Moro diz na Espanha que imagem de Bolsonaro é 'distorcida' e não há 'risco de autoritarismo' no Brasil

  • 05 Dez 2018
  • 09:06h

Foto: Reprodução/YouTube

O futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou nesta segunda-feira (3) em uma palestra na Espanha que a imagem do presidente eleito Jair Bolsonaro é "distorcida" e que não há "risco de autoritarismo" nem "risco à democracia" no Brasil. Na palestra, Moro explicou os motivos para ter aceito o convite de Bolsonaro para integrar o futuro governo. Até então responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Paraná, Moro pediu exoneração do cargo após aceitar comandar o Ministério da Justiça. "É até estranho dizer isso, mas não vislumbro no presidente eleito um risco de autoritarismo ou risco à democracia. Não se está aqui simplesmente trocando uma posição ideológica autoritária por uma posição autoritária de sentido contrário. O presidente eleito durante as eleições, reiteradamente, fez afirmações acerca do seu compromisso com a democracia e com o estado de direito", afirmou Moro. Bolsonaro afirma que o Brasil não teve ditadura militar, mas, sim, um "regime com autoridade"; diz que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido pela Justiça como torturador do regime militar, é um "herói"; e é réu no Supremo Tribunal Federal por dizer que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela é "feia". Na opinião de Moro, as pessoas podem até fazer "afirmações infelizes", mas isso não significa a adoção de políticas públicas "concretas" contra algum grupo da sociedade. "É estranho um pouco dizer isso, mas, já que existe uma imagem distorcida em relação ao presidente eleito, eu jamais aceitaria uma posição no governo se vislumbrasse também qualquer risco de discriminação de minorias", acrescentou.


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