Chico, o amigo do presidente que explodiu a moral pelas cuecas

  • Levi Vasconcelos
  • 16 Out 2020
  • 16:20h

(Foto: Reprodução)

Se a PF, tão criativa como é ao arranjar nomes para batizar suas operações, chamasse a que deu na casa do senador Chico Rodrigues (DEM-Roraima), ontem, de ‘Lava Bunda’ ou ‘Lava Cueca’ caia bem.

Veja que exemplo mais patético: um senador da República que posa ao lado do presidente como arauto da moralidade pública é flagrado pela PF com R$ 30 mil enfiados na cueca, lugar que ele julgou inacessível. Pior: dinheiro da saúde, em plena pandemia, o que, segundo o ministro Luís Barroso, do STF, ‘é mais que corrupção, beira a assassinato’.

Só a atitude em si, de guardar na cueca, já é suspeita suspeitíssima. Com certeza absoluta, no local, só se guarda dinheiro sujo em situações de emergência e tem precedente. Em 2005, um assessor do deputado José Guimarães, do PT do Ceará, foi preso em São Paulo com US 200 mil na cueca.

Lava Jato

Isso acontece justo no momento em que Bolsonaro é acusado de desmontar o aparato da Lava Jato bradando que no governo dele não tem corrupção. O senador aí era vice-líder do governo Senado. Não fosse apanhado, estava lá de boa. Ninguém sabia, claro.

Nessa época de campanha eleitoral o exemplo cai como luva para ilustrar as falácias que se vê por aí. O que se quer é a construção de uma sociedade melhor, mais justa, e todos prometem tudo, inclusive a lisura moral. O senador Chico era um. Com a ressalva de que política não é o jogo mais descarado, apenas o mais escancarado.


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