Homem denunciado pela enteada por estupro e tortura na BA deve responder por cerca de 10 crimes, diz MP

  • G1
  • 23 Fev 2019
  • 07:10h

Foto: Reprodução/Redes sociais

O homem que foi acusado pela enteada Eva Luana da Silva, de 21 anos, por estupro e tortura, no município de Camaçari, na região metropolitana de Salvador, deve responder por cerca de 10 crimes, de acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA).Até esta sexta-feira (22), Thiago Oliveira Alves, natural de São Paulo, não havia apresentado defesa à Justiça. Segundo o MP-BA, ele tem até o sábado (23), para apresentar um advogado. Caso não haja representação, um juiz que acompanha o caso deve decretar que a defesa dele seja feita por um defensor público. A mãe de Eva e a irmã dela, uma criança de seis anos que é filha do suspeito, também constam como vítimas no processo. O MP-BA informou que não pode detalhar por quais crimes o réu vai responder, porque o processo corre em segredo de Justiça. No entanto, a promotoria disse que, com relação a Eva, ele foi indiciado por pelo menos seis crimes. As informações foram passadas pelo MP-BA na tarde desta sexta-feira (22), em coletiva de imprensa com as promotoras de Justiça Anna Karina Senna e Márcia Teixeira, que é coordenadora do Centro de Defesa dos Direitos Humanos. A promotora Anna Karina Senna detalhou ainda que parte dos crimes foi identificada pela delegada responsável pelo caso, e outra parte for anexada ao processo pelo próprio Ministério Público, a partir dos relatos e depoimentos de Eva. Segundo a Polícia Civil, ele já foi indiciado por estupro e tortura, mas nega as acusações. A promotora Anna Karina falou sobre a importância da denúncia pública de Eva: "É louvável a atitude dela, porque dá voz a milhares de vítimas que têm receio de denunciar", avaliou ela. Eva já havia prestado queixa contra o padrasto quando tinha 13 anos e que foi obrigada a retirar por conta de ameaças do suspeito. Os laudos de exame de corpo de delito feitos na época também devem ser anexados ao processo. Além dos cerca de 10 crimes listados no processo, Thiago deverá responder também por crimes contra a vida, a partir dos relatos de aborto da jovem. O MP-BA disse que esses crimes fazem parte de um processo separado, porque serão julgados por outra vara. De acordo com a promotora Anna Karina, a medida de separação foi tomada para que o caso tenha julgamento rápido. Ele está detido no Centro de Observação Penal de Salvador, que fica no Complexo Penitenciário da Mata Escura, no bairro de mesmo nome, em Salvador. Não há informações se ele está em uma cela separada dos outros detentos. O suspeito também foi exonerado do cargo de assessor técnico da prefeitura de Camaçari. A exoneração dele foi publicada no Diário Oficial do Município na quinta-feira (22). Ele já tinha deixado a posição desde 1º de fevereiro, dois dias depois da enteada ter denunciado novamente o caso à Polícia Civil, mas a oficialização da exoneração no Diário pela prefeitura só saiu na quinta. A administração da cidade divulgou nota de repúdio a Thiago na quarta (20).


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