Critérios ajudam a descobrir quadro de dependência em tecnologia

  • Tribuna da Bahia
  • 26 Mai 2016
  • 08:02h

(Foto: Reprodução)

Estar conectado a redes sociais ou interagir com jogos virtuais e outros dispositivos eletrônicos são possibilidades de entretenimento que merecem um alerta quando o indivíduo desenvolve sintomas de abstinência, aliviados apenas com após prática do comportamento. É a chamada dependência de tecnologia, tratada como um tipo de Transtorno Impulsivo-Compulsivo do Comportamento.  De acordo com a médica psiquiatra do Espaço Nelson Pires, Amanda Marinelo, a pessoa pode ser considerada dependente quando preenche, pelo menos, cinco dos oito critérios propostos em um estudo realizado na Universidade de Pittsburg: preocupação excessiva com a internet; necessidade de aumentar o tempo conectado para ter a mesma satisfação; fazer esforço repetido para diminuir o tempo de uso; presença de irritabilidade e/ou depressão; quando o uso é restringido, o indivíduo apresenta instabilidade emocional; permanecer mais tempo on-line do que o programado; comprometimento do trabalho e das relações sociais pelo uso excessivo; mentir aos outros a respeito da quantidade de horas conectadas.

 

“Os critérios referem-se à Internet, mas podem ser extensivos a qualquer dispositivo eletrônico. Além disso, existem outros sinais de alerta, como sensação de euforia quando conectado e comportamento negligente com amigos e família”, acrescenta a médica. Segundo Amanda, grande parte dos casos de dependência de tecnologia é associada a outras comorbidades psiquiátricas, como Depressão, Transtorno Bipolar do Humor, Transtorno de Ansiedade e Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). “Dessa maneira, uma vez identificada essa associação, o tratamento deverá ser individualizado, associando-se terapia farmacológica e psicoterapia para obtenção de melhores resultados”, afirma. O dependente em substâncias psicoativas experimenta uma série de sintomas físicos e psicológicos com a diminuição ou interrupção do uso da substância, a citar cefaleia, ansiedade, irritabilidade e agressividade. “Em se tratando da dependência de tecnologia, a situação é semelhante e os sintomas podem variar de acordo com o indivíduo, mas a privação do uso do celular, internet, videogame ou outro dispositivo eletrônico pode resultar em explosões de forte emoção, frustração, sentimento de perda e ansiedade”, completa.  Amanda relata a preocupação de pais em relação ao fato dos seus filhos fazerem uso excessivo de tecnologia cada vez mais cedo. Essa situação, segundo ela, é reconhecidamente prejudicial a crianças e adolescentes, acarretando prejuízos físicos (distúrbios do sono, fadiga, negligência com a alimentação) e sociais (isolamento, dificuldade de interagir com outras pessoas, diminuição da produtividade na escola). “Os pais precisam impor limites e horários para o uso de dispositivos tecnológicos e, caso sejam percebidos sintomas físicos ou psicológicos com a imposição desses limites, é indicada a busca de auxílio profissional”, finaliza.

Fique atento aos sinais:

1. Preocupação excessiva com a internet

2. Necessidade de aumentar o tempo conectado para ter a mesma satisfação

3. Fazer esforço repetido para diminuir o tempo de uso

4. Presença de irritabilidade e/ou depressão

5. Quando o uso é restringido, o indivíduo apresenta instabilidade emocional

6. Permanecer mais tempo on-line do que o programado

7. Comprometimento do trabalho e das relações sociais pelo uso excessivo

8. Mentir aos outros a respeito da quantidade de horas conectadas