Sob risco de escassez até 2030, água entra na mira do mercado financeiro

  • Alexandre Santos
  • 11 Dez 2020
  • 13:51h

Foto: FreePik

Diante das projeções de que o mundo enfrentará um déficit de 40% de água até 2030, segundo afirma principal relatório da Unesco para a sustentabilidade da água, o mercado financeiro já começa a se movimentar para investir no segmento.

Reportagem da Exame Invest, nesta semana, a água começou a ser negociada por meio de contratos de futuros na Bolsa Mercantil de Chicago (CME, na sigla em inglês). Cada contrato representa 10 acre-pés de água, ou 12334,8 metros cúbicos e sua liquidação será com base no índice Nasdaq Veles California Water, que tem seu valor definido pelos preços praticados nos cinco principais mercados de água da Califórnia.

É nesse contexto que a Itaú Asset lançou o fundo ESG H2O Ações. Voltado para o mercado global de água, o fundo terá participação em 50 empresas do segmento por meio do ETF iShares Global Water UCITS (IH2O). Listado na bolsa de Londres, o ativo acumula 39,5% de alta desde 2018 – e somente neste ano subiu 7%.

“O fundo vai olhar para dois grupos: um de serviços de água e infraestrutura e o outro de equipamentos e materiais de água. Não é só serviço de abastecimento. É todo o ecossistema de água, até para a tese de investimento ser diversificada”, afirma Victor Vietti, superintendente de recomendação do Itaú Unibanco.

“Nós sabemos que a água doce é um bem cada vez mais escasso e é de se esperar que empresas que se relacionem de forma positiva com o ecossistema da água consigam se beneficiar desse ambiente”, diz Renato Eid, diretor de estratégia beta e integração ESG da Itaú Asset.

Eid conta que a ideia inicial é tomar exposição a esse mercado por meio de ETF, mas não descarta a possibilidade de o fundo passar a investir em contratos futuros de água. “Se fizer sentido a tese de investimento, não tem por que não.”

A taxa mínima de aplicação no fundo é de 1 real. Mas, como é livre para investir até 100% do patrimônio no mercado internacional, é, por questões regulatórias, dedicado a investidores qualificados, com mais de 1 milhão de reais em investimentos. Sua taxa de administração é de 0,9%, sem taxa de performance.


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