Dois morrem e R$ 15 mi são apreendidos em confronto entre polícias de SP e MG

  • Larissa Quintino I Folha de São Paulo
  • 20 Out 2018
  • 19:56h

Cerca de R$ 15 milhões foram apreendidos; há suspeita que parte do dinheiro seja falsa

Um tiroteio envolvendo policiais civis de São Paulo e de Minas Gerais terminou com dois mortos, sete presos (sendo seis deles policiais) e R$ 15 milhões apreendidos em dinheiro —sendo que parte desse montante pode ser de notas falsas. A confusão aconteceu na tarde de sexta-feira (19) em um prédio anexo ao Hospital Monte Sinai, no centro de Juiz de Fora (MG). As polícias civis dos dois estados investigam a ação dos agentes, e a corregedoria da polícia paulista também entrou no caso. Segundo informações da Polícia Civil de Minas Gerais, policiais paulistas escoltavam um empresário de São Paulo, cuja identidade e paradeiro são desconhecidos, que iria se encontrar com um empresário mineiro, que também estava escoltado por policiais civis mineiros. Não se sabe qual a motivação do encontro nem como começou a troca de tiros.

 

Durante a ação, um policial mineiro de 39 anos foi morto. O empresário mineiro foi levado a um hospital da região, mas não resistiu e também morreu. Outras duas pessoas foram baleadas. Não há informação sobre o estado de saúde delas. Com quatro policiais paulistas, foram apreendidas malas de dinheiro com R$ 15 milhões. Há suspeita de que parte do dinheiro seja falsa. Eles foram presos em flagrante por lavagem de dinheiro. Outros quatro foram liberados sem indício de envolvimento. Já um segurança particular que acompanhava o empresário paulista foi autuado pelo homicídio do policial. Dois agentes mineiros foram presos por prevaricação —crime cometido por funcionário público quando ele deixa de praticar sua função para atender a interesse pessoal. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, depois da confusão, o empresário paulista teria saído da cidade com um jato particular, mas essa informação não foi confirmada pela Secretaria Municipal de Turismo de Juiz de Fora, que controla o aeroporto municipal. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de Minas Gerais, do governo de Fernando Pimentel (PT), disse que “lamenta o ocorrido com policiais civis” e que a instituição tem autonomia para seguir as investigações. A Secretaria do Estado da Segurança Pública de São Paulo, vinculada à gestão do governador Márcio França (PSB), afirmou que delegados da Corregedoria da Polícia Civil e do Departamento de Polícia Judiciária da Capital estão em Juiz de Fora para auxiliar nas investigações. “A Secretaria da Segurança Pública ressalta que não compactua com desvios de conduta de seus agentes e os envolvidos na ocorrência devem responder criminal e administrativamente por eventuais irregularidades cometidas”.