Líder do PT na AL-BA diz que privatização da Embasa vai contra princípio histórico do partido

  • Lucas Arraz / Ailma Teixeira
  • 27 Mai 2019
  • 11:38h

(Foto: Divulgação)

Atual líder do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa (AL-BA), Marcelino Galo está na sigla desde sua fundação no estado, na década de 1970. Por essa trajetória, ele afirma que privatizar a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) segue na linha contrária a uma posição histórica da legenda. O plano de firmar uma parceria público-privada para gerir a estatal foi confirmado pelo governador Rui Costa há quase dois meses, sob o argumento de que não há recursos para a infraestrutura. Em resposta, Galo realizou uma audiência pública na AL-BA com manifestações e discursos contrários à mudança de gestão. “Nós não estamos contra uma posição tomada pelo governador, estamos mantendo um princípio que faz parte da nossa história”, afirma o deputado em entrevista ao Bahia Notícias. “O saneamento é a expressão mais contendente da desigualdade. (...) Como é que você usa como justificativa depois que o estado não tem como investir e que a empresa privada que está nesse sistema é que vai resolver? Você vai dizer que é a empresa privada que vai resolver um serviço essencial pra vida? Não vai porque ela vai buscar o lucro e não atender ao ser humano”, ressalta o parlamentar.

 

Apesar dessa divergência, Galo concorda com Rui em outros pontos, como a decisão de adiar as discussões sobre a eleição para prefeitura de Salvador, em 2020. Para ambos, não é hora de “acelerar o processo”. Quanto à eleição presidencial, em 2022, o deputado disse que o governador da Bahia tem legitimidade para disputar o pleito, assim como qualquer militante sindical do partido. O nome de Rui surgiu como uma possibilidade nas últimas semanas e já conquistou apoiadores entre os políticos baianos e entusiastas pelo surgimento de uma nova liderança. Galo, no entanto, se mantém entre os cautelosos e repete que “não é o momento” para discutir esse assunto. Para ele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é e deve continuar a ser a maior liderança do partido. O deputado estadual acredita que, apesar da onda bolsonarista, “o antipetismo já passou” e classifica como um equívoco a avalição de setores da esquerda de que o PT precisa se reinventar e deixar para trás o discurso de “Lula Livre”. “Ele foi a maior liderança construída pelo povo brasileiro, pela classe trabalhadora. Não tem outra possibilidade de você até comparar porque não existe outra referência parecida com Lula. Você tem grandes lideranças políticas, você tem estadistas na história do Brasil, mas nunca a classe trabalhadora produziu uma liderança que hoje é uma referência mundial”, defende. Ao longo da conversa com o BN, Galo falou também sobre a base aliada na AL-BA, as indicações de Rui e a extensa liberação de agrotóxicos, feita pelo governo federal. Como agrônomo formado pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), o deputado é extremamente contra a medida. 

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