítimas, após a chegada da polícia no local. O corpo do jovem saiu de São Paulo no início desta tarde e chegou na Bahia por volta das 14h. De acordo com uma das irmãs da vítima, Fabiana Santos, o avião com o corpo do jovem pousou no aeroporto de Ilhéus, que fica 258 km de Maracás, e de lá o percurso será concluído no carro da funerária contratada pela família. O corpo do jovem será velado na casa da mãe dele até a tarde da quarta-feira (4). O sepultamento será realizado às 16h, no Cemitério Municipal de Maracás. Segundo Fabiana Santos, como a família não tinha o dinheiro para o transporte, o empréstimo foi a alternativa encontrada. Ela conta que uma prima chegou a sugerir uma vaquinha online, mas a família preferiu não expor a memória do jovem com a ação. O empréstimo será descontado na aposentadoria da mãe de Mateus, que é cadeirante. A família está muito abalada com o caso. Eles não viam o jovem desde que ele se mudou. Em entrevista ao G1, Fabiana Santos contou que mora em Salvador, mas foi para Maracás para dar apoio à mãe, que está desesperada. Ela pede justiça pela morte do irmão. "Agora estamos sentido dor e tristeza, tudo junto, e quem fez isso não está nem aí. Minha mãe está desesperada, triste. A gente sabe que não foi acidente. A gente assiste jornais, a gente viu os vídeos, a gente sabe o que aconteceu", contou. A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo instaurou inquérito para avaliar a conduta dos policiais. Seis PMs foram afastados das ruas e já prestaram depoimento.