Água usada em cervejaria estava contaminada, diz ministério

  • G1
  • 16 Jan 2020
  • 08:09h

( Foto: Globocop)

A auditoria feita na fábrica da cervejaria Backer constatou, nesta quarta-feira (15), que havia água contaminada com dietilenoglicol em uma etapa anterior ao tanque de fermentação – onde a substância já tinha sido detectada.Segundo o Ministério da Agricultura, a água gelada que resfria o mosto (mistura inicial de ingredientes) também tinha traços da substância tóxica. Essa água, depois de resfriar o produto, também passa a compor a cerveja, porque é despejada em um novo tanque de mosto.Em entrevista coletiva concedida nesta quarta (15), o coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do ministério, Carlos Vitor Müller, disse que ainda não é possível saber em qual etapa houve a contaminação."A gente conseguiu evidenciar que a água que tem contaminação com glicol está sendo utilizada no processo cervejeiro. A gente não consegue ainda afirmar efetivamente de que forma ocorre essa contaminação desse tanque de água gelada, se é no tanque de água gelada ou se é em uma etapa anterior a esse tanque, nenhuma hipótese pode ser descartada nesse momento", afirmou Müller em entrevista à imprensa na sede do ministério.De acordo com Müller, a Backer possui apenas um tanque de água gelada e não está descartada que toda a cerveja produzida pela cervejaria tenha sofrido algum tipo de contaminação. Por essa razão, explicou, a fábrica foi interditada na sexta-feira (10).Especialistas do Mapa periciam a fábrica da Backer desde a última quinta-feira (9). Um outro tanque, o de fermentação, também estava contaminado. Com a descoberta de mais um tanque com a substância, existem suspeitas de que a contaminação possa ter sido causada em uma fase anterior, em que todas as marcas de cerveja da empresa passam.Essa informação levou o ministério a solicitar o recall e suspensão de vendas de toda a cervejaria.Segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do ministério, Glauco Bertoldo, a investigação considera três hipóteses para a contaminação: sabotagem, vazamento ou o uso incorreto da substância para resfriar a produção.Em nota, a Backer não se pronunciou sobre o tanque. Disse apenas que se solidariza com pacientes e familiares. "E reforça sua atenção e seu compromisso em disponibilizar todo o suporte necessário para cada um deles".


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