'A cura da AIDS poderia estar naquele avião', afirma renomado pesquisador canadense

  • Da Redação
  • 18 Jul 2014
  • 18:35h

Avião da Malaysia Airlines caiu na Ucrânia nesta quinta-feira (17) .Entre as perdas sofridas está o pesquisador holandês Joep Langewas (Fotos: AFP)

"E se a cura da Aids estivesse naquele avião?", questiona Trevor Stratton, pesquisador canadense que também participa da 20ª Conferência Internacional do HIV na Austrália - evento do qual os mais de 100 pesquisadores e ativistas que morreram na queda do voo MH17 da Malaysia Airlines iriam participar. "Não temos como saber. Haviam alguns cientistas de proeminência que estavam estudando isso há muito tempo. Nós estamos cada vez mais próximos de vacinas, e falando cada vez mais sobre a cura e o fim da Aids," lamentou Stratton em uma entrevista para uma emissora australiana. Entre as perdas sofridas está o pesquisador holandês Joep Langewas, uma das figuras mais importantes da comunidade científica - o cientista estudava o vírus há mais de 30 anos, e já tinha sido presidente da Sociedade Internacional da Aids. 

Segundo versão não oficial, pelo menos 100 passageiros do Boeing 777 viajam em direção a Melbourne, para participar da conferência que começa no próximo domingo (20). Entre as vítimas estava o ex-presidente da Sociedade Internacional Sobre Aids, Joep Lange. “Havia pesquisadores, cientistas da área da saúde, médicos e pessoas que estavam a frente da luta contra a Aids do mundo todo”, disse Denis Napthine, primeiro-ministro de Victoria.


"Eu não tenho palavras para expressar a minha tristeza", disse o co-presidente da conferência na Austrália, Françoise Barre-Sinoussi, ganhadora do prêmio Nobel em 2008 pela descoberta do HIV. "Por favor deixe que todos estejam errados - tanto heróis da luta contra o HIV no MH17 - e a perda de Joep Lange é devastadora", disse o ganhador do prêmio Pulitzer Laurie Garret. 

Aconferência não será cancelada apesar das mortes. 


Acidente

O avião da Malaysia Airlines que caiu no leste da Ucrânia não fez nenhum pedido de socorro, informou o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak. A informação foi confirmada pela companhia, que também atualizou o número de pessoas a bordo do avião para 298, sendo 283 passageiros e 15 membros da tripulação.



O primeiro-ministro malaio, que concedeu coletiva de imprensa após conversar com os líderes da Ucrânia, Holanda e EUA, disse que tudo será investigado para descobrir o que aconteceu com o voo MH17. “Nesse estágio, a Malásia é incapaz de verificar a causa dessa tragédia, mas nós precisamos, e nós iremos, encontrar precisamente o que aconteceu com esse voo”, disse Najib. “Se transparecer que o avião foi de fato abatido, nós insistimos que os criminosos devem ser trazidos à justiça rapidamente.” 

 

O primeiro-ministro também ressaltou que a rota de voo era considerada segura pela Organização Internacional de Aviação Civil. Segundo informações de um funcionário do governo dos EUA, as autoridades de inteligência norte-americana acreditam que um míssil terra-ar atingiu o avião, mas ainda não está claro quem disparou. 

 

Em comunicado, a Malaysia Airlines informou que todos os voos partindo da Europa irão tomar rotas alternativas. A companhia também esclareceu que está notificando as famílias de passageiros e tripulantes do voo MH17. Entre as pessoas a bordo, haviam 154 cidadãos da Holanda, 43 da Malásia, 27 da Austrália, 12 da Indonésia, nove do Reino Unido, quatro da Alemanha, quatro da Bélgica, três das Filipinas e uma do Canadá. Há 41 pessoas cujas nacionalidades ainda não foram identificadas.

 

Essa é a segunda tragédia com uma aeronave da Malaysia Airlines neste ano. Em março, o voo MH370 desapareceu enquanto voava de Kuala Lumpur para Pequim. O avião ainda não foi encontrado. Nos dois eventos a aeronave era um Boeing 777-200.