Ataques às universidades federais vêm com duas bandas, a oficial e a marginal

  • Levi Vasconcelos
  • 11 Mai 2019
  • 09:28h

Foto: Rafael Carvalho/Casa Civil

O anúncio do corte de 30% nas verbas das instituições de ensino superior pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub (foto), vem acompanhado da banda podre nas redes. Um bombardeio de memes, muitos nitidamente fakes, mostra gente nua andando pelos corredores, em protestos, nas salas.

Em síntese, uma intenção deliberada de qualificar os núcleos acadêmicos como ambientes de libertinagem tão explícita que num comparativo visual, os prostíbulos, nos seus áureos tempos, até parecem santuários.

Dizem os defensores das universidades que os ataques partem dos mesmos núcleos que durante a campanha eleitoral turbinaram as redes sociais pró-Bolsonaro.

Os ataques, os oficiais com o tempero dos marginais, apenas carimbam uma convicção: o viés ideológico presente. Bolsonaro e cia. acham que as universidades são ninhos da esquerda.

Heresia

Antes da era Lula, a Bahia só tinha uma universidade federal, a UFBA. Ganhou mais quatro (UFRB, UFSB, UFOB, Unilab e Univasf). Mesmo nesse tempo, se via setores como biologia marinha, nutrido com dinheiro da Petrobras, pujante, enquanto os laboratórios de genética, que estuda as deformações que os desatinos industriais e ambientais causam, à míngua.

Em suma, só produzir conhecimento a serviço das conveniências econômicas é uma heresia. Se o embalo for ideológico ou religioso, pior.

Sem dúvida que Weintraub e cia. prestam gigantesco desserviço ao país. Boicotam o progresso do conhecimento, aumenta a segregação social, premia o atraso. Como diz o poeta, ‘é triste, mas existe’.

 

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