25% dos brasileiros preferem guardar dinheiro em casa

  • 24 Jul 2018
  • 18:03h

Vai uma, duas, milhares. Dia após dia, o porquinho vai engordando com a moeda que sobra do pão, do troco da passagem de ônibus, dos centavos esquecidos no porta-luvas do carro. Quando está cheio, o seu dono leva-o para o abate. Com a economia é possível investir na educação do filho e ajudar a quem precisa. Economizar é um hábito comum. Mais corriqueiro ainda tem sido guardar dinheiro na própria casa. O percentual de 25% dos poupadores prefere manter o dinheiro embaixo do próprio teto. É o que revela uma pesquisa feita pelo Indicador de Reserva Financeira do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Guardar em casa pode ser arriscado, por questões de segurança, mas quem faz garante: não sente falta no bolso e, no final, consegue tirar uma boa grana. O comerciante Juarez Luiz, 54, conseguiu, por exemplo, no início do ano, pagar a matrícula da filha de 13 anos e comprar todo o material didático. O dinheiro veio das moedinhas no valor de R$ 1 depositadas em um mealheiro que, no final das contas, foi capaz de comportar R$ 2 mil. O problema é que as moedinhas esquecidas no cofre não fazem render o investimento, diferente se fossem aplicadas, por exemplo, em uma conta poupança. Se Juarez optasse por aplicar os R$ 2 mil do seu mealheiro, em um ano, o seu rendimento seria de R$ 120. Embora a prática do cofrinho seja muito comum, depositar dinheiro na poupança ainda é a preferência dos entrevistados. O percentual de 65% pessoas respondeu aos pesquisadores que guardavam o dinheiro na conta. Outros 18% dos brasileiros ouvidos disseram depositar o rico dinheiro  na conta-corrente. Para o educador financeiro e colunista do CORREIO Edísio Freire, deixar o dinheiro no porquinho é fazê-lo desvalorizar, levando em conta as taxas de inflação do país com um histórico nada animador. “Não é apenas por uma questão de não fazer render o dinheiro. A cada mês que fico  com o dinheiro guardado embaixo do colchão, além de não estar ganhando nada com isso, eu estou desvalorizando. Daqui a um ano, o dinheiro que eu tinha hoje, não terá o mesmo valor, o mesmo poder de compra, porque a inflação está aí para desvalorizar a moeda”, explica o educador.