Além de acesso a cursos técnicos e faculdades, Enem possibilita até curso no exterior

  • 25 Jul 2015
  • 08:03h

(Foto: Reprodução)

Quando se inscreve para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o candidato sabe que tem pela frente meses de estudo para responder, da melhor forma possível, 180 questões, e redigir uma redação em dois dias de prova. Mas, na realidade, as possibilidades que o exame abre aos candidatos ainda estão por vir. E elas são muitas: com as notas nas mãos, o estudante tem como opções desde adquirir o certificado do ensino médio ou entrar em uma faculdade até ir para um intercâmbio no exterior, pago pelo governo. Segundo Márcia Kalid, diretora do curso e colégio Oficina, as múltiplas possibilidades oferecidas pelo exame são uma forma de garantir o acesso de mais pessoas à educação. “Hoje, ninguém fica sem fazer Enem porque ele abre possibilidade para várias outras coisas além de uma vaga no ensino superior”, comenta a diretora, destacando que o exame ajuda a democratizar o acesso. “Com ele, qualquer um que tenha feito uma boa pontuação pode ingressar em diversas modalidades de ensino”, reitera.

Passaporte 

Para a estudante Tatiana Scher, 17 anos, o bom desempenho no Enem representa, literalmente, um passaporte. Além de possibilitar seu ingresso no curso de Arquitetura,  da Universidade Federal da Bahia (Ufba), já pensa em garantir uma vaga no Ciências sem Fronteiras (CSF), programa do governo federal que financia o intercâmbio de alunos brasileiros no exterior. Tatiana já tem em mente até o destino do intercâmbio: Espanha. “Quero muito fazer o Ciência sem Fronteiras porque quando você viaja, amplia seu horizonte. Para mim, vai ser muito importante porque vou poder ter contato com a Arquitetura e com a cultura de outro povo”, contou ela, que cursa o 3º ano em uma escola particular de Salvador. Assim como Tatiana, a estudante Amanda Chiacchio, 18, também pretende usar a nota do Enem para conseguir entrar na Ufba e participar do CsF. Por isso, tem estudado oito horas por dia para obter uma pontuação que possibilite sua entrada no disputado curso de Medicina e, claro, no CsF, já que o candidato precisa ter nota mínima de 600 pontos para pleitear uma vaga no intercâmbio. “Tenho estudado muito. Medicina é muito concorrido e o CsF também”, destacou Amanda, que sonha em passar uma temporada de estudos na Inglaterra.

Projetos 
No caso de Maria Aparecida Fernandes, 55 anos, fazer o Enem foi uma maneira de ascender na sua carreira. Ela sempre trabalhou no setor administrativo de empresas e prestou o exame pela primeira vez em 2005, para ingressar na graduação de Administração. Com a nota obtida, conseguiu uma bolsa do Programa Universidade para Todos (Prouni) em uma universidade particular de Salvador. Depois da formatura, ela conta que encontrou dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, por conta da idade. Foi quando resolveu, em 2013, usar o Enem novamente, só que dessa vez para ingressar em um curso técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). “A colocação no mercado para mim, que tenho mais de 50 anos, é muito difícil. Então, como queria botar um negócio e já trabalhava com o artesanato, resolvi entrar no curso técnico de modelagem de vestuário, que acrescentou muito a minha vida”, comenta Aparecida, que agora tem como projeto virar chefe de si mesma: pretende montar uma confecção de roupas para o público infantil. O estudante Hugo Nascimento, 22, prestou Enem em 2011 já pensando no Prouni. “Tentar uma faculdade pública não era uma opção por conta das greves. Como eu não tinha como arcar com a mensalidade de uma faculdade particular, tentei o Prouni e fui aprovado”, relembra o rapaz. Hoje, Hugo já está cursando o sétimo semestre de Engenharia Civil na Universidade Salvador (Unifacs). Ele foi contemplado  com bolsa de 100% de gratuidade obtida através do programa.


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