Brumado: Professores do Campus XX da Uneb denunciam que estão sendo prejudicados pela atual gestão

  • Brumado Urgente
  • 05 Nov 2015
  • 18:51h

(Fotomontagem: Brumado Urgente)

O Campus XX da Uneb de Brumado continua no “headline” da mídia local, devido a uma série de fatos que envolveram a instituição nos últimos dias, tendo, inclusive, o afastamento do atual diretor sendo efetuado por ordem de uma decisão liminar da justiça. Neste contexto, a redação do Brumado Urgente recebeu, nesta quinta-feira (05) um manifesto dos docentes do Colegiado de Letras e Direito, que ensinam no departamento, no qual uma série de denúncias graves estão sendo feitas contra a atual gestão. Episódios preocupantes foram narrados como uma consciência cidadã equivocada por parte do setor financeiro que estaria agindo desrespeitando totalmente o conceito do bem público, aplicando uma linha subjetiva em suas ações, como se fosse uma instituição privada, vetando a liberação de recursos para os professores executarem as suas atividades, mas, em contrapartida, não faltando verbas sempre que eventos festivos são agendados. Os professores alegam também que existe um critério totalmente confuso na distribuição de passagens, onde estariam sendo privilegiados os técnicos e outros funcionários que recebem passagens para ônibus leitos, enquanto os professores são obrigados a viajar em ônibus comuns. A grande concentração das denúncias tem como alvo o atual apartamento em que os professores se hospedam em Brumado, que foge totalmente aos padrões do bom senso público, tendo as suas acomodações inapropriadas para o bem estar dos docentes. Localizada no Conjunto Residencial Parque das Palmeiras, que, por sinal, é do mesmo proprietário do extinto Shopping Appio, que irá abrigar a nova sede do campus, que no entendimento de alguns seria parte de um lobby, o apartamento teria falhas estruturais que incomodam os docentes, os quais ainda reclamam que quartos são trancados ferindo mais uma vez o conceito de bem público, já que a residência tem esse escopo. Por fim, a denúncia tem como objetivo principal fazer valer o conceito de coisa pública e dar respeito aos docentes por meio de uma gestão respeitosa. Confira as fotos anexas e a denúncia na íntegra clicando em (+)

A situação da atual residência é considerada ineficiente pelos professores (Fotos: Brumado Urgente)

DENÚNCIA PÚBLICA

(Faz-se preciso destacar que esta denúncia não possui nenhuma relação e nem foi motivada pelos atuais eventos ocorridos com o atual diretor da UNEB/ Campus XX - Brumado)

Para conhecimento da Comunidade Acadêmica e do Povo Brumadense:

 

SOBRE AS PASSAGENS DOS PROFESSORES

 

  • Há mais de um ano, os professores da Uneb/Campus XX estão sem receber passagens em função da morosidade estratégica do funcionário responsável pelo financeiro no departamento. Apesar do Reitor ter mantido a continuidade da liberação das passagens, por reconhecer sua viabilidade e o orçamento dos departamentos, o funcionário do financeiro não tem se mostrado interessado na resolução desse impasse, que nunca ocorreu nas gestões de departamento anteriores. E essa morosidade estratégica tem a anuência do diretor do departamento, pois nunca houve suspensão das passagens. O que mudou apenas foi o processo de compra;
     
  •  O responsável pelo financeiro do departamento possui um entendimento confuso na compreensão dos conceitos de público e de privado. Sempre deixa a impressão de que os direitos assegurados aos professores e demais funcionários do campus são possíveis graças a sua vontade, como se o dinheiro decorrente dessas despesas saíssem do seu próprio bolso. O que se constitui em consciência cidadã equivocada;
     
  • O que causa espanto é o fato de que para os deslocamentos dos técnicos e do diretor do departamento nunca faltam passagens para viagens em ônibus leito e semi-leito, enquanto os professores estão sem receber as passagens convencionais para seu deslocamento ao trabalho. Vale ressaltar, também, que o funcionário responsável pelo financeiro do departamento não é concursado e goza de privilégios abusivos que merecem uma intervenção, ainda que tenha a anuência do diretor para tais desmandos;
     
  • O responsável pelo financeiro do departamento não tem planejamento para cumprimento das ações que envolvem a vida dos professores, sempre e estrategicamente, atribuindo a lentidão dos processos à burocracia, como no caso das passagens. Além disso, faz o próprio horário de trabalho. Na atual programação das paralisações dos técnicos, enforcou vários dias de trabalho além dos definidos pela categoria, prejudicando o andamento do setor pessoal. Cabe-nos fazer uma pergunta: quem fará o envio de suas faltas? Até os pagamentos do Programa Universidade Para Todos (UPT) se encontram em atraso, já com todo o recurso disponível para pagamentos dos monitores e demais contratados referente aos 08 meses de duração do programa. Em resumo, o funcionário faz o que quer no financeiro e o diretor parece indiferente em relação as suas atitudes;
     
  • A despesa do setor financeiro da UNEB/Campus XX com as passagens é da ordem do risível e não representa nenhum peso nas atuais dívidas do departamento. Há 04 professores que gastam juntos, em passagens de ida e de volta - (Salvador/Brumado e Brumado/Salvador) - o valor de 720,00 por semana e 2880,00 por mês. Há professores com roteiro - (Vitória da Conquista/ Brumado e Brumado/Vitória da Conquista) que chega a ser hilário apontar os valores, na medida em que se apresentam tão inexpressivos. Porém, nunca falta dinheiro para festas de gastos abusivos em período junino e natalino, além de festas extras que surgem durante o ano.
     
  • Diversas vezes em que foi questionado sobre as passagens pelos professores, o diretor alegou que a UNEB/Campus XX não tinha dinheiro para as compras das passagens e que não era obrigação da universidade dispensá-las aos professores. Discurso esse em disparidade com a determinação do Reitor – que determinou a continuidade da distribuição das passagens aos professores – e do funcionário responsável pelo setor financeiro do departamento, que sempre diz a mesma frase: “o recurso já foi disponibilizado para que a reitoria possa fazer a compra. Tem que aguardar!” Quase um ano de repetição estratégica desse discurso para mascarar a falta de respeito para com os professores. Queremos saber: qual é a verdade desse discurso? Onde foi parar o dinheiro para compra das passagens? Como se explica o fato dos professores ficarem quase 03 meses em greve e chegarem ao departamento e não terem passagens disponíveis?;
     
  • O diretor se mantém indiferente e alheio a esses desmandos do responsável pelo financeiro do departamento, perdendo seu precioso tempo com querelas pessoais em detrimento de fomentar e de alimentar no campus as ações de ensino, de pesquisa e de extensão. O que só legitima nossa constatação: há um conluio entre diretor e o responsável pelo setor financeiro.

 

SOBRE A RESIDÊNCIA DOS PROFESSORES

  • Os professores da Uneb/Campus XX, no mês de novembro de 2014, sem qualquer aviso prévio, foram despejados da antiga residência situada no bairro de Santa Tereza. Os móveis foram levados para um apartamento no Condomínio Parque das Palmeiras (3° andar), por trás de um discurso de que os professores gozariam de um ambiente mais luxuoso e confortável.  Pura falácia! No atual apartamento, os professores não tem nenhuma estrutura, pois faltam os seguintes e indispensáveis itens: tampa para os vasos sanitários, gás de cozinha, lâmpadas para todos os cômodos, cestos de lixo, armários e espelhos para os banheiros. A antiga residência era bem mais barata e atendia a demanda dos professores. Depois de quase 08 meses, por muita insistência, o cacique responsável pelo financeiro do departamento mandou reinstalar os ar condicionados nos quartos do atual apartamento, onde ficam os professores;
     
  • Para nosso espanto, neste mesmo apartamento que possui 03 quartos, o diretor se apoderou de um deles, do qual mantém a chave em seu poder, independente de estar ou não hospedado, obrigando que os professores se amontoem nos 02 quartos restantes. Isso se constitui em arbitrariedade, pois o referido diretor e nem qualquer funcionário pode se apropriar de um bem coletivo concedido pela universidade para fazer uso privado. A mesma atitude foi adotada na antiga residência, onde o diretor mantinha um quarto privado e acolhia hóspedes que não tinham nenhuma relação com a instituição pública. Além disso, os professores precisam pagar uma empregada para limpeza do apartamento, comprar água potável para beber e materiais de limpeza. Enquanto isso, os funcionários não concursados e residentes no campus universitário gozam das suítes disponíveis, do frigobar, do ar condicionado, da televisão, do gás de cozinha, dos banheiros equipados e de uma funcionária dos serviços gerais da UNEB que realiza a limpeza dos seus respectivos quartos. Cabe-nos perguntar: por que esses privilégios podem ser mantidos pela Uneb aos funcionários e não pode ser também destinado aos professores que, junto com os alunos, são as células maiores da universidade?
     
  • Por fim, os professores dos colegiados de Letras e de Direito pedem e suplicam respeito por parte do funcionário do financeiro e do diretor do departamento. Apenas queremos isso: uma gestão respeitosa aos professores.

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