Chapada: Famílias contam perdas de móveis após forte chuva em Lajedinho

  • 03 Abr 2017
  • 13:17h

Lajedinho após chuva de sábado (1º) (Foto: Alex Reis/ Arquivo Pessoal)

Moradores de Lajedinho, na Chapada Diamantina, voltaram a contar os prejuízos causados pelas chuvas no sábado (1º), quatro anos após a tragédia que chegou a matar 17 pessoas e deixar 600 desabrigadas no município. As famílias contam que perderam móveis ao ter as casas invadidas pela água. De acordo com a Defesa Civil do município, a situação deixou 94 famílias desabrigadas. O comerciante Roberto Alves conta que a tromba d'água no rio Saracura, que invadiu a cidade no fim de semana, chegou a mais a três metros de altura. "Não levou ninguém, mas foi muita água", afirmou. O calçamento das ruas foi arrancado pela força da chuva e parte do muro de uma igreja caiu. Máquinas foram usadas pra limpar a sujeiras na parte baixa da cidade, a mais atingida pela enchente.

A aposentada Zilda de Oliveira, que mora em uma parte mais alta da cidade, também voltou a sofrer com as chuvas. Ela diz que a água chegou próximo ao teto da casa. "Estragou meu fogão e minha geladeira. A geladeira está toda enferrujada. Só quando Deus me ajudar para eu comprar outra", afirmou. Em 2013, a aposentada já tinha perdido três familiares por conta da enchente que atingiu Lajedinho. Dona Zilda deseja mudar de casa depois de viver as duas tragédias. "Para não sofrer com neto, filho e outros netos, quero sair da casa", afirmou. Dona Adezilda também voltou a ter a casa inundada, quatro anos após a enchente de 2013. "Destruiu quase tudo, daí é só jogar no mato. Colchão, tudo, enfim. Agora é pedir sorte a Deus", lamentou. As duas enchentes aconteceram porque um canal de macrodrenagem, que corta a cidade, não suportou o volume de água da chuva e transbordou. Segundo a Prefeitura de Lajedinho, é necessário ampliar a largura do canal de 5 para 30 metros, e a profundidade de 2 para 15 metros. A obra está prevista desde que aconteceu a primeira enchente, mas ainda não começou. A prefeitura diz que a obra é de responsabilidade dos governos federal e estadual, por meio da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder). Como medida de emergência, a Caixa Econômica Federal autorizou alojar os moradores desabrigados em casas do programa federal Minha Casa, Minha Vida.Os imóveis ficam em um conjunto habitacional, na parte alta da cidade, fora da zona de risco. A obra começou em 2014 para abrigar 231 famílias atingidas na enxurrada de 2013, mas não foi concluída e está sem o sistema de água e esgoto. "Estamos providenciando sanitários químicos e carros-pipa para assistir as famílias que foram atingidas", disse o prefeito Marcos Mota.