Conab enviará R$ 15,2 milhões para cooperativas e associações da Bahia

  • Mário Bittencourt
  • 27 Mai 2020
  • 11:45h

(Foto: Reprodução)

 A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) enviará para cooperativas e associações da Bahia R$ 15.225.000, referentes ao montante nacional de R$ 1 bilhão que o Governo Federal destinou para o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA). Uma outra parte do recursos, não informada, ainda será enviada para o estado, mas será gerido por prefeituras e o Governo da Bahia. Estado que, segundo a União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), a verba servirá para retomar projetos que estavam parados por falta de repasses do PAA.“A Conab já começou a entrar em contato com as cooperativas, buscando o que já tem na certeira, vários projetos que ainda não foram executados. Então, acho que vão dar prioridades a esses projetos”, afirmou Leninha Alves, diretora da Unicafes nesta terça-feira (26), durante a Agrolive News, no Blog do Mário Bittencourt, no Instagram. O assunto da conversa foi cooperativismo e agricultura familiar. “O recurso é pouco para atender a Bahia toda, precisamos de mais recursos. Estamos na calamidade com a pandemia, precisamos desenvolver ações para que esses recursos precisam chegar de forma igualitária para todos. Quem está precisando mesmo são os pequenos”, disse Leninha. A diretora da Unicafes afirmou ainda que as cooperativas de agricultura familiar da Bahia necessitam de assistência técnica continuada, não só na produção agrícola, mas na gestão administrativa e na comercialização dos produtos. “Fica difícil a gente dar uma assistência continuada a todos, tem de ser da porteira pra fora e para dentro”, disse Leninha, segundo a qual a burocracia administrativa também prejudica as cooperativas.

Em 2019, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma pesquisa segundo a qual a Bahia possui cerca de 593 mil agricultores familiares. Eles representam quase 78% dos 762 mil estabelecimentos agropecuários do estado.

Boa parte desses agricultores estão organizados em associações e cooperativas, muitas das quais têm conseguido se desenvolver economicamente por meio do aproveitamento dos produtos nativos de cada região.

É o caso da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), que possui 271 cooperados, cerca de 70% mulheres. A cooperativa utiliza o umbu para fazer produtos diversos: doces, geleias, polpas e até cerveja, que tem ganhado mercado em outros estados e aberto caminho para os doces.

“A cerveja gravetero é o produto com maior valor agregado, e o doce de corte e o umbu bom. Nossa lógica não é ganhar mercado de cerveja, não agrega muito para os cooperados, porque trás produtos de fora para fazer a cerveja, mas tem aberto mercado. Algumas lojas que não vendiam, passaram a vender a cerveja e está abrindo mercados para os doces”, disse Denise Cardoso, presidente Coopercuc, durante a Agrolive News desta terça-feira.

O umbu da cooperativa é produzido de forma orgâncica e está sendo exportado em forma de doce para a Europa. A certificação de produto orgânico já tem dez anos, e facilitou o processo para obteção de uma certificação de Indicação Geográfica (IG), já em fase final.

“Quando a gente atende aos processos de certificação orgânica fica mais fácil para a IG, na lógica da colheita e do cuidado com as plantas. Uma coisa importante para nós é a certificação orgânica, os cooperados conseguem entender que é preciso cuidar da caatinga, o umbuzeiro precisa da caatinga”, declarou. | 

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