Pressionado pela Fecomércio, Rui questiona se baianos querem admitir 3 mil mortes por mês

  • Matheus Morais / Rayllanna Lima
  • 02 Jul 2020
  • 11:29h

Governador informou nesta quinta-feira (2) que recebeu uma correspondência da federação pedindo para reabrir todo o comércio do estado | Foto: Paula Fróes/GOVBA

Pressionado pela Fecomércio-BA (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia), o governador Rui Costa (PT) questionou nesta quinta-feira (2) se é aceitavel que três mil pessoas passem a morrer por mês para que as atividades econômicas voltem a funcionar completamente em todo o estado. “Estamos há duas semanas com a média de 50 mortes por dia. Isso, em vinte dias, dá mil mortes. Em trinta dias, dá 1.500 mortes. Eu, ontem [quarta-feira, 1º] recebi uma correspondência da Federação do Comércio, pedindo que abra tudo em todo o estado. Qual o limite aceitável para essas pessoas de número de mortos que nós podemos aceitar para decidir abrir tudo, de qualquer jeito, dizendo apenas que os estabelecimentos vão tomar os cuidados? É aceitável 1.500 mortes por mês? E porque não está aberto. Se abrir, vai pular para 3 mil por mês”, disse. Participando nesta quinta de um ato simbólico no Largo da Lapinha, em celebração aos quase 200 anos da Independência da Bahia, com a presença do prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), o chefe do Executivo estadual disse que é preciso “refletir para tomar as decisões mais acertadas”, ouvindo a população. “Então, é compartilhar essa decisão com a sociedade, porque fica parecendo que aqui tem autoridades que decidem sozinhas o futuro das pessoas. Temos que decidir conjuntamente. O que a sociedade baiana quer? O que o povo da Bahia, o povo de Salvador quer? Quer admitir três mil mortes por mês? Porque vai dobrar. Uma semana depois que a gente abrir, pode ter certeza que vai dobrar. Ninguém pode dizer que não sabia que ia acontecer, nós sabemos o que vai acontecer”, afirmou o governador.

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