Oferta de vagas para estágios está em alta na Bahia

  • 14 Set 2015
  • 10:21h

(Foto: Reprodução)

Crise, desaceleração da economia, aumento do número de desempregados. O atual cenário dá a entender que as oportunidades no mercado de trabalho estão cada vez menores e que as chances de uma pessoa conseguir uma ocupação são mais raras ainda. No entanto, na contramão desta situação, quem tem procurado vagas de estágio não tem tido do que se queixar.  De acordo com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), o número de ofertas do setor, no primeiro semestre deste ano, aumentou em 2,6% comparado com o mesmo período do ano passado, em todo o estado da Bahia. Ao todo, foram geradas pouco mais de três mil vagas de estágio, principalmente nas áreas de administração de empresas, tecnologia, direito, saúde, licenciaturas, além de outros bacharelados. “A gente tem verificado que há realmente esse crescimento em decorrência de diversos fatores. O estágio, nesse momento de retração, é uma possibilidade que o empresário tem para formar futuros quadros profissionais a um custo menor. É importante que haja uma melhor formação dos colaboradores para que, no momento em que a economia retome o crescimento, ele já tenha uma equipe forte, treinada e capacitada para responder as demandas que voltarão a existir”, disse Alessandro Salvatore, Gerente Regional Nordeste Sul do CIEE.

 

Atualmente, segundo Salvatore, o perfil do jovem que busca a primeira oportunidade no mercado de trabalho tem de ser o empreendedor. “Ele precisa querer, tomar daquela oportunidade, daquele momento de entrevista, externando de forma serena, que ele quer muito àquela chance, que ele vai fazer a diferença para a organização se for contratado. As características comportamentais, neste momento, até se sobrepõem sobre as características técnicas do jovem”, destacou. Dentre as qualidades mais buscadas nesses novos profissionais estão à disciplina, o senso crítico e a responsabilidade. Ele acrescenta que a contratação do estágio é mais interessante para empresa pelo fato de ele trazer benefícios que agreguem valor para a organização. Nessa condição, jovem buscaria uma melhor qualificação, mais informação e trazer conhecimento para a organização. “Essa oxigenação e o mundo da academia é bem vista e digo que, hoje, o custo de um estagiário para uma empresa é semelhante a de um celetista, por exemplo”, falou Salvatore.  Além disso, ele considerou como pontos positivos o fato de o estagiário não ter vícios, podendo ser moldado dentro da cultura, clima e valores da organização, diferente de um profissional já pronto, com uma expectativa salarial. Porém, apesar do crescimento, ainda há cerca de 80 mil jovens nos bancos de dados do CIEE aguardando oportunidade de estágio para o ensino superior. Esse número é ainda maior se somado àqueles que buscam vagas para nível médio. Mas, de acordo com uma pesquisa do Centro em parceria como Instituto Intersize, 64% dos jovens que conseguem estágio são aproveitados, ou em um novo estágio ou tendo uma nova ocupação, podendo até serem contratados pelas empresas. “Esse número só não é maior por que como se trata de uma pesquisa de abrangência, você se depara com jovens que não podem ter a efetivação por estarem em empresas públicas”, justificou Salvatore. No entanto, isso só vai se tornar uma tendência se a economia der sinais de melhora. Do contrário, poderá haver uma queda nos números, principalmente neste período em que os empresários estariam reticentes em fazer contratações. “A dica para o jovem que tenta a primeira oportunidade é que ele seja insistente e busque o aperfeiçoamento, para que tenha maiores opções de escolha”, contou Salvatore. Além do próprio CIEE, o interessado pode buscar, pela internet, cursos gratuitos que podem ajudá-lo a aumentar a competitividade no mercado.

Jovens buscam chances de uma carreira promissora no mercado

A todo tempo, jovens entram e saem das agências que oferecem vagas na tentativa de conseguir o ao sonhado estágio, que pode ser o pontapé inicial para uma carreira promissora. Com a documentação em mãos, eles não veem a hora de ingressar no mercado de trabalho, como é o caso da estudante de farmácia, Isabela Silva.  “Para mim, pode ser na área de saúde ou administrativa”, disse ela, destacando como pontos fortes o conhecimento adquirido em outros trabalhos e no próprio curso. “Espero que seja rápido, o mercado está muito competitivo. Mas estou preparada para encarar os desafios que vem pela frente”, salientou. A também estudante, Joyce do Nascimento, estava mais contente, pois havia acabado de conseguir um estágio como recepcionista em uma concessionária de veículos. A expectativa dela é que, a partir de agora, consiga alçar voos ainda maiores. “Quero obter conhecimento e passar isso adiante, sem contar que pretendo fazer faculdade de psicologia”, contou.

EMPRESAS
Para as empresas, apenas boa vontade por parte do jovem não basta. É necessário que ele esteja atento as demandas que aparecem, além do cumprimento de horário e ser receptivo a novos aprendizados. “Temos um papel social muito forte, de ajudar, em muitas vezes, a dar a primeira oportunidade a esses jovens. Só os que estudam, são dedicados e tem um diferencial na atitude de comportamento vão chegar lá”, falou a gerente comercial do Guia Mais, Léa Salles. Na empresa, trabalham duas menores aprendizes. Quem já passou por lá, iniciando na mesma função, foi a estudante do curso de Sistemas de Informação, Marizete Pereira. Ela – que atualmente trabalha em uma empresa na área de tecnologia – diz que a primeira experiência, aos 20 anos, foi fundamental para descobrir o que efetivamente queria no mercado de trabalho. “Foi uma boa experiência onde pude aprender coisas boas e colocar em prática em outros trabalhos. Tenho planos de me formar e fazer uma pós-graduação para crescer na profissão. A minha dica para os que estão iniciando é a de que tenham vontade de querer aprender e corram atrás dos seus objetivos”, falou.


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