Atenção, está de volta o vergonhoso tapetão

  • por Juca Kfouri
  • 11 Dez 2013
  • 07:44h

Foto: Reprodução

O Vasco quer ressuscitar o tapetão que tanto mal já causou ao futebol brasileiro e que parecia coisa da pré-história. Mas em tempos de ameaça de guerra nuclear, eis que está de volta o jurássico dinamite, adequado, aliás, à gestão de Marin na CBF, que revive sua época de cartola no futebol paulista quando os jogos eram mais disputados nos tribunais que nos gramados. Depois de levar uma goleada de 5 a 1, o Vasco quer contestar na justiça esportiva o resultado de um jogo que o rebaixou novamente para a segunda divisão em apenas cinco anos. O que permite até supor que os torcedores que subvencionou para viajar do Rio a Joinville, quase mil quilômetros de distância, agiram de caso pensado, porque a briga só começou depois que o Atlético Paranaense fez o gol que decretava a queda vascaína. E permite que se tenha a certeza de que as razões humanitárias da cartolagem cruzmaltina para encerrar o jogo eram pura demagogia, porque o time ainda empatou e festejou como se minutos antes o estádio não tivesse passado por momentos de pura barbárie.

 

Era previsível que o Vasco tentaria melar no tapetão o que não conseguiu no gramado. Previsível e vexaminoso para um clube de história tão rica, manchada por tristes figuras como Eurico Miranda sem chuteiras e Roberto Dinamite de cartola. Por mais que o Atlético Paranaense tenha falhado na organização do jogo, e falhou mesmo, nada justifica a tentativa de melar resultado esportivo tão eloquente. Tentativa que haverá de ser malsucedida. Torcedor do Vasco, o advogado carioca Wadih Damous - presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB e da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro – criticou duramente a direção do clube por querer garantir uma vaga na série “A” do Campeonato Brasileiro, que perdeu no campo, no velho e conhecido tapetão”: “Comemoramos nossas vitórias e choramos nossas derrotas com a altivez dos gigantes e não com a pequenez dos malandros”, afirma o advogado. E mais: “o Vasco foi rebaixado por ter uma diretoria incompetente e um péssimo time, que não honra a grandeza do clube. Mas perdeu dentro de campo e só dentro de campo pode pensar em voltar. Por oportunismo eleitoral, um antigo personagem das trevas ressurge e quer os pontos no tribunal. A diretoria, com a sua fraqueza de sempre, se deixa levar pelo lúgubre canto da sereia e está impugnando a partida contra o Atlético Paranaense. Essa é uma desonra maior que o rebaixamento. Vitória no tapetão é derrota moral, indigna dos verdadeiros vascaínos”.


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