Dia do Amigo: entenda como a amizade pode ajudar no combate à depressão

  • Redação
  • 20 Jul 2020
  • 08:28h

Data é celebrada nesta segunda (20); psicólogo dá dicas de como auxiliar um amigo com sintomas de depressão durante o isolamento social | Foto: Reprodução

As mudanças de hábito provocadas pelo surgimento da Covid-19 têm impactado não só na saúde física da população, mas também na saúde mental. Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) , divulgado antes da pandemia, revelou que a depressão é um problema crescente no país e já atinge 11,5 milhões dos brasileiros. Além disso, o levantamento mostrou que, no Brasil, mais de 18 milhões de pessoas sofrem de distúrbios relacionados à ansiedade. O coordenador do curso de Psicologia da Unime Lauro de Freitas, Ezevaldo Aquino, explica que a pandemia tem colaborado para desencadear problemas emocionais, já que esse momento tem gerado um excesso de informações, despertado insegurança, incerteza e medo – pelo desconhecido, de ser contaminado e também pelo exigido isolamento social. Não à toa, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus , afirmou, em maio deste ano, que o impacto da pandemia na saúde mental das pessoas já era extremamente preocupante .

A importância da amizade

O psicólogo explica que o momento que estamos vivendo torna ainda mais importante a proximidade com aqueles que gostamos.

“Diante do perigo, o organismo aciona o nosso sistema de luta ou fuga e liberamos entre outros, o cortisol – conhecido como hormônio do estresse. No caso do coronavírus, entretanto, o isolamento reduz as possibilidades de ‘fuga’. Todo esse cenário contribui muito para o aumento dos casos de depressão e também de ansiedade e estresse crônico. Por isso, contar com os amigos nessa fase, mesmo de forma virtual, pode ajudar a lidar com o momento, que é atípico para todos, e ser um fator protetivo para nossa saúde mental”, afirma.

O Dia do Amigo, comemorado em 20 de julho, é mais uma oportunidade para celebrar e também reforçar os laços de amizade. Ter amigos traz benefícios tanto para a saúde mental como física, pois vínculos afetivos despertam as emoções positivas, promovendo bem-estar.

“Alguns estudos mostram, por exemplo, que essas emoções influenciam nos batimentos cardíacos. Um estudo da Universidade Columbia, nos EUA, mostrou que pessoas que tem amigos são normalmente mais felizes, entusiasmados e satisfeitos com a vida”, completa.

Como ajudar
Reconhecer os sintomas iniciais da depressão é essencial para conseguir ajudar quem passa pelo problema. Entre os principais sinais de alerta estão: irritabilidade, desinteresse, falta de motivação e apatia, desespero, sentimento de vazio, pessimismo, sensação de culpa, de inutilidade e de fracasso, além de baixa autoestima. Falta de ânimo ou energia incapacitante também estão nessa lista.

“A pessoa deve ficar atenta ao não se sentir capaz de cuidar de si mesma, pentear os cabelos, tomar banho; ou executar pequenas atividades domésticas, ou mesmo em home office, por exemplo. Além disso, ter pensamentos obsessivos, falta ou excesso de sono e apetite, interpretação distorcida e negativa da realidade, dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento também indicam que algo pode estar errado”, explica Ezevaldo Aquino.

O apoio de amigos e familiares faz muita diferença para quem está deprimido ou com sintomas iniciais dessa doença. Por isso, o psicólogo elenca algumas dicas para aqueles que querem contribuir de alguma forma:
• Ouça mais e fale menos;
• Mantenha contato constante, mostre que está “presente” ou peça a alguém próximo;
• Tenha empatia e não faça julgamentos. Evite dar sermão, condenar, opinar ou banalizar;
• Não cobre grandes mudanças de hábitos, pois isso desperta ansiedade. Respeite os limites do amigo;
• Use a tecnologia a seu favor. Com ela, é possível reduzir o isolamento através de atividades em rede, como jogos e vídeo chamadas, além de ser um meio para leitura, estudos, psicoterapia online e um guia para exercícios físicos, o que ajuda a manter a mente ocupada e corpo em movimento;
• Incentive a consulta com um profissional. Quando os sintomas se tornam graves a ponto de atrapalhar as relações interpessoais de estudo ou trabalho, além das funções vitais, como sono e apetite, está na hora de buscar auxílio de um especialista.


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