Cerca de 100 prefeitos baianos vão à Brasília após saída de cubanos do Mais Médicos

  • Bocão News
  • 16 Nov 2018
  • 11:55h

Paulo Macedo/Arquivo BNews

Na próxima segunda-feira (19), cerca de 100 prefeitos baianos participam de uma mobilização em Brasília. O encontro, agendado no início do mês, ganhou agora uma demanda urgente com o anúncio da saída dos cubanos do Programa Mais Médicos. Nos municípios da Bahia, atuam 846 médicos vindos de Cuba, em cerca de 300 municípios.  O presidente da UPB, Eures Ribeiro, reforça que é necessário uma resposta rápida para evitar que a população fique desassistida. “Recebemos a notícia com muita preocupação. Esses médicos atuam, muitas vezes, em lugares que médicos brasileiros não aceitam ir, na zona rural, comunidades distantes, quilombolas e indígenas. É lamentável para a população ter que voltar a sofrer com a falta de atendimento na saúde básica. O efeito será desastroso para estratégia de Saúde da Família nos municípios”, reclama o gestor, que é prefeito de Bom Jesus da Lapa e vice-presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Eures Ribeiro acrescenta que o relato dos prefeitos demonstra a aprovação da presença dos cubanos nos municípios. “Observamos que esses profissionais eram os mais atenciosos, iam à casa dos pacientes, tinham uma ausculta cuidadosa e cumpriam carga horária, diferente do quadro que vivíamos antes de médicos que cobravam o triplo do valor e trabalhavam em três municípios diferentes, sem dar a carga horária contratada. E estamos falando de municípios pequenos com menos de 20 mil habitantes, com muita dificuldade de fixação dos médicos daqui. Na verdade, o que tínhamos era quase um leilão na região quando aparecia um médico, quem dava mais tinha o serviço. Não podemos voltar a essa situação”, conta. Desde que foi implantado, o Programa Mais Médicos atendeu 5,6 milhões de pessoas em todo o Brasil, ajudando o país a alcançar uma cobertura de 72% da Atenção Básica. “A contratação de médicos cubanos acontece em diversos países, com o aval da Organização Mundial da Saúde [OMS]. O próprio Estados Unidos tem um programa voltado para eles. Queremos uma explicação do governo brasileiro por que  nós, que tanto necessitamos, vamos rejeitar essa parceria", retruca Ribeiro.