Aumento do número de pedintes em Brumado preocupa comerciantes; “muitos deles exploram a caridade das pessoas”, relatam

  • Brumado Urgente
  • 12 Jul 2019
  • 11:02h

(Fotocomposição: Brumado Urgente)

A miserabilidade, segundo algumas correntes históricas, teria se acentuado na Idade Média, onde, consequentemente, teriam surgidos os primeiros mendigos, só que existem outros que afirmam que a mendicância é tão antiga quanto o ser humano. Independente da cronologia, os dias modernos fizeram com que a atividade de pedinte acabasse se “profissionalizando”, ou seja, muitos acabaram vendo uma oportunidade de ganho fácil. Deve se deixar bem claro que existem sim os necessitados, mas com a evolução dos organismos sociais e das políticas públicas desse setor, a figura do “mendigo” estaria cada vez mais à beira do desaparecimento. Mas, infelizmente, a dura realidade mostra uma situação oposta e ainda preocupante, tendo o alto desemprego como um forte catalisador. Em Brumado, é cada vez mais comum, andar pelas ruas e se deparar com os pedintes, que começaram a se organizar e ficar na frente dos estabelecimentos comerciais, em especial, os que lidam com o ramo da alimentação. O constrangimento é inevitável e, muita gente, num misto de pena e vergonha, acaba dando dinheiro para eles, o que alimenta e fortalece essa atitude que, na outra ponta da tabela, incomoda e preocupa os comerciantes, já que se cria um ambiente negativo na porta dos estabelecimentos. Os locais de maior concentração do comércio são os preferidos e, não importa o horário, enquanto tiver gente consumindo, lá estão eles pedindo e pedindo. Se eles não tivessem a contrapartida da população, poderiam buscar outra atividade para viver, mas, como a caridade é uma das principais características dos brumadenses, eles se multiplicam e, até quem possui alguma condição, se junta à tropa, que continua se avolumando. Nesse bojo, se integram os viciados em crack, que diferentemente dos pedintes, podem acabar levando objetos das pessoas, como vem acontecendo regularmente na região da Praça Heráclito Cardoso, onde está cada vez mais difícil não ser abordado por um deles com as mãos estendidas e pedindo uma “moedinha pelo amor de Deus”. É um problema crônico social que parece muito longe de ser resolvido, pois muitos deles recebem oportunidades, mas quando têm que encarar o labor, preferem voltar as ruas para pedir, porque acham mais fácil essa vida sem precisar suar pelo pão de cada dia, como dizem as Sagradas Escrituras. A insatisfação dos comerciantes é cada vez maior, pois muitos dos pedintes entram dentro dos estabelecimentos para abordar os clientes que ficam tão constrangidos que não têm como negar a ajuda, sendo que, se oferecer alimentos, eles não aceitam, querem dinheiro, pois dizem que precisam pagar contas. “Uma grande parte deles exploram a caridade das pessoas, que não conseguem negar a ajuda”, relata um comerciante; outro foi mais além ao disparar que “esses dias estava com o troco na mão e chegou um jovem pedindo uma moeda, eu fui dar a moeda e ele pegou todo o dinheiro que tinha na minha mão, cerca de 10 reais, mas não falei nada, porque vi que ele tinha todo o jeito de um dependente químico”. Então, esse é um quadro desafiador, tanto para os órgãos governamentais, quanto para os comerciantes, que esperam que medidas sejam adotadas para se resolver a situação.

 

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