Pela 1ª vez, mundo tem mais avós do que netos

  • 03 Abr 2019
  • 18:29h

Foto: Dalton Soares/TV Bahia

Pela primeira vez na história, há mais idosos no mundo do que crianças pequenas, informou a ONU. São 705 milhões de pessoas acima de 65 anos contra 680 milhões entre zero e quatro anos. As estimativas apontam para um crescente desequilíbrio entre os mais velhos e os mais jovens até 2050 - haverá duas pessoas com mais de 65 anos para cada uma entre zero e quatro anos. Essa desproporção simboliza uma tendência que os demógrafos vêm acompanhando há décadas: na maioria dos países, estamos vivendo mais e tendo cada vez menos filhos. Mas como isso pode nos afetar? E como já está nos afetando?

Redução da natalidade

Christopher Murray, diretor do Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, diz à BBC: "Caminhos para uma sociedade com poucas crianças e muitos idosos e isso representa um desafio". Murray também é autor de um artigo de 2018 no qual sugeriu que quase metade de todos os países do mundo está enfrentando uma "redução da natalidade" - o que significa que há crianças insuficientes para manter o ritmo de crescimento populacional. "Pense em todas as profundas consequências sociais e econômicas de uma sociedade com mais avós do que netos", acrescenta. Em 1960, a taxa mundial de fecundidade era de quase cinco filhos por mulher, segundo o Banco Mundial. Quase 60 anos depois, caiu para apenas 2,4. Ao mesmo tempo, os avanços socioeconômicos beneficiaram quem nasceu nesse período. Em 1960, as pessoas viviam em média pouco mais de 52 anos; a expectativa de vida atual atingiu 72 anos em 2017. Isso significa que estamos todos vivendo mais e demandando cada vez mais recursos à medida que envelhecemos, aumentando a pressão sobre os sistemas de saúde e previdenciário, por exemplo.


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