Sem apoio de Fies, estudantes desistem de curso ou criam dívidas na Bahia

  • iBahia
  • 08 Mai 2015
  • 15:30h

Foto: iBahia

O sonho de cursar o ensino superior acabou para muitos estudantes em poucos meses. Este ano, o número de novos contratos com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) reduziu em cerca de 50%, totalizando 252 mil novos contratos em todo o país, segundo o Ministério da Educação (MEC).
Sem conseguir fazer contrato com o financiamento do governo federal, a estudante Milena Albergaria, 27 anos, teve que abandonar o curso de Enfermagem da Unijorge apenas quatro meses após o ingresso. Sem conseguir pagar a mensalidade, de R$ 1.203,13, ela se viu sem opção.
“Eu estava frequentando. Fiz algumas provas, estava com seminários em andamento, deixei tudo pela metade”, conta a aspirante a enfermeira, que decidiu interromper o curso quando constatou que estaria frequentando as aulas à toa. “Não estava conseguindo estudar direito porque vi que estava estudando em vão. Eu não teria como provar nada, porque a faculdade não vai emitir documento de que estava cursando”, explica Milena.
Nem a matrícula ela teve como pagar. Isso porque, explica a jovem, acabaria contraindo uma dívida de seis meses. “Se tivesse pago, teria adquirido a dívida do semestre inteiro. Depois, eu teria que negociar a dívida, que chegaria a quase 8 mil reais”, ilustra. Sem condições de arcar com uma possível dívida e, ao mesmo tempo, sustentar a filha, Milena agora se prepara para fazer um novo vestibular, no domingo, e tentar uma bolsa na Universidade Católica do Salvador (Ucsal).
Mas ela também já pensa em outra alternativa, caso não consiga o benefício na universidade: voltar ao cursinho e tentar uma instituição pública. “Enfrentar a pública é um pouco complicado pela demora de ter vestibular. Depois, de formar. Mas é minha única opção, caso não consiga a bolsa”, lamenta Milena.


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