Aeronáutica omite do MPF destino de 132 caixas e 5.000 comprimidos de cloroquina

  • Redação
  • 07 Mai 2021
  • 13:51h

Informação foi repassada sem detalhes; parte do remédio foi para tratar indígenas Z | COVID-19 Publicado em 07/05/2021 às 08h13. Aeronáutica omite do MPF destino de 132 caixas e 5.000 comprimidos de cloroquina Informação foi repassada sem detalhes; parte

Reportagem do jorbal Folha de S. Paulo revela que aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) transportaram em missões pelo menos 132 caixas e 5.000 comprimidos de cloroquina. O detalhamento sobre o destino da droga, que não tem eficácia contra a Covid-19, é mantido em sigilo.

Segundo a Folha, a informação está em ofício assinado pelo então comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Antonio Carlos Bermudez, e enviado ao MPF (Ministério Público Federal) em Brasília. O documento é de 15 de março.

O MPF instaurou um inquérito civil para investigar a política da cloroquina do governo Jair Bolsonaro (sem partido). A suspeita é de improbidade administrativa na distribuição massiva do medicamento.

O principal alvo da investigação é o general da ativa Eduardo Pazuello, ministro da Saúde mais longevo na pandemia, até ser demitido em março.

“No que concerne à distribuição do princípio ativo, foram transportadas, em duas oportunidades, 132 caixas e 5.000 comprimidos, sucessivamente, do medicamento cloroquina em missões da FAB”, limitou-se a dizer o comandante em relação à atuação da Aeronáutica no transporte da droga de 2020 a fevereiro de 2021, período estipulado no pedido de informações do MPF.

Bermudez, demitido do cargo por Bolsonaro em 30 de março, junto com os comandantes de Exército e Marinha, não explicou ao MPF a quantidade de medicamento transportada nas 132 caixas, não disse quando houve o transporte nem para onde se destinou a droga que foi o carro-chefe de Bolsonaro no combate à pandemia.

A Folha questionou a FAB e pediu à Força que informasse esses detalhes. “Não há informações disponíveis além das que já estão constando no documento citado no corpo da pergunta”, respondeu a assessoria de imprensa.

A reportagem identificou casos em que a cloroquina foi destinada a comunidades indígenas na Amazônia, com o propósito do chamado “tratamento precoce”, e não para a finalidade original da medicação, que é tratar casos de malária.


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