Mistério na região: Dois ciganos são sequestrados e seguem desaparecidos há 4 dias, eles foram identificados

  • Informações do Giro em Ipiaú
  • 29 Set 2020
  • 09:17h

(Foto: Giro em Ipiaú)

Dois ciganos foram sequestrados na noite da última sexta-feira (25) no município de Ipiaú. De acordo com informações apuradas pelo GIRO, quatro indivíduos com armas longas e usando vestes semelhantes a do exército brasileiro sequestraram os irmãos Zidane e Zwoan. A ação criminosa ocorreu em um sítio após o Campo do Ceará, às margens da BA-650, trecho que liga Ipiaú ao município de Ibirataia. Os criminosos teriam fugido com as vítimas sentido Ubatã. A Polícia Civil de Ipiaú confirmou o caso à nossa reportagem e afirmou que iniciou as investigações. 

Pai de Santo consegue primeira vitória contra Netflix

  • MF Press Global
  • 29 Set 2020
  • 08:10h

Babalorixa Alexandre Montecerrath conquistou a primeira vitória contra o Netflix na 26ª Vara Cível do Rio de Janeiro | Foto: Divulgação

O processo que o pai de santo Babalorixa Alexandre Montecerrath move contra a produtora do programa Porta dos Fundos e o Netflix teve a primeira decisão nesta semana. A juíza Rosana Simen Rangel, da 26ª Vara Cível do Rio de Janeiro, determinou a isenção de custas processuais para o centro de umbanda Ilê Asé Ofá de Prata em favor do seu representante no processo. Segundo o advogado Anselmo Ferreira Melo Costa, que representa juridicamente o pai de santo do centro de umbanda no processo, a isenção das custas processuais garante o livre acesso à justiça num estado democrático de direito eis que foi comprovado sua hipossuficiencia no processo. A ação foi impetrada após a exibição do especial de Natal que o Porta dos Fundos fez para a Netflix. De acordo com o pai de santo, o programa trouxe aos espectadores religiosos “um enredo totalmente desrespeitoso, haja vista que, adultera totalmente a história de Jesus perante a todas religiões que o cultuam, eis que traz uma roupagem sexual, palavras de baixo calão, apologia às drogas e, dentre outras coisas que ironizam e debocham com a fé alheia”. O referido filme traz uma imagem de Jesus Cristo homossexual, que faz uso de chás alucinógenos e que, ainda, tem dúvida quanto ao seu dever como filho de Deus. O pai de santo Babalorixa Alexandre Montecerrath, que representa o centro de umbanda Ilê Asé Ofá de Prata, pede indenização de R$ 1 bilhão não para ele, mas sim para todas instituições religiosas comprovadamentes carentes contra a produtora do programa e contra a plataforma de streaming alegando que a atração é uma “afronta aos valores religiosos” e, por se sentir ofendido, quer ver prevalecer  o valor por danos morais e também exige que o título seja retirado do ar.

Para manter perdão a igrejas, bancada evangélica tenta aliança a esquerda

  • Redação
  • 29 Set 2020
  • 08:05h

Grupo político reuniu saldo devedor de políticos e sindicatos com o fisco para convencer rivais no Congresso |Foto: Divulgação/Assessoria

Visando aliança para conseguir apoio que garanta o perdão tributário de dívidas milionárias das igrejas, a bancada evangélica tem se aproximado de parlamentares da esquerda. Na segunda-feira (28), planilhas com os valores devidos começaram a circular entre diversos partidos em Brasília. O intuito dos evangélicos é usar as dívidas de partidos e de sindicatos com o fisco para convencer os esquerdistas a se aliarem para derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O argumento é que todos são protegidos pela mesma lei de imunidade e que, se hoje quem sofre são as igrejas, amanhã poderão ser os políticos. Segundo levantamento da bancada junto à PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional), os partidos têm R$ 94 milhões em dívidas penduradas com o fisco. O passivo das igrejas com o perdão é de R$ 850 milhões, mas o valor foi reduzido com a parte do projeto que não foi vetada por Bolsonaro. Vale lembrar que o próprio presidente disse à bancada evangélica que vetasse sua decisão, que foi contrária por temer que uma acusação de irresponsabilidade fiscal o levasse ao impeachment. As informações são de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Barraco no Leblon: 'Bati com força e foi um tapa bem dado', diz mulher de biquíni; veja vídeo

  • Correio 24h
  • 28 Set 2020
  • 19:13h

(Foto: Reprodução Youtube)

Agora conhecida como uma das moças que passeou de biquíni em um conversível pelo Leblon, no Rio de Janeiro, Scheila Mack publicou um vídeo dando sua versão dos fatos e dizendo que não se arrepende do tapa que deu na arquiteta Aline Araújo, depois que essa jogou uma garrafa de água nas suas costas. "Apanhei, revidei. Tô certa? Eu acho que eu tô. Eu tenho certeza de que não mereço apanhar à toa", diz ela. "Eu não bati à toa".  O episódio aconteceu no final de semana e movimentou as redes sociais depois que vídeos com a cena viralizaram. As imagens mostram Scheila descendo do carro e dando um tapa na arquiteta. Depois, ela volta correndo para o conversível e um homem a segue e puxa a parte de cima do biquíni dela.  A arquiteta afirmou que as três pessoas do carro - além de Scheila, a amiga dela, Priscilla Dornelles, e o amigo Will Vacari - estavam fazendo "preliminares" como se estivessem em um "vídeo pornô". Ela alegou que agiu porque estava com crianças na mesa de um bar e considerou um atentado ao pudor. Scheila nega essa versão e diz que todos que viram o vídeo poder constatar que houve somente um beijo. "Sexta à noite, saindo do pós-praia, estávamos de biquíni sim, porque moramos na praia. Curtindo nossa vibe, nossa onda, tínhamos bebido. Estávamos de capota aberta, o carro é conversível. Conversando, dando risada, com som alto. Quando passamos em uma rua mais movimentada e escuto uma garota falar assim: 'Vagabunda'. Olhei pro lado e ela com a maior cara de deboche me manda um beijo. Achei desnecessário, dei até risada, falei 'Será que ela quer participar?'.", começa ela.

Batida entre carro e caminhão na BR-101 deixa quatro pessoas mortas

  • Redação
  • 28 Set 2020
  • 18:27h

Acidente aconteceu durante a madrugada desta segunda-feira (28), em trecho de Conceição do Jacuípe| Foto: Reprodução/Berimbau Notícias

Uma batida frontal entre um carro e um caminhão resultou na morte de quatro pessoas, na madrugada desta segunda-feira (28), na BR-101, no trecho da cidade de Conceição do Jacuípe. De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente ocorreu por volta de 1h30 da madrugada, na altura do Km-167. Ainda de acordo com a PRF, todas as vítimas fatais estavam no carro. As informações iniciais apontam que o veículo de passeio tentou fazer uma ultrapassagem irregular quando acabou sendo atingido. O motorista do caminhão não teve ferimentos.

Governador Wellington Dias substitui Rui Costa e é eleito presidente do Consórcio Nordeste

  • Política Livre
  • 28 Set 2020
  • 17:51h

(Foto: Divulgação)

O governador Wellington Dias (PT) foi eleito, por unanimidade, presidente do Consórcio Nordeste. De acordo com informações do G1, a votação aconteceu durante um encontro, por meio de uma videoconferência, entre os chefes do poder executivo dos nove estados do Nordeste nesta segunda-feira (28). “Nós vamos trabalhar a gestão, a integração do Nordeste, um projeto de desenvolvimento, o Nordeste conectado, a infraestrutura do Nordeste, o turismo, a economia, a relação internacional, essa área relacionada à agricultura familiar, seja, toda uma política de saúde, segurança, educação integrada para o desenvolvimento, para o bem da população do Nordeste”, destacou Wellington Dias. Até então, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), presidia o consórcio desde a sua formação, em março de 2019. Para o gestor, a integração foi a principal responsável pelos bons resultados obtidos pelo consórcio. “Agradeço toda a solidariedade e apoio dos companheiros. O que construímos até aqui é fruto da nossa unidade. Conseguimos pautar um debate político justo e racional. Portanto, o saldo é positivo. O nosso índio vai para o quarto mandato com muita experiência e unidade. Esse Consórcio é uma articulação que veio para nos ajudar nos deveres como governadores”, disse Rui Costa.

Incêndio de grandes proporções consome pasto e vegetação na zona rural de Guanambi

  • Redação
  • 28 Set 2020
  • 16:44h

(Foto: Reprodução)

Um incêndio de grandes proporções chamou a atenção neste final de semana na zona rural de Guanambi. O fogo que começou no início da tarde deste domingo se alastrou rápido devido ao calor, vegetação seca e ventos fortes e em instantes queimou cerca de 90 hectares de uma área de pastagem, vegetação e até rede elétrica. A brigada de incêndio da prefeitura municipal de Guanambi foi acionada e conseguiu controlar o fogo. Somente neste mês de setembro centenas de hectares foram consumidos pelo fogo em várias partes da zona rural de Guanambi.

Governo da Bahia antecipa pagamento de aposentados e pensionistas para esta terça (29)

  • Redação
  • 28 Set 2020
  • 15:57h

Iniciativa é uma das medidas adotadas para conter a disseminação do novo coronavírus, já que evita aglomerações nos bancos | Foto: Reprodução

Aposentados e pensionistas do governo do estado devem receber nesta terça-feira (29) o pagamento referente ao mês de setembro. De acordo com a Secretaria da Administração da Bahia (Saeb), esta é a sexta antecipação do pagamento, desde o início da pandemia do novo coronavírus. A iniciativa é uma das medidas adotadas para conter a disseminação do novo coronavírus. Isso porque evita a formação de filas e aglomerações nos postos e agências bancárias. O pagamento de servidores ativos, por outro lado, segue programado para quarta-feira (30), último dia útil do mês. A tabela de pagamentos pode ser consultada no Portal do Servidor.

Programa do governo libera R$ 5 bi em empréstimo via maquininha de cartão

  • Redação
  • 28 Set 2020
  • 15:07h

Expectativa é que três milhões de empresas sejam beneficiadas; outra etapa do programa disponibilizará mais R$ 5 milhões | Foto: Reprodução

O governo federal anunciou a liberação de R$ 5 bilhões em empréstimos através de maquininhas de cartão de crédito. A iniciativa é parte do Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (Peac) Maquininhas. De acordo com informações do site Valor Econômico, o objetivo principal do programa é facilitar acesso de microempresas e microempreendedores ao crédito, caso não consigam contratar empréstimos em bancos. A medida beneficia também empresas de pequeno porte, com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. A expectativa é que três milhões de empresas sejam beneficiadas. Outra etapa do programa disponibilizará mais R$ 5 milhões em empréstimo. As instituições financeiras autorizadas a operar a linha de crédito poderão oferecê-lo direto das maquininhas, tendo como garantia os recebíveis a serem originados pelas maquininhas. Por outro lado, as instituições financeiras poderão exigir aval ou fiança do contratante. O empresário também não poderá ter outras operações que utilizem os recebíveis de cartões de crédito ou débito como garantia. O valor dos créditos é limitado ao dobro da média mensal de ventas e prestações de serviços recebidos por meio das máquinas. O limite é R$ 50 mil, cuja média é calculada considerando o período compreendido entre 1º de março de 2019 e 29 de fevereiro de 2020. A linha poderá ser contratada até 31 de dezembro deste ano, com juros de 6% ao ano. O prazo para pagamento é de 36 meses, sendo seis de carência. Ao Valor, o Ministério da Economia informou que a administradora não poderá cobrar tarifas, encargos ou emolumentos na concessão do empréstimo.

Governo Bolsonaro anuncia 'Renda Cidadã', substituto do Bolsa Família

  • Lucas Arraz
  • 28 Set 2020
  • 14:03h

(Foto: Folha UOL)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ao lado da sua equipe econômica e líderes do Congresso Nacional, anunciou nesta segunda-feira (28) o que pretende ser o novo programa de distribuição de renda do país: o Renda Cidadã. O programa deve substituir o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial, criado no início da pandemia do novo coronavírus. O senador Eduardo Gomes (PSD) será o relator do projeto no Congresso Nacional. O valor que será pago não foi revelado. A criação do projeto custará R$ 55 bilhões do orçamento e será custeada por recursos de precatórios e do Fundeb. A equipe econômica declarou que o teto de gastos não deve será ultrapassado com o programa e um novo imposto não será criado. A ideia é que o programa entre em vigor ainda em janeiro. Uma nova reunião acontece neste momento em Brasília com líderes do Congresso para debater o tema. 

Projeto suspende pagamento de tributos por pequenas empresas

  • Agência Senado
  • 28 Set 2020
  • 13:43h

Benefício vale para débitos devidos entre abril e setembro por empreendedores optantes do Simples Nacional | Foto: Exame

Um projeto do senador Jorginho Mello (PL-SC) suspende a cobrança de dívidas das pequenas empresas com a Fazenda Pública durante a pandemia de coronavírus. De acordo com o texto, o benefício vale para débitos tributários devidos entre abril e setembro deste ano por empreendedores optantes pelo regime do Simples Nacional. Apresentado em agosto, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 200/2020 aguarda distribuição para as comissões temáticas do Senado.

O projeto isenta os pequenos empresários da cobrança dos tributos incluídos no Simples Nacional: Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), contribuição para o PIS/Pasep, contribuição patronal previdenciária, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Serviços (ISS). A moratória alcança até os tributos parcelados vencidos entre 1º de abril e 30 de setembro de 2020.

De acordo com texto, os beneficiados teriam até o dia 31 de janeiro de 2021 para recolher os tributos devidos. Caso o empresário opte pelo parcelamento do débito até o dia 31 de dezembro de 2020, cada prestação não pode superar 0,3% da receita bruta verificada no mês anterior. No caso do microempreendedor individual, o montante deve ser pago em 60 parcelas, com valor mínimo de R$ 10. Em qualquer caso, a Fazenda Pública não pode cobrar juros.

Exclusão do benefício

O empresário perde o direito ao benefício se deixar de pagar três prestações consecutivas ou seis alternadas do parcelamento. Se a autoridade fiscal constatar qualquer tentativa de fraude para simular a redução da receita, o optante também fica obrigado a pagar todos os débitos imediatamente.

O PLP 200/2020 proíbe que os pequenos empresários sejam excluídos do Simples Nacional caso tenham dívidas com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ou com as Fazendas Públicas federal, estadual e municipal. Mas isso só vale enquanto perdurar o estado de calamidade pública provocado pela pandemia de coronavírus.

O texto também permite ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) ter acesso a dados e documentos fiscais e econômicos das empresas. O objetivo é contribuir para execução de políticas públicas relacionadas aos pequenos negócios e ao desenvolvimento territorial.

Para Jorginho, “a grave crise provocada pela pandemia de covid-19” gerou “profunda repercussão e efeitos negativos em todas as atividades econômicas do país. As empresas, assim como os cidadãos, estão enfrentando profundas restrições no capital de giro para honrar seus compromissos junto a instituições financeiras, fornecedores, empregados e com o próprio Fisco”, argumenta.

De acordo com o parlamentar, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, que congrega mais de 27 mil empresas, projeta uma redução de 20% no faturamento médio anual de R$ 177 bilhões. A retração, segundo a entidade, provocará “significativas taxas de demissões” no setor, que emprega 1,5 milhão de trabalhadores — 75% deles, mulheres. Jorginho Mello lembra anda que a taxa média de desemprego no Brasil deve saltar dos 12,6% inicialmente previstos para 18% devido à pandemia.

Área plantada com trigo na Bahia pode alcançar 20 mil hectares nos próximos anos

  • Redação
  • 28 Set 2020
  • 11:41h

(Foto: Reprodução)

Com potencial de expansão da área plantada para pelo menos 20 mil hectares nos próximos anos com o uso de tecnologias de manejo e de variedades atuais, a triticultura no eeste da Bahia pode contribuir na busca pela autossuficiência do Brasil no cereal. Das cerca de 12,5 milhões de toneladas consumidas internamente, apenas 6,81 milhões de toneladas deverão ser produzidas no país em 2020, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O oeste baiano faz parte do Matopiba, fronteira agrícola nacional da atualidade que integra o Cerrado do Maranhão, do Tocantins, do Piauí e da Bahia, sendo responsável por grande parte da produção nacional de grãos como soja e milho, e de fibras como o algodão.

Na região, o trigo é plantado em sistema irrigado, em rotação com a soja, o milho ou o algodão sob pivô, cultivos voltados à produção de sementes ou plumas, respectivamente. Nesses sistemas, o trigo atua quebrando ciclos de pragas e doenças, além de reduzir a infestação de plantas daninhas e de deixar, após a colheita, uma palhada de boa qualidade. Já o trigo em sistema de sequeiro, apesar de ser pontualmente testado por alguns produtores, praticamente não é cultivado devido ao maior risco representado pelos solos arenosos da região, que têm menor capacidade de retenção de água.

Estimativas da Conab apontam que a área plantada com trigo na Bahia neste ano – quase a totalidade na região oeste – ainda é pequena, de cerca de 3 mil hectares, mas pesquisadores acreditam que possa alcançar rapidamente 20 mil hectares nos próximos anos. A produção estimada para 2020 é de cerca de 17 mil toneladas, o equivalente a uma produtividade média de 5,66 ton/ha (ou 94,4 sc/ha), bem superior à média nacional de 2,9 ton/ha (ou 48,3 sc/ha) projetada para o ano.

“Mas há produtores que chegam a produzir 7 ton/ha (116,6 sc/ha) seguindo as recomendações de manejo e plantando variedades mais modernas”, aponta o pesquisador Julio Albrecht, da Embrapa Cerrados (DF).

Ele lembra que a Embrapa atua com o trigo na região desde meados da década de 1980, com o plantio de ensaios de valor de cultivo e uso (VCU) em áreas de produtores. Exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os ensaios de VCU são realizados para comprovar, em condições de cultivo, o valor agronômico de linhagens candidatas a cultivares, segundo normas elaboradas pelo próprio Ministério.

A Embrapa tem atualmente conduzido e avaliado experimentos com novas variedades e linhagens de trigo na região. As variedades também são avaliadas pelos produtores em campos experimentais e lavouras comerciais, observando as recomendações de manejo prescritas pela pesquisa científica. “Na medida em que fomos lançando novas variedades, a área cultivada foi aumentando, sobretudo de 2005 para cá”, diz Albrecht.

As condições climáticas e geográficas favoráveis ao cultivo do trigo irrigado no Oeste baiano são semelhantes às do Brasil Central (Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais), local onde foram selecionadas as cultivares da Embrapa para o Bioma Cerrado. Temperaturas elevadas durante o dia e amenas à noite, dias com alta luminosidade e altitudes que variam de 600 a 1.000 metros são fatores que influenciam positivamente na produtividade e na qualidade industrial dos grãos, considerada uma das melhores do mundo.

As recomendações de plantio, de manejo e de controle de pragas e doenças da cultura para a região se assemelham às preconizadas para o Brasil Central, sendo também a brusone a doença mais recorrente. “Com os mesmos cuidados preventivos e recomendações, os produtores têm conseguido escapar da doença ou minimizar os seus efeitos”, afirma o pesquisador da Embrapa Cerrados.

Segundo Cleber Soares, diretor de Inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a tropicalização do trigo, por meio do processo de inovação, é um exemplo claro da importância da pesquisa e da inovação na agropecuária.

“O trigo, que é uma cultura originalmente de clima temperado, que há décadas passadas era produzido quase exclusivamente na região Sul do Brasil, hoje graças à inovação agropecuária brasileira é possível cultivar no cerrado brasileiro, inclusive no Nordeste e em parte da região da caatinga. Isso mostra, a exemplo de outras culturas como a soja, que com inovação é possível expandir a produção agropecuária e, sobretudo, ofertar mais alimento na mesa do consumidor e do cidadão brasileiro”, diz o diretor, lembrando a recente colheita de trigo no estado do Ceará.

Para Soares, a expansão do cultivo poderá tornar o Brasil um grande produtor mundial de trigo. “A nossa perspectiva é de que, com o avanço do trigo tropical na região do Cerrado e no Nordeste Brasileiro, esperamos em um horizonte de tempo de curto prazo, quem sabe até em dois anos deixarmos de importar trigo e, por que não, pensarmos até em exportar trigo para o mundo”, afirma o diretor do Mapa.

Celso Moretti, presidente da Embrapa, diz que, depois de "tropicalizar" diversos tipos de plantas e animais nas últimas décadas, o Brasil agora trabalha para a "tropicalização" do trigo. "Estamos trazendo trigo para os trópicos. No entorno do DF, já temos trigo de alta qualidade. E tivemos a satisfação da primeira colheita no Ceará".

OPÇÃO PARA O PRODUTOR

Osvino Fábio Ricardi, proprietário da Fazenda Savana, em Riachão das Neves (BA), acredita no aumento da área plantada de trigo no Oeste da Bahia nos próximos anos. “A tendência é de aumento porque a área com agricultura irrigada está aumentando e o trigo é uma opção para a rotação de culturas. Não é a cultura mais rentável, mas é rápida e tranquila”, afirma, destacando a qualidade do grão colhido na região, que tem peso do hectolitro (PH)* variando de 82 a 85, o que indica boa qualidade.

Em 2020, foram plantados 1.625 hectares de trigo na propriedade. “Este ano, a realidade climática foi mais favorável”, observa. A expectativa do produtor é colher 6 ton/ha (ou 100 sc/ha) na atual safra, superando as 5,8 ton/ha (ou 96,66 sc/ha) obtidas em 2019.

Para o próximo ano, ele espera plantar entre 800 e 1.200 hectares, conforme o planejamento de rotação de culturas estabelecido pela fazenda. “Muitos produtores tiveram sucesso este ano e há o interesse em continuar plantando”, comenta, lembrando que, como o ciclo da cultura na região varia de 90 a 110 dias, o rendimento médio fica em torno de 1 sc/ha/dia.

Consultor em trigo na fazenda, o engenheiro agrônomo Pedro Matana Jr. conta que o primeiro plantio do cereal na propriedade ocorreu na safra de 2010, em uma área de algodão com soja e milho em rotação sob pivô de irrigação. Ele explica que a opção por plantar trigo na área, que apresentava boa fertilidade, se deveu à presença de nematoides. “Avaliamos táticas de controle químico e biológico e decidimos colocar uma planta nova. Hoje, sabemos que o trigo tem baixo fator de reprodução de nematoides, de acordo com avaliações”, diz.

Ele lembra que a elevada produtividade média obtida naquele ano, de 7,5 ton/ha (ou 125 sc/ha), estimulou vizinhos a plantarem o trigo nas safras seguintes. “Nós mesmos não continuamos plantando porque o preço do algodão ficou mais atrativo, mas ficamos com a boa lembrança do trigo”.

Tanto que, em 2015, a fazenda voltou a plantar o cereal, realizando, inclusive, um dia de campo para demonstrar a viabilidade na região. Segundo Matana, diversos produtores passaram a cultivá-lo, mesmo que em áreas pequenas e não em todos anos. “O maior estímulo não é o financeiro. Geralmente, são grandes produtores com algum problema agronômico, já que o trigo, no mínimo, aumenta a diversidade de plantas na área. E outros ainda não ocultivam porque ainda não há moinhos em operação na região”, explica

O consultor, que também visita trigais em outras propriedades da região, observa que nem todos os produtores foram bem sucedidos com a cultura, por terem tomado decisões de manejo de forma reativa, sem planejamento. Por isso, ele atenta para a necessidade de compreensão das especificidades de manejo da cultura para o Cerrado baiano. “Muitos produtores conhecem o trigo do Sul, mas ainda não entenderam que aqui tanto a estratégia de manejo como as ameaças são diferentes. Você trabalha com outra adubação, outra população de plantas, regulador de crescimento etc.”, explica.

Ao longo dos últimos 10 anos, o consultor tem observado que, se por um lado há uma sazonalidade de produtividade na região, por outro há a segurança de se produzir um trigo de qualidade pão ou melhorador. “Podemos colher, na média, o mesmo que no Sul do País, mas tudo de grãos melhoradores”.

Matana ressalta a quebra do paradigma de que o trigo seria uma cultura exclusiva de clima frio, citando a primeira colheita de trigo no Ceará este ano, em experimentos conduzidos pela Embrapa. A produtividade média foi de 3,6 ton/ha (ou 60 sc/ha), considerada surpreendente pelos pesquisadores. Nesse sentido, ele aposta no potencial de expansão da cultura no Nordeste, como a região central da Bahia e o Piauí. “É uma fronteira que está aberta e tem que ser explorada”.

A cultivar de trigo BRS 264 da Embrapa é a mais plantada pelos produtores da região, que também têm testado a cultivar BRS 394. Enquanto alguns produtores avaliam esses e outros materiais em parcelas piloto, outros já realizam plantios em escala comercial. “A BRS 264 se sobressai pela precocidade, pela qualidade e pela produtividade, com lavouras comerciais produzindo 6 ton/ha (ou 100 sc/ha). Além disso, é a mais demandada pelos próprios moinhos”, diz Albrecht.

A Fazenda Savana utiliza cultivares de diferentes empresas, incluindo a BRS 264, que este ano ocupa 250 hectares da área com trigo. “Ela tem um ciclo mais precoce e é produtiva, sendo um trigo melhorador”, diz Ricardi. “A grande maioria dos triticultores planta a cultivar porque ela está sob medida para a região e atende à demanda dos moinhos quanto à qualidade de farinha exigida pelo consumidor. Aqui, ela consegue produzir um grão melhorador e branqueador (de farinha)”, completa Matana.

O consultor diz que a cultivar apresenta, no campo, um elevado potencial produtivo – média de 6 ton/ha (ou 100 sc/ha), tendo sido colhidas 7,62 ton/ha (ou 127 sc/ha) em uma área de 80 hectares em 2010 na Fazenda Savana –, além de estabilidade entre as safras e ampla adaptação em solos arenosos (como é o caso da região) bem manejados. Já o ponto fraco, que é a suscetibilidade à brusone, deve ser mitigado com estratégias de manejo.

GARGALO

O principal limitante à produção do trigo no Oeste baiano é a comercialização, já que os moinhos mais próximos de Luís Eduardo Magalhães, um dos municípios produtores do cereal na região, estão no Distrito Federal, a 550 km, e em Salvador, a 960 km, o que encarece o frete. Por isso, os grãos são comercializados para moinhos do DF, de Anápolis e Goiânia (GO) e de Estados do Nordeste. “Neste ano, houve moinhos de Maceió (AL) que buscaram trigo no Oeste da Bahia”, lembra o pesquisador Jorge Chagas, da Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS).

Mas a situação pode melhorar em breve. Um moinho está em construção em Luís Eduardo Magalhães e há empresas moageiras do Paraná, de São Paulo e de Salvador (BA) interessadas em atuar na região, uma vez que o preço do trigo importado tem aumentado em consequência a alta do dólar – atualmente, o trigo FOB (sigla para free on board ou “livre a bordo”) tem sido cotado a R$ 1.100/ton, em média.

Osvino Fábio Ricardi acredita que o estabelecimento do moinho pode estimular a cadeia do trigo na região. “E como há uma previsão da redução da área plantada de algodão em pivô no ano que vem, abre-se espaço para culturas como milho, feijão e para o próprio trigo”, acrescenta Pedro Matana Jr.

Para o diretor de Abastecimento e Comercialização do Mapa, Sílvio Farnese, a localização dos grandes moinhos de trigo nos portos faz com que a logística de transporte seja mais onerosa que as importações, que entram no país de navio.

“Sem dúvida equacionando esses entraves, não só Oeste da Bahia, como os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal têm um grande potencial de produção. Porém, como existem poucas unidades de moinhos, há dificuldade de comercialização pelo produtor, sobretudo se a produção se elevar muito. Uma alternativa é a produção em contrato com os moinhos da região”, diz Farnese.

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Rui Costa descarta retorno das aulas: ‘os números de óbitos continuam altos’

  • Bianca Andrade / Eduardo Dias
  • 28 Set 2020
  • 10:33h

O governador reafirmou que a população não deve baixar a guarda, apesar da queda no número de internações pela doença | Foto: Divulgação

O governador Rui Costa (PT), afirmou que não vê possibilidade do retorno das aulas nos próximos dias, devido ao número de mortes por Covid-19 no estado. Durante um encontro com a imprensa nesta segunda-feira (28), na visita as obras da Avenida Gal Costa, o petista afirmou que o momento é de atenção redobrada. “Não tem decisão ainda. Como eu disse na semana passada os números de óbitos ainda estão altos, apesar de queda no número de internamento”, disse. Questionado sobre uma segunda onda da doença, o governador afirmou que a orientação é continuar se cuidando e reforçar as medidas de segurança, para que os números não cresçam. Sobre segunda onda estamos monitorando, a situação toda é monitorar e reiterar que a população deve se proteger, usar mascara, higienizar mãos, não dá para baixar guarda porque os números estão caindo, ao contrário, já que nós estamos conseguindo derrubar os números, é momento de reforçar de intensificar as medidas de proteção”

Com 13 dias de queimadas, incêndio em Barra tem parte crítica controlada e dois focos ativos

  • Informações do G1/BA
  • 28 Set 2020
  • 09:33h

Com 13 dias de queimadas, incêndio em Barra tem parte crítica controlada e dois focos ativos — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

A parte crítica do incêndio na cidade de Barra, no oeste da Bahia, já é considerada sob controle por bombeiros e brigadistas que estão no local. Nesta segunda-feira (28), o fogo completa 13 dias.

Segundo as equipes que trabalham no local para debelar as chamas, ainda existem dois focos ativos, um próximo à margem do Rio São Francisco e outro no distrito de Igarité. Por causa disso, o combate está sendo feito preferencialmente nesses pontos, para evitar que fogo se alastre mais uma vez.

Durante o sábado (26) e o domingo (27), a cidade não registrou novos focos do incêndio. Ainda de acordo com as equipes no local, a tendência é de que as chamas sejam totalmente controladas nesta semana.

O incêndio atingiu seis comunidades da zona rural de Barra e, na última quarta-feira (23), chegou às casas dos moradores. Segundo os bombeiros, a área atingida pelas chamas passa dos 1.500 hectares, mas os dados não foram atualizados nesta segunda.

Uma perícia feita no local onde o fogo começou, na comunidade de Porto Novo, mostrou que o incêndio pode ter começado a partir de uma queima para renovação de pastagens, e perdeu o controle.

Os especialistas ambientais acreditam que mais de 90% dos incêndios em vegetação começam a partir da ação humana, principalmente para limpeza de área por agricultores.

Bahiagás apresenta Projeto Gás Sudoeste em Maracás

  • Bahia Gás
  • 28 Set 2020
  • 08:47h

Representantes do poder público e da população debateram a iniciativa com dirigentes da Companhia | Foto: Divulgação

Autoridades locais, comerciantes, proprietários de terras, lideranças comunitárias e sociais, e representantes da sociedade, em geral, ocuparam, na manhã desta terça-feira (22/09), o auditório e também uma sala anexa da Pousada Menina Bonita, na cidade de Maracás, para debaterem o projeto Gás Sudoeste – Duto de Distribuição de Gás Natural do Sudoeste. Os participantes foram recebidos por uma comitiva da Companhia de Gás da Bahia – Bahiagás, que organizou uma Reunião Pública para apresentar o projeto à cidade.

A atividade foi conduzida pelo diretor-presidente da Bahiagás, Luiz Gavazza, e contou com a presença da diretora Técnica e Comercial da Companhia, Gabriela Duarte. A diretora destacou a participação da população e das autoridades na reunião e ressaltou o trabalho que vem sendo feito para que as obras possam ser iniciadas com a maior brevidade possível. “Estamos empenhados em garantir que os benefícios com a chegada do gás natural possam ser percebidos por todo o povo de Maracás e demais cidades da região”, declarou.

O diretor-presidente da Companhia detalhou o projeto, defendendo o seu caráter de indutor do desenvolvimento econômico da região, possibilitado pela atração de novos empreendimentos para os municípios. “A oferta de um energético ecologicamente mais limpo e economicamente mais vantajoso para as empresas, torna a região mais atrativa para a instalação de novos negócios, já que a disponibilidade de energia a custos mais baixos, é um dos principais fatores da tomada de decisão dos empresários”, pontuou Gavazza.

Antes mesmo da chegada do gás natural, conforme salientou o dirigente da Companhia, a iniciativa já tem o potencial de impactar a economia das cidades, através da geração dos postos de trabalho para a execução da obra e também da maior circulação de pessoas. “A prioridade pela contratação de mão de obra local, é uma das condicionantes dos contratos firmados com as empresas que vão atuar na construção do duto e das estações de distribuição”, explicou o diretor-presidente. Ele reforçou, ainda, as oportunidades de novos negócios na região, com as locações de imóveis e equipamentos, o fornecimento de insumos e o acréscimo no movimento dos estabelecimentos comerciais.

Compromissos

A Reunião contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Maracás, Heugênio Meira, e dos vereadores Alison Nascimento, Josemar Castro e Juarez Ferreira. Hyone Ribeiro, procuradora-geral do Município, representou o prefeito da cidade, ao lado da secretária de Agricultura e Meio Ambiente, Queli Gonçalves, e da primeira-dama, Guida Galvão. Representantes da mineradora Vanádio Maracás e da Prefeitura de Lafaiete Coutinho, também marcaram presença na atividade.

Questões de ordens diversas foram levantadas pelos participantes, que pautaram assuntos como a geração de empregos para os habitantes da cidade, o desenvolvimento de projetos sociais e do turismo local, a valorização das propriedades e os cuidados com o meio ambiente. Gavazza convocou as autoridades locais a se envolverem com o projeto e a discutirem com as áreas da Companhia, responsáveis por cada um dos tópicos suscitados, a busca de caminhos que “garantam o pleno alinhamento entre os objetivos da Bahiagás e os anseios da comunidade”.

Na avaliação do diretor-presidente, a Reunião Pública, além de cumprir o seu objetivo, de levar informações sobre o projeto para a população de Maracás e região, possibilitou o estabelecimento de compromissos entre a cidade e a Bahiagás. “Interiorizar o uso do gás natural e promover o desenvolvimento socioeconômico das diferentes regiões do estado são tópicos das diretrizes estratégicas da Companhia. A nossa vinda à Maracás representa mais um importante passo nesta direção”, concluiu Gavazza.