Indústria terá padrão para roupas conforme medidas de brasileiros

  • 08 Nov 2015
  • 16:01h

(Foto: Reprodução)

Aquele problema de vestir um jeans 38 em uma loja e 42 em outra poderá deixar de ser tão comum a partir do ano que vem. Representantes de universidades, das indústrias e de varejistas se uniram em um estudo a fim de definir novas normas para as medidas de roupas no país. O projeto, iniciado em 2006, passou a fazer medições em 2012 e agora segue para validação. A expectativa é que a pesquisa, que tem inclusive uma espécie de raio­x para tirar medidas, vire uma referência permanente aos fabricantes. "As referências criadas permitirão que a indústria desenvolva produtos maisaderentes ao biótipo brasileiro, trazendo uma maior assertividade para o consumidor em relação ao tamanho", afirma Marcelo Ramos, gerente do Senai/Cetiqt. Ramos também diz acreditar que a norma poderá ajudar as vendas on­line no país. "[A norma] trará uma confiança maior na compra sem que se possa experimentar." Representantes do setor, porém, evitam falar em padronização obrigatória a ser adotada pelos fabricantes. "Os produtores deverão partir de um referencial de corpo nacional. Assim, teremos basicamente a mesma numeração", diz Fernando Pimentel, diretorsuperintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção). 

MÁQUINAS

No estudo antropométrico, o Senai/Cetiqt, braço de pesquisa do órgão industrial, utilizou duas máquinas que realizaram medições em 10 mil pessoas das cinco regiões do país. O investimento na pesquisa foi de R$ 8 milhões, sendo que para cada uma das máquinas foram desembolsados R$ 120 mil. Todas as medições foram feitas pelo equipamento, parecido com um provador de roupa, e que gera 35 medidas do corpo humano na mesma hora. Com os dados gerados também foi possível estabelecer características regionais específicas. "Caso uma empresa vá produzir apenas para uma região, ela terá como confeccionar os números voltados justamente para esse público, adaptando poucos centímetros em relação à numeração média nacional", afirma Pimentel. As novas recomendações abrangem do número 32 até o 63.

MODA PEGA?

Segundo os organizadores do estudo, a coletânea de dados atual e sua dimensão deverá ser o fator persuasivo às indústrias. "Não é uma lei, então é difícil prever um percentual de produtores que vão aderir ao referencial. Porém, o embasamento em dados deverá convencer ossetores envolvidos a adotar os termos", diz Ramos. Além de Abit e Senai, assinam o estudo representantes da USP (Universidade de São Paulo) e varejistas como C&A, Pernambucanas, Renner e Walmart. O projeto deverá ser enviado para consulta pública em janeiro e, assim, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) poderá emitir nacionalmente as normas. 


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