Cenas brutais encerram Brasileirão 2014 e mancham a imagem do 'País do Futebol'

  • Estadão Conteúdo
  • 09 Dez 2013
  • 06:25h

Torcedor fica em estado grave após ser agredido durante briga entre torcedores (Foto: Estadão Conteúdo)

Cenas de vandalismo e de violência brutal mancharam a imagem do País do futebol, que vai ser sede em 2014 da Copa do Mundo. Torcedores do Atlético-PR e do Vasco se enfrentaram neste domingo nas arquibancadas da Arena Joinville e quatro deles ficaram feridos com gravidade. Por pouco, não houve uma tragédia. As imagens mostradas pela TV e espalhadas em minutos por todo o mundo levaram ao desespero os atletas dos dois times. Rapazes eram pisoteados e linchados por rivais; outros, já desacordados, recebiam chutes no rosto e por todo o corpo. Houve também quem aplicasse com barras de ferro golpes em pessoas já caídas e sem condições de se defender. Não havia policiais militares na arquibancada. A segurança no local estava a cargo de agentes privados contratados pelo Atlético-PR. O confronto teve início aos 17 minutos de jogo - vencido pelo Atlético-PR por 5 a 1, o que rebaixou o Vasco à Serie B.

Grupos de torcedores se aproximaram de uma área “neutra” do estádio, onde não havia público, para começar a briga. No mesmo instante, os atletas deixaram a bola de lado e correram para próximo do local em que centenas de torcedores começavam a trocar socos e pontapés. O apelo maior partiu de jogadores do Atlético-PR. Na sequência, “torcedores” atleticanos encurralaram os do Vasco. Havia focos isolados de agressões, quando um torcedor do outro clube era capturado. Iniciava-se assim uma sessão de linchamento, transmitida ao vivo pela TV. A partida ficou interrompida por mais de 1 hora. O auge da confusão durou quase dez minutos, até a intervenção de policiais militares, munidos de armas que disparavam balas de borracha. Em meio ao conflito, podiam-se ver pais abraçando filhos pequenos, crianças, em busca de abrigo, de um local longe do alvo de policiais e dos agressores. Um helicóptero posou no gramado para socorrer um torcedor que parecia inconsciente. Os quatro atendidos no Hospital São José, em Joinville, foram William Batista, de 19 anos, com traumatismo craniano, Estevão Viana, de 24, com múltiplas lesões, Diogo Cordeiro, com corte no rosto, e Gabriel Ferreira Vitael, com hematomas. O primeiro caso é o mais grave. Mas, de acordo com o diretor de Unidade Técnica do hospital, Franco Haritch, nenhum dos quatro corria risco de morte. O clima de animosidade entre as duas torcidas teve início fora da Arena de Joinville. Nos arredores do estádio, houve registro dos primeiros confrontos, mas a PM agiu com rigor e conseguiu impedir que alguém saísse machucado. O jogo em Joinville se deu por causa da perda de dois mandos de campo do Atlético-PR, em razão de distúrbios provocados por sua torcida no clássico disputado contra o Coritiba em 6 de outubro. Durante a paralisação, o Vasco insistiu com o árbitro Ricardo Marques Ribeiro que a partida não fosse reiniciada. O Atlético-PR, que já vencia por 1 a 0, pressionou no sentido contrário. Com a chegada de mais PMs e a ocupação da arquibancada e do gramado por dezenas deles, pôde-se ver um pouco de futebol. Mas o jogo ficou manchado pela violência.


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