Movimento por impeachment contra Dilma cresceu na Câmara, dizem deputados baianos

  • 05 Set 2015
  • 10:26h

(Foto: Reprodução)

Deputados federais da Bahia avaliam que a movimentação pela abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) cresceu bastante nos bastidores da Câmara. Em tom reservado, parlamentares da base aliada e da oposição confidenciaram à Satélite que foram sondados, nos últimos dias, por líderes de partido interessados em medir o grau de adesão à iniciativa entre os colegas de Congresso. As articulações para emparedar a petista politicamente - adormecidas desde a denúncia de corrupção contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) -  foram reativadas após três episódios que afloraram os ânimos conspiracionistas em Brasília: o inédito Orçamento do déficit, o cai não cai do ministro Joaquim Levy (Fazenda) e, mais decisivo de todos,  o rosário de declarações recentes do vice, Michel Temer (PMDB). Para muita gente no Planalto, Temer deu o sinal verde para que a turma do impeachment bote o bloco na rua. No momento, segredam as fontes, calcula-se  não se há votos suficientes para destituir Dilma, 342 dos 513 possíveis, e sim se já existe a quantidade necessária para abrir processo na Câmara. No jargão, a chamada maioria simples. Ou seja, 257 votos. Para parte da bancada baiana, dá e ainda sobra.

 

Freio de arrumação
Apesar do desejo da militância comunista, a deputada Alice Portugal (PCdoB) afirma que ainda não há como garantir sua candidatura a prefeita de Salvador em 2016. “A base quer, a direção também, mas precisamos construir as condições necessárias. Hoje, não as temos”, diz. A cautela tem histórico. Em 2012, Alice se lançou à corrida pelo Palácio Thomé de Souza, e depois foi atropelada pela Executiva Nacional do partido em favor do PT.

Passos largos
As incertezas quanto à disputa na capital não são as mesmas quando o assunto é o interior. Segundo Alice Portugal, o PCdoB vai lançar candidatos próprios em cerca de 100 municípios baiano. Lista que inclui, obviamente, cidades onde a sigla governa, como Juazeiro, Poções, Gandu e Santa Inês. Nas maiores cidades, a legenda decidiu que não abrirá mão de cabeças de chapa em Itabuna, Vitória da Conquista e Jequié. Barreiras, assim como Salvador, é dúvida.

Dança das letrinhas
Mais duas trocas partidárias foram dadas como certas na Câmara de Salvador. O vereador J.Carlos Filho, ex-petista, praticamente selou sua filiação ao Solidariedade (SD). Euvaldo Jorge está prestes a deixar o PP pelo PPS, partido comandado pelo líder da base governista, Joceval Rodrigues. Por outro lado, ainda é indefinida a situação de Tiago Correia (PTN), atualmente na chefia da Limpurb. Correia flerta com PMDB e PSDB, mas o nanico PHS também é forte opção na mesa.

Rede de arrasto
Mais um capítulo do escândalo dos consignados na Câmara de Itabuna: o ex-presidente da Casa Clóvis Loyola teve R$ 797 mil em bens bloqueados pela Justiça, a pedido do Ministério Público Federal. Além de Loyola, foram alvos ainda três servidores que assessoraram o parlamentar em 2009 e 2010.  Todos são réus em ação de improbidade administrativa, sob a acusação de fraudes e desvios de recursos da Caixa destinados a empréstimos para funcionários públicos.


Comentários

    Nenhum comentário, seja o primeiro a enviar.