Bahia segue tendência nacional e reduz leitos de pneumologia nos últimos sete anos

  • Jade Coelho
  • 31 Mai 2019
  • 07:04h

(Foto: Brumado Urgente)

A Bahia está entre os 17 estados brasileiros, além do Distrito Federal, que reduziram o número de leitos clínicos do Sistema Único de Saúde (SUS) destinados a pneumologia, especialidade responsável pelo tratamento de doenças respiratórias, nos últimos sete anos (2012-2019). O Bahia Notícias fez um levantamento sobre os leitos disponíveis na rede pública e privada de todo o país, com base em dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes) - Datasus. Há sete anos a Bahia contava com 133 leitos clínicos de pneumologia, sendo 85 do SUS e 48 Não SUS. Atualmente, conforme o Cnes, o estado possui 117 leitos destinados a internação para tratamento de doenças pneumológicas. Deste total, 65 são do SUS e 52 Não SUS, o que representa uma redução de aproximadamente 23% em relação a maio de 2012.

A Bahia foi o 12º estado que mais reduziu leitos clínicos de pneumologia neste período. O ranking é encabeçado pelo Acre com uma redução de 100% nos número total de leitos do SUS - em 2012 o estado contava com 10 leitos desta especialidade e agora não contabiliza nenhum. Em seguida aparece o Amazonas (-91,3%), que reduziu de 23 para 2, e a Paraíba (-76,1%), em que o número foi de 88 para 21. Apenas quatro estados brasileiros aumentaram o número de leitos do SUS nesta especialidade nos últimos sete anos: Tocantins, onde o número saltou de 15 para 36; Rondônia, de 14 para 50; Alagoas, que foi de quatro para 19; e Maranhão, que em 2012 contabilizava apenas dois e agora possui 19. O estado de São Paulo apresentou crescimento do número total de leitos clínicos de pneumologia, entre SUS e Não SUS. Mas ao considerar apenas os leitos do Sistema Único de Saúde o quadro muda e São Paulo se junta à Bahia ao passar de 236 em maio de 2012 para os atuais 171. Os índices foram avaliados como um fato preocupante e "triste" pelo pneumologista do Hospital Santa Izabel, Guilhardo Fontes. Para ele os leitos fazem falta principalmente nesta época do ano, em que a incidência de casos de doenças respiratórias e consequentemente a demanda por atendimentos médicos destas doenças aumentam. “A grande maioria das doenças do inverno são respiratórias. Existem outras também, mas as doenças respiratórias são as mais prevalentes, mais frequentes durante esta época do ano. São elas que mais enchem as emergências e os leitos hospitalares”, disse o médico ao citar essas enfermidades. “Gripe, bronquite, pneumonia, asma...”, listou Guilhardo Fontes. O motivo da redução de leitos do SUS na Bahia foi questionado à Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), mas até o momento do fechamento desta reportagem o Bahia Notícias não teve retorno da pasta.