Joice diz que assessores da família Bolsonaro atuam com perfis falsos

  • G1
  • 22 Out 2019
  • 14:16h

Foto: Marcos Corrêa/PR

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-líder do governo no Congresso, afirmou nesta terça-feira (22) em entrevista ao G1 que assessores de Carlos, Eduardo e Flávio Bolsonaro — filhos do presidente da República –, criaram perfis falsos numa rede social. Joice diz ainda que “dentro do Palácio do Planalto”, “no gabinete do presidente”, há um grupo responsável por produzir materiais. Segundo a parlamentar, há mais de 20 perfis falsos no Instagram criados por assessores e pessoas ligadas aos três filhos políticos do presidente: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC). Essas 20 contas no Instagram, segundo ela, estão vinculadas a 1.500 páginas de Facebook, muitas delas também falsas. Joice também informou haver contas do WhatsApp vinculadas, mas não deu detalhes. Joice não citou os nomes dos assessores. O G1 enviou e-mail ao Palácio do Planalto às 10h53 e mensagens de WhatsApp às assessorias de Flávio e Carlos às 11h10, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. A assessoria de Eduardo informou que o parlamentar "não vai se manifestar". Nos últimos dias, Joice criticou publicamente o presidente Jair Bolsonaro e trocou ataques pelas redes sociais com filhos dele. A briga se intensificou após ela ser destituída pelo presidente da função de líder do governo no Congresso.  “Os cérebros do processo [de criação de perfis fake no Instagram e páginas na internet em defesa do governo] estão ligados e tem gente do gabinete do Eduardo, do Carlos e do Flávio — além de um grupo que fica produzindo material lá dentro do Palácio mesmo, dentro do Palácio do Planalto”, declarou. A reportagem questionou se esse material é produzido dentro do gabinete do presidente, e Joice confirmou: “no gabinete do presidente”. “São pelo menos 20 Instagrams fakes, criados por assessores ou gente ligada a assessores — eu tenho os nomes mas não vou divulgar agora — e interligados com 1500 páginas [no Facebook], muitas delas fakes e outras que trabalham pra fakes”, explicou. “Quando a página é do funcionário contratado, não precisa ter dinheiro para bancar uma página. Você cria a página, mas o funcionário é bancado. O cérebro não é todo mundo, não. Obviamente, tem muita gente que tá ali achando que tá fazendo um trabalho para ajudar aquelas páginas. Toda página que você vê 'conservador não sei das quantas', 'Bolsonaro radical', 'patriota não sei das quantas', faz tudo parte deste grupo aí”, afirmou.


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